abril 03, 2009

"ESSE É O CARA"

Não, não resisto. As manchetes de jornais reproduzem a frase. Rádios e televisões repetem a cena. O mundo comenta. Interpreta. Destaca.

Na reunião das vinte nações mais poderosas do planeta, Obama, o presidente americano, brinca com Lula e aperta-lhe afetuosamente a mão: “Esse é o cara. Eu adoro esse cara. É o político mais popular do mundo”.

Aí, fico pensando e rio comigo mesmo: enquanto isso, lá em Higienópolis, certo ex-presidente deve estar retorcendo as tripas, numa diarréia de inveja e ciúmes. Deve estar pensando: “Eu! Eu sou o cara. Não esse metalúrgico bronco e barbudo! À merda minha sociologia! À merda meus diplomas! Tudo à merda, por esse... esse...” Não conclui a frase, que sairia ofensiva ao americano, lembrando que um dia afirmou ter um pé na cozinha.

E nas demais hostes tucanas? Penas voando. Bicos batendo de indignação. Consternação geral. Os articulistas daquela revistinha semanal sem vergonha, órgão oficial da tucanada, devem estar sem dormir, sem tomar seu uísque neoliberal no bar da moda, matutando um jeito de anular o estrago do sucesso do Lula, com a denúncia de mais algum escândalo forjado em suas mesas de mogno extraído ilegalmente da Amazônia.

E os demos? Ensimesmados na sua falta de criatividade, nem para ranger os dentes eles saem da mediocridade, para tentar qualquer reação que não seja destrambelhada. Por enquanto, nenhuma notícia de suicídio se confirmou.

Ah, e aquela ex-senadora, ex-candidata à presidência, ex-esquerda radical e agora amasiada ideológica de policiais sem eira nem beira? Conseguirá escapar de uma síncope? O tempo dirá.

Enfim, enquanto a banda desafina por aqui, com gente a morder o rabo de indignação, nós, brasileiros que elegemos o Lula, que sabíamos que o metalúrgico não precisa de diploma para ser o que é, rimos à socapa, aquele riso de quem tem guardado o melhor para o fim.

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