tag:blogger.com,1999:blog-33122334150470058812024-03-13T14:05:54.356-07:00VENENO DE COBRA XXICrônicas saídas da boca da cobra, com muito veneno.Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.comBlogger219125tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-92124358337344494362024-02-24T07:35:00.000-08:002024-02-24T07:35:45.883-08:00DE FASCISMOS E GENOCÍDIOS<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="line-height: 107%;"><o:p><span style="font-family: Book Antiqua, serif;"><span style="font-size: 12pt;"> </span></span></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiavtIDoTquVsNAZmcI8QCUcMdGmLt13cq8WdhEAg6QntVJArv77zBJ23VFc8FtquTBr4LnviQ_sXa_WtiOopz86a_HusnBRoSDribuzSVamJLDHVhXT5_iTWMJ8PaaxxCOEzTUbmrrBypW4dQtnnVPaiQPV04-158osddk2lb3igSefCv5D3OhA3J5K5Uv/s675/111Gaza%20(foto%20de%20Mahmud%20Hams%20-%20AFP).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="675" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiavtIDoTquVsNAZmcI8QCUcMdGmLt13cq8WdhEAg6QntVJArv77zBJ23VFc8FtquTBr4LnviQ_sXa_WtiOopz86a_HusnBRoSDribuzSVamJLDHVhXT5_iTWMJ8PaaxxCOEzTUbmrrBypW4dQtnnVPaiQPV04-158osddk2lb3igSefCv5D3OhA3J5K5Uv/w400-h266/111Gaza%20(foto%20de%20Mahmud%20Hams%20-%20AFP).jpg" width="400" /></a></div><span style="font-family: Book Antiqua, serif; font-size: x-small;">(Foto de Mahmud Hams/AFP)</span><p></p>
<span style="font-family: georgia;"><br /><br /><div style="text-align: right;"><i>“O termo ‘genocídio’ não existia antes de 1944; ele foi criado como um conceito específico para designar crimes que têm como objetivo a eliminação da existência física de GRUPOS nacionais, étnicos, raciais, e/ou religiosos.[*]</i></div><div style="text-align: right;"><i><br /></i></div><div style="text-align: right;"><i>“Se o que acontece na faixa de Gaza não é genocídio, eu não sei que é genocídio” (Presidente Lula, 23/2/2024: discurso)</i></div><div style="text-align: right;"><i><br /></i></div> <div style="text-align: right;"><br /></div><br /><div style="text-align: justify;"><b>Quando o grupo terrorista Hamas invadiu território de Israel e matou e sequestrou centenas de pessoas, o mundo todo condenou o ato como algo realmente inadmissível, de crueldade extrema. Mas foi um ato terrorista de um grupo terrorista, não foi a agressão de um povo contra outro povo, uma declaração de guerra. Ou seja, os palestinos não invadiram o território do Estado de Israel, principalmente pelo fato de que os palestinos não constituem um Estado e, portanto, não podem declarar guerra a Israel, assim como fez a Rússia ao invadir a Ucrânia. Um choque – terrível, condenável, absolutamente condenável – entre dois exércitos: uma situação clássica de guerra, em que um ataca e outro se defende.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><b><div style="text-align: justify;"><b>O Estado de Israel tem um exército poderoso e um sistema de defesa extremamente competente. Além disso, conta com um serviço de informação ou de inteligência, com uma rede de agentes que se constitui numa das maiores do mundo.</b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div><b><div style="text-align: justify;"><b>Para lutar contra o terrorismo do Hamas, de uma forma definitiva, bastava pôr em campo esse serviço de inteligência, para identificar, prender e julgar não só os líderes terroristas, mas também inúmeros participantes, partidários e financiadores. E contariam, para isso, com a sempre e até mesmo subserviente ajuda dos Estados Unidos e de muitos outros países. O desbaratamento do Hamas ocorreria, mais cedo ou mais tarde, com dano mínimo de vidas. Seus esconderijos seriam descobertos e destruídos, suas fontes de financiamento seriam devidamente esgotadas.</b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div><b><div style="text-align: justify;"><b>No entanto, o governo de Israel, comandado pelo senhor Benjamin "Bibi" Netanyahu, um político de extrema direita e extrema violência, de tendência fascistoide, preferiu atacar a faixa de Gaza, onde vivem, ou viviam, dois milhões de palestinos, com o pretexto de que está se defendendo. Bem, se esse é o conceito de defesa – ou seja, atacar uma população civil, para matar terroristas – eu não sei mais o que é o direito de defesa. Estamos diante, não de uma guerra entre exércitos, mas de um ataque de extermínio de um grupo, os terroristas do Hamas, extermínio que se estende a milhares de civis, principalmente mulheres, crianças e idosos. E se essa matança sem limite, sem ética, sem fim não é extermínio, realmente o conceito de extermínio precisa ser urgentemente revisto.</b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div><b><div style="text-align: justify;"><b>E extermínio foi e sempre será uma prática fascista. Ocorra onde ocorrer.</b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div><b><div style="text-align: justify;"><b>Portanto, quando se diz que há um extermínio em Gaza, não se acusa o povo judeu, não se acusa nem mesmo o Estado de Israel, mas se acusa um governo, que tem cara e não tem coração, comandado, repito, por um homem que não está defendendo Israel, mas se vingando, e a vingança contra um povo indefeso é uma ato de extermínio, é genocídio. E o senhor Benjamin "Bibi" Netanyahu é, sim, um genocida que tem o beneplácito de boa parte da mídia mundial e o apoio subserviente e absurdo de muitos países, como os Estados Unidos e os países europeus.</b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div><b><div style="text-align: justify;"><b>Quero encerrar esse artigo com o registro de um pequeno, mas não menos criminoso, genocídio doméstico. Aquele promovido pela Polícia Militar do Estado de São Paulo contra os cidadãos da Baixada Santista, por ordem explícita do Secretário de Segurança e do governador de São Paulo, senhor Tarcísio de Freitas, do Partido Republicanos. Matar cidadãos, não importa se inocentes ou criminosos, como vingança pela morte de um policial militar é, sim, ato fascista de genocídio.</b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b style="font-weight: bold;">[</b><span style="font-size: x-small;"><i>*] Enciclopédia do holocausto: </i></span></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/what-is-genocide#:~:text=O%20termo%20%22genoc%C3%ADdio%22%20n%C3%A3o%20existia,raciais%2C%20e%2Fou%20religiosos."><span style="font-size: x-small;"><i>https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/what-is-genocide#:~:text=O%20termo%20%22genoc%C3%ADdio%22%20n%C3%A3o%20existia,raciais%2C%20e%2Fou%20religiosos.</i></span></a></div></span>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-32319494657333250942024-01-23T09:35:00.000-08:002024-01-23T09:35:35.961-08:00SER ATEU<p> </p><p class="MsoListParagraph" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: "Book Antiqua",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVp8dH_1vnWL7gayxE95RkNx6TqGxJL1pI9zsLXnbjoA6_gJaEGZBek4lLP5r-gaUlMl5J98qpe2U5g3kZb7Jn-SfpfhTCkR29wT1KuQNa4uooP1cwDdrUOuiffkL1A4spM_pX2bDawp__Ei9EnPVaKtOvQvXmIhVEaYub4rm62krB0eN5n5rxO1OY3jBI/s800/111ate%C3%ADsmo%20s%C3%ADmbolo.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="800" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVp8dH_1vnWL7gayxE95RkNx6TqGxJL1pI9zsLXnbjoA6_gJaEGZBek4lLP5r-gaUlMl5J98qpe2U5g3kZb7Jn-SfpfhTCkR29wT1KuQNa4uooP1cwDdrUOuiffkL1A4spM_pX2bDawp__Ei9EnPVaKtOvQvXmIhVEaYub4rm62krB0eN5n5rxO1OY3jBI/s320/111ate%C3%ADsmo%20s%C3%ADmbolo.webp" width="320" /></a></b></div><b><br /></b><p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt;">S</span>er ateu é afirmar, principalmente para si mesmo: deus não existe.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Nada mais. Nada menos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O ateísmo não é uma filosofia. Não é uma crença. É apenas esta afirmação de liberdade: deus não existe.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Se, por acaso, você afirma: eu não creio na existência de deus, você não é ateu, você é agnóstico, porque você está fazendo um ato de fé, de crença, ou seja, você acredita que deus não existe, mas está aberto a que provem ou a que o convençam de que ele existe. Ou ainda: para você, pouco importa se deus existe ou não.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O ateu não tem que provar a inexistência de deus, porque não há lógica em provar que algo não existe. O ateu não tem que argumentar, com quem quer que seja, a sua afirmação de que deus não existe, nem tentar que outras pessoas compartilhem dessa sua liberdade, porque não há nada, absolutamente, nada além dessa afirmação. Ou você concorda... ou discorda.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O ateu não faz dessa sua afirmação – deus não existe – uma visão de mundo, uma weltanschauung, como dizem os alemães. Porque a inexistência de um deus não interfere na sua vida, na sua forma de encarar a vida. Ou seja, o fato de afirmar essa inexistência não o faz nem melhor nem pior do que os outros seres humanos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O ateu não sente necessidade de fazer proselitismo de seu ateísmo, porque tem consciência de que o deísmo (ou teísmo), isto é, a crença em um deus ou em deuses é só isto: uma crença. E contra uma crença não há argumentos. O ato de crer é, em si, mesmo, algo tão profundamente ilógico e absurdo que não admite qualquer argumentação lógica: o crente crê, e ponto. Não há nada que o faça descrer. O crente só chega ao ateísmo por ele mesmo, por um esforço tremendo de ressignificação de paradigmas arraigados em sua mente, quando percebe, por ele mesmo, que não há nenhuma lógica na sua crença. E então ele se liberta.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Porque é isto, em conclusão, o ateísmo: uma forma de liberdade. Nada mais. E o ateu pode ser qualquer coisa ou ter qualquer outra filosofia de vida, ser bom ou ser mau, ser de direita ou de esquerda etc. etc. etc.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><p></p>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-52144436848937453802023-12-27T08:40:00.000-08:002023-12-27T08:42:23.889-08:00SÃO PAULO, A METRÓPOLE DESGOVERNADA<p> </p><p class="MsoListParagraph"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6DLF-MHW8FA14bMTOJD2Rz6FPx2AWeiTfZbXGeBxHRNUVjF3CACLmbuCPmHDosAInWpggQTveg4zeK4GiBFJ7bUFn9f5wjjcpaovK6GTeiQwdLffji-iYEImUTPhOaswxo6lqDKFvaR1e1w5OgSmL1LINwRKcAibZOEacC9mlvEV9uv858vErdYflBeiI/s960/sp%20atual%20edif%C3%ADcio%20martinelle%20num%20final%20de%20tarde.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="717" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6DLF-MHW8FA14bMTOJD2Rz6FPx2AWeiTfZbXGeBxHRNUVjF3CACLmbuCPmHDosAInWpggQTveg4zeK4GiBFJ7bUFn9f5wjjcpaovK6GTeiQwdLffji-iYEImUTPhOaswxo6lqDKFvaR1e1w5OgSmL1LINwRKcAibZOEacC9mlvEV9uv858vErdYflBeiI/w299-h400/sp%20atual%20edif%C3%ADcio%20martinelle%20num%20final%20de%20tarde.jpg" width="299" /></a></div><span style="font-size: xx-small;"><div style="text-align: center;">(foto da internet, sem indicação de autoria)</div></span><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Final de ano: 2024 bate às portas da cidade desgovernada.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Desgovernado, adjetivo, tem, segundo o dicionário, os seguintes significados: 1. que não tem governo ou está mal administrado; 2. descontrolado (diz-se de veículo, animal de montaria).</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Para qualificar São Paulo, uso o significado número 1 literalmente, ou seja, uma cidade que, na minha opinião, sempre foi mal administrada (com raríssimas exceções que, aliás, para repetir um clichê, confirmam a regra). Porém, ressalto que o significado número 2 cabe perfeitamente, de forma metafórica, a essa cidade que parece sem rumo, descontrolada, o que significa “sem futuro”, ou sem um futuro que seja lógico e possível.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Tenho batido nesta tecla, sempre que posso: São Paulo não pode continuar crescendo. São Paulo precisa frear seu crescimento e começar a andar para trás, ou seja, precisa diminuir.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Numa metrópole com 12 milhões de habitantes, é humanamente impossível haver qualidade de vida.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Se levarmos em conta as condições geográficas, topográficas, climáticas, hidrográficas e outras mais, uma população de 7 a 8 milhões de pessoas seria o limite para se ter algum grau de civilização ou civilidade, de condições de vida razoavelmente confortável, de possibilidade de dar à população o mínimo necessário para viver e conviver, sem muito sufoco.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Pensemos nas condições geográficas da capital paulista. Vivemos num planalto, com vales e montanhas, com centenas de rios, sem mais locais com condições de expansão sem que as distâncias se tornem quase impossíveis de serem transpostas. (Entre os extemos da cidade – da Zona Sul para a Zona Leste – já são mais de 80 quilômetros!) A cidade está literalmente cercada de outros municípios, que se tornaram, muitas vezes, cidades-dormitório, e que fazem parte do que chamamos “a grande São Paulo”, cujo número de habitantes extrapola em muito os 12 milhões a que nos referimos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Para onde, então, cresce a cidade?</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">A cidade cresce para cima! Verticaliza-se. Permitem-se prédios cada vez mais altos. Com mais gente dependurada em apartamentos cada vez menores, em todos os bairros. Eu disse: todos! Porque a sanha dos empresários da construção civil não tem limites e essa sanha é devidamente alimentada por leis cada ano mais permissivas, aprovadas pela Câmara de Vereadores, cuja maioria ou é estúpida ou está a soldo dessa canalha que destrói a cidade em nome de seus interesses imediatos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Expliquemos: cada prédio construído modifica o microclima, impedindo a circulação do ar, exigindo mais ruas asfaltadas, eliminando a cobertura florestal, impermeabilizando o solo, mais garagens para automóveis, mais transporte público (que anda a passo de tartaruga), mais água, mais esgoto, mais energia elétrica. Multiplique isso por milhares e milhares de prédios que se erguem ano a ano, década a década, por toda a cidade, em todos os bairros e chega-se a uma conta que não fecha.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O planalto onde se situa a cidade de São Paulo é uma bacia hidrográfica com centenas de rios, riachos e ribeirões. Onde eles estavam, em sua maioria? Nos fundos de vales. O que existe hoje nos fundos de vales da cidade, como o Vale do Anhangabaú, a Avenida 23 de Maio etc. etc. et.? Avenidas asfaltadas, por onde literalmente se arrastam milhares e milhares de veículos (São Paulo tem mais 8 milhões de veículos registrados!).</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Quando chove – e as chuvas torrenciais têm-se tornado comuns na cidade, por vários motivos, como veremos adiante – para onde vai a água, se os rios, riachos e ribeirões estão encanados, canalizados, espremidos debaixo das ruas e avenidas? A resposta é óbvia: cada vez mais aparecem pontos de alagamentos e inundações. Nem é preciso falar o prejuízo que isso traz para os moradores...</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Dissemos que cada prédio construído muda o microclima da região e a somatória dessas mudanças traz para a cidade a mudança de seu clima, com maior aquecimento, maiores bolsões de calor, agravados, atualmente, pelas mudanças globais do clima, com as quais todos se preocupam. Então, a cidade se torna mais quente, com mais evaporação, e consequentemente chuvas mais intensas... O efeito disso todos sabem e já a ele me referi acima.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">São Paulo é um desastre urbanístico.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Um desastre urbanístico que começou nos inícios do século passado e que tem se agravado paulatinamente, ano a ano, com a estupidez de administradores que não tiveram nenhuma preocupação que não fosse a abertura de novas avenidas, de mais ruas, de enterramento dos rios, riachos e ribeirões como solução para as enchentes (uma solução, repito, estúpida), que privilegiou, principalmente a partir da metade do século passado, o automóvel, com a construção de novas avenidas (de fundo de vale!) , viadutos e túneis.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Um desastre urbanístico configurado, principalmente, com a entrega literal da urbanização da cidade às construtoras, permitindo cada vez mais que elas destruam parques, jardins, áreas verdes enfim, para o famigerado adensamento populacional, sem que os cuidados com transporte, saneamento básico etc. acompanhem esse crescimento exponencial.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Qual a solução para esse desastre urbanístico, que se chama São Paulo, e que parece aumentar a cada dia, para desespero dos paulistanos?</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Uma breve observação: uma pesquisa, que pouco se divulgou e de que pouco se fala, realizada há alguns anos, traz um dado fundamental para o que consideramos como possível solução para os problemas cruciais da cidade de São Paulo. Perguntadas a respeito, cerca de 30% das pessoas que moram aqui declararam que gostariam de deixar a cidade, de morar em outro lugar ou de voltar para suas cidades de origem. E mesmo muitos paulistanos, se tivessem oportunidade, sairiam da cidade onde nasceram.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Está aí, na minha modesta opinião, a solução para os males da grande metrópole.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Os governos municipal, estadual e federal deveriam unir-se num plano coordenado que facilitasse a saída dessas pessoas da cidade, voluntariamente, com o incentivo de emprego, moradia, melhores condições de vida etc. em cidades ou mesmo em regiões agrícolas tanto do interior paulista quanto de outras cidades do país que pudessem, quisessem e se comprometessem com esse plano e recebessem o necessário incentivo para acolhimento das famílias que aderissem.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">É claro que não é um plano de fácil execução, mas não impossível nem utópico, desde que haja vontade política de todos os envolvidos. Há regiões e cidades do Brasil que receberiam de boa vontade uma mão de obra razoavelmente promissora e especializada, já que se poderia até mesmo incluir no planejamento, como atração aos aderentes, cursos de formação ou de reciclagem, até mesmo para os filhos adolescentes desses futuros emigrantes.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Não seria um êxodo repentino, mas executado ao longo de vários anos, de uma década ou mais, que daria melhores condições de vida a centenas de milhares de cidadãos descontentes com a cidade grande, além de tonar a metrópole pouco a pouco mais viável, mais confortável e mais aprazível para os que aqui permanecerem.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Para isso, basta que São Paulo volte a ser governada por um prefeito de visão humanística, de vontade política, de trânsito entre todos os demais poderes, que não veja como loucura um plano como esse e que compre, portanto, a ideia e busque formas para viabilizá-la, para que ela – a cidade – encontre, enfim, uma saída que não seja essa corrida desgovernada para o caos que, aliás, já está batendo à porta de todos.</span></b></div><p></p>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-223961800613063122023-12-22T06:25:00.000-08:002023-12-22T06:25:00.297-08:00ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO NUM MUNDO CAPITALISTA<p> </p><p class="MsoListParagraph"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6W9IikVyB6cN7J2CO4aGPeCvRjy37HJT5RO4dboTqSPgzfvqu5Hm3krluVif-sB1JqudBrtE_1aoMuwBM58p24pWO8xD5lsjuM85MpOsQWh-wHsQogyryxFgW1Q_fxQmueCJds0DqJRddUvJZS9fmdZzcG_JdfVSwGcMdpjzh3owNPsf-BGllb6b2gpPJ/s1400/xfig%20escola%20-%20Albert%20Bettannier%20-%20la%20tache%20noire%201887.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="933" data-original-width="1400" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6W9IikVyB6cN7J2CO4aGPeCvRjy37HJT5RO4dboTqSPgzfvqu5Hm3krluVif-sB1JqudBrtE_1aoMuwBM58p24pWO8xD5lsjuM85MpOsQWh-wHsQogyryxFgW1Q_fxQmueCJds0DqJRddUvJZS9fmdZzcG_JdfVSwGcMdpjzh3owNPsf-BGllb6b2gpPJ/w400-h266/xfig%20escola%20-%20Albert%20Bettannier%20-%20la%20tache%20noire%201887.webp" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">(Albert Bettannier - la tache noire, 1887)</span></div><div style="text-align: center;"><br /></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Respeito muito o jornalista Luís Nassif. E quando ouço um vídeo em que ele diz que o Ministério da Educação está dominado pela Fundação Lemann, um dos esteios do capitalismo mais tenebroso de nosso País, só posso ficar alarmado. Principalmente pelo fato de que é um ministério comandado por um petista, Camilo Santana, ex-governador do Ceará, onde obteve avanços históricos no terreno educacional. Portanto, é um nome de respeito, mas um político, não exatamente um educador, já que as conquistas educacionais do seu Estado foram obra de um administrador competente.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Então, me vem uma dúvida atroz: se Camilo Santana está se deixando enrolar – e é essa a palavra exata: “enrolar”, “enganar” – ao ouvir o “canto da sereia”do Lemann e seus asseclas, isso é ingenuidade ou ignorância da importância de seu Ministério dentro de um governo democrático?</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Não é uma pergunta fácil de responder, por isso vou tentar levantar algumas hipóteses antes de condenar ou absolver o ministro. Advirto que não sou um especialista em educação, embora tenha sido professor durante a maior parte da minha vida, sendo essa a minha formação. Sei que uma coisa é militar no magistério; outra, bem diferente, é ser um Educador, ou seja, uma pessoa que tem formação em Filosofia da Educação e pensa a Educação como um processo complexo e extremamente importante dentro da sociedade.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Feita essa ressalva, vamos tentar trazer algumas ideias que me acossam, quando penso em educação. E vou trazer essas minhas reflexões dentro do contexto de um mundo capitalista, o mundo em que vivemos, já que é impossível nos livrarmos do capitalismo, pelo menos no curto ou médio prazo. O mundo é assim e, embora eu desejasse um mundo diferente e até, se tivesse oportunidade, lutaria com todas as minhas forças para mudá-lo, ou seja, para acabar com o capitalismo, não posso deixar de inserir essas minhas reflexões na realidade em que vivemos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">A opinião que o povo tem de educação é bastante rasa (e não há nisso nenhuma condenação, apenas constatação): espera-se que o poder público ofereça escola e merenda para seus filhos. E escola de qualidade é aquela que leva a criança e o adolescente a obter conhecimentos suficientes para enfrentar a fase adulta de sua vida, ou seja, ter uma profissão e viver dignamente. Outras discussões, como ideologia do que se ensina, currículo escolar, metodologia educacional etc. são secundárias e, em geral, não são compreendidas claramente pelo povo. Claro que ninguém é ingênuo a ponto de pensar que todos os jovens se tornarão “doutores” (e esse desejo, legítimo, percorre todas as classes sociais), que todos chegarão ao ensino superior, visto, em geral, como o ponto máximo do processo educacional. Uma boa parte da população já se dá por satisfeita, quando os filhos obtêm uma profissão. Assim, as escolas profissionais tornam-se importantes e não vamos discutir isso aqui, já que é matéria para outro momento e outras reflexões, não menos importantes.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O que eu quero dizer com o parágrafo anterior é que discutir educação, para a população em geral, é discutir sua universalização, de preferência, de forma gratuita. Mas, aceitam-se outras possibilidades, como bolsas de estudo do governo, financiamentos etc. O importante é ter escolas, e a qualidade delas será medida apenas pelo sucesso de seus filhos em “achar colocação” no mercado de trabalho. Quaisquer outras discussões só ganham algum relevo, quando provocadas por algum factoide. Lembro o famoso “kit gay”, que as comunidades evangélicas disseminaram para demonizar o Partido dos Trabalhadores. Essa bobagem, no entanto, ganhou as consciências e provocou um grande estrago nas hostes progressistas. Minha hipótese é que isso não tenha surgido da imaginação de pastores (que eu acho que não têm capacidade para tanto), mas de laboratórios de manipulação da extrema direita, interessada, como sempre, em tirar proveito ou da ingenuidade ou da estupidez, seja de quem for.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Portanto, discutir ideologia no processo educacional não faz parte do repertório popular, embora seja algo extremamente crucial, porque é através da ideologia programática que se constrói a mentalidade de uma geração.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Dou um exemplo histórico que repercute até hoje. Durante a ditadura getulista, o Ministério da Educação implantou, de forma consistente e sutil, a ideologia dominante na época: o horror ao comunismo (que nunca ameaçou o País) e o esquecimento da população negra. Há uma tese defendida junto à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas de Universidade Federal de Minas Gerais por Felipe Menezes Pinto, com o título de “O vermelho e o negro: intolerância, construção da identidade nacional e práticas educativas durante o Estado Novo (1937-1945)” que destrincha de forma clara e precisa os métodos de doutrinação utilizados pelo Ministério da Educação para incutir na população o anticomunismo e o racismo, através não só do currículo orientado pelo governo, mas também através da farta distribuição de imagens em livros, revistas, filmes etc. que, de forma sutil, alimentaram o “patriotismo” e o “esquecimento” da população negra, aprofundando o racismo estrutural vigente.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Esse verdadeiro massacre ideológico, que repercute até hoje, nunca teve uma discussão ampla nos meios de comunicação. É um fato absolutamente desconhecido pela maioria absoluta do povo, que ainda acha que o comunismo ameaça o Brasil e que os negros são uma “raça” inferior.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Assim, todos os projetos educacionais, mesmos os mais sérios e importantes, vieram sempre, ou tiveram que vir, mascarados em aspectos secundários do processo educacional, embora importantes, como: construção de escolas; preparação de professores (um ponto crucial, juntamente com a valorização profissional, geralmente relegado a segundo plano); merenda de qualidade (algo extremamente importante, principalmente para o ensino fundamental, mas muitas vezes visto como “esmola” pelo poder público); distribuição de material didático (aqui, às vezes, a sanha ideológica de pequenos grupos forma verdadeiras patrulhas) e uniformes (principalmente para o ensino fundamental) etc. Cito dois exemplos: a criação dos CIEPS na gestão do governador Leonel Brizola, em 1983, no Rio de Janeiro, inspirados por Darcy Ribeiro, e os CEUS, implantados em 2002 em São Paulo, pela gestão da então prefeita Marta Suplicy. Em ambos os casos, o conceito por trás das notáveis construções era o de educação integral para as populações mais carentes, unindo num local agradável e sadio não apenas o ensino e a descoberta de conhecimentos, mas também lazer, cultura, cidadania etc. Quando se dá ao aluno das classes menos favorecidas um bom ambiente escolar, acolhedor e de qualidade, está-se incutindo na mente deles, de forma indireta, que eles não são cidadãos de segunda classe e sim que merecem todas as oportunidades de uma vida digna. E mais: isso é a semente de cidadãos pensantes e críticos da realidade, coisa que incomoda as classes dominantes e muitos governos dominados pela ideologia classista de que pobre só serve como mão de obra barata.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Não sei como estão hoje os CIEPS e os CEUS, já que muitas outras administrações, com visões diferentes, passaram por essas cidades. No entanto, posso imaginar que os projetos originais sofreram alterações e, provavelmente, foram cooptados pelos interesses dos grupos governantes, como sempre acontece com as boas ideias: começam com as melhores intenções e acabam nas garras dos capitalistas e seu olhar sempre atento para tudo que possa, mesmo que de leve, contrariar seus interesses.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Não há dúvida de que vivemos um momento de predomínio da direita e, dentro da direita, de um extremismo neonazifascista, cujas ideias, que vinham há muito sendo gestadas, ganharam força com o golpe contra a presidenta Dilma e, posteriormente, com a eleição do tenebroso Jair Bolsonaro. O preparo para a tomada do poder, em várias áreas importantes do pensamento, principalmente na área educacional, foi devidamente preparado pelo governo Temer que, pelo que sei, abriu as portas para a Fundação Leman que, se não obteve o comando do Ministério da Educação no governo seguinte – haja vista os nomes absurdos que foram designados, nenhum com um mínimo de preparo e de visão educacional, nem mesmo pela tal Fundação – conseguiu, no entanto, “comer pelas bordas”, ou seja, designar e manter um pessoal dentro do ministério que, diga-se de passagem, é bem mais competente que os seguidores do ex-presidente, com a finalidade de controlar de forma indireta as rédeas da educação no Brasil. E é, possivelmente, esse pessoal “técnico”, mas ideologicamente alinhado com o pensamento da direita, que deve estar até hoje no Ministério da Educação, sob o olhar – repito: não sei se ingênuo ou de desconhecimento das reais intenções desse povo - do ex-governador e atual ministro Camilo Santana, o que eu acho um tanto estranho, em se tratando de um político, até prova em contrário, inteligente, experiente e bom gestor (como gostam de ser chamados os administradores da direita, para esconder seu viés ideológico).</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Quando me refiro à “ingenuidade” possível do Ministro, preciso explicar claramente o que quero dizer. Como não é da área educacional, Camilo Santana, como político e administrador, pode estar sendo seduzido por propostas muito bem elaboradas e bem emolduradas de desenvolvimento do ensino, em termos de projetos que escondem suas verdadeiras intenções, ou seja, iludem-no com alternativas que parecem realmente interessantes (o “canto da sereia” referido acima), como a implantação de projetos de reforma e construção de escolas, preparação de professores, distribuição de material didático etc., mas que são apenas o iceberg de um projeto maior de cooptação das mentes de nossos jovens, através da ideologia da “escola sem partido”, amplamente propagada pelos papagaios a soldo dos interesses capitalistas de fundações como a do senhor Lemann. Ressalte-se que a pretensa desideologização da escola (“sem partido”) consubstancia-se na ideologização de valores da direita dessa mesma escola. Será Camilo Santana tão “ingênuo”, que não percebe essa manobra?</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Se, no entanto, prevalece o fato de o ministro estar sendo enrolado, enganado por essa gente, cabe a algum de seus assessores mais ligado às forças progressistas abrir os olhos dele, já que a esquerda e, principalmente o Partido dos Trabalhadores, conta em suas fileiras com muitas e boas cabeças pensantes na área da educação. E cabe aqui a mesma pergunta: como pode uma “raposa velha” da política deixar-se enrolar por essa gentinha esperta, mas não tão esperta assim?</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Qualquer que seja o motivo pelo qual o Ministério da Educação esteja dominado ou cooptado pela Fundação Lemann, a soldo da sanha capitalista de lucro a qualquer custo, deve o Presidente Lula ser devidamente alertado. E, já que o seu Ministro da Educação faz parte de sua cota pessoal de confiança, chamá-lo a uma conversa séria e devidamente assessorada por pessoas competentes, para que ele possa rever sua política, suas práticas, fazer a devida faxina no ministério e, se for necessário, deve até mesmo o Presidente buscar outro ministro que tenha mais conhecimentos da área educacional e não seja apenas um bom gestor, como eu acho que é o senhor Camilo Santana, para lhe fazer a devida justiça.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Concluindo, ressalto que o atual governo, de escopo claramente comprometido com as forças democráticas e com a reconstrução do País, depois de dois tsunamis – Bolsonaro e a pandemia – deve, a partir de segundo ano, com alguns de seus pilares e programas devidamente implantados e começando a render frutos, preocupar-se seriamente com a área ideológica, principalmente na educação – uma área sensível a formar mentalidades – para não entregar de novo o País a aventureiros despreparados, mas títeres de forças extremistas de tradição neonazifascista.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Podemos suportar governos de direita, isso faz parte do processo democrático. Mas não podemos tolerar jamais experiências extremistas, fascistoides e golpistas novamente.</span></b></div><p></p>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-11800399243570323612023-10-27T07:47:00.001-07:002023-10-27T07:47:35.368-07:00ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O CAPITALISMO<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlDb7X5UuuK4IW6rfUyIunEAVqtApVL2PjCvOWr1B0Sper9IaNqYuUrn4yNs3LqDltWAUHBuCakBpXdIDDZLszye9GwNpxh923MfcoE9_9Fdb_EktqRSsI1YwL7Zu2G2OJnljjsDX0LcIFCZolvjsfWUcoIut9pBfG8rlE034OWMjYkBthu0MTEfw5rG_6/s1173/esc%20%20Francesco%20Queirolo%20-%20desilu%C3%A7%C3%A3o%20ou%20libera%C3%A7%C3%A3o%20da%20decep%C3%A7%C3%A3o%202.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1173" data-original-width="700" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlDb7X5UuuK4IW6rfUyIunEAVqtApVL2PjCvOWr1B0Sper9IaNqYuUrn4yNs3LqDltWAUHBuCakBpXdIDDZLszye9GwNpxh923MfcoE9_9Fdb_EktqRSsI1YwL7Zu2G2OJnljjsDX0LcIFCZolvjsfWUcoIut9pBfG8rlE034OWMjYkBthu0MTEfw5rG_6/w239-h400/esc%20%20Francesco%20Queirolo%20-%20desilu%C3%A7%C3%A3o%20ou%20libera%C3%A7%C3%A3o%20da%20decep%C3%A7%C3%A3o%202.jpg" width="239" /></a></div><span style="font-size: xx-small;"><div style="text-align: center;">(Escultura de Francesco Queirolo: desilução ou liberação da decepção)</div></span><p></p><p class="MsoListParagraph"></p><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O capitalismo é, em si mesmo, perverso. Só não diria ser o capitalismo demoníaco, porque não acredito em demônios. Nem em deuses. Portanto, o sucedâneo do capitalismo, se um dia tivermos condições de destruí-lo, não será um regime celestial, no seu sentido metafórico de bondades e de existência livre de quaisquer dificuldades. Também não será socialista ou comunista, infelizmente, porque não acredito na capacidade humana de criar um regime de tal forma igualitário, que consiga administrar os bens de produção da forma preconizada por esses regimes, numa espécie de limbo angelical ou extremamente confiável na capacidade humana de convivência harmônica, como no caso do socialismo, ou numa ditadura do proletariado que realmente funcione sem que haja o surgimento de focos de resistência, de grupos que se tornem hegemônicos e acabem criando novas formas de dominação, no caso do comunismo. Vou tentar aprofundar um pouco isso, mais adiante. Por enquanto, volto à ideia de que, destruído o capitalismo, o que deverá sucedê-lo será um regime que não seja tão perverso, mantendo alguns de seus princípios, ainda que, pessoalmente, por condenar tão profundamente o sistema capitalista, eu preferia acreditar na utopia de uma sociedade sem leis, sem deuses, sem classes, ou seja, numa sociedade anarquista, no seu sentido mais radical. Isso, porém, sabemo-lo todos, é claramente uma utopia. Precisaríamos volta ao sistema de escambo. E o ser humano atual precisaria ser destruído e reconstruído em outras bases conceituais, conservando, todavia, a expertise cerebral adquirida da atual “civilização”, sem os seus desvios consumistas, ideológicos, teístas etc. Utopia, claro.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Deixemos as utopias e vamos a algo mais real, mais palpável, embora de enormes dificuldades de consecução. Não importa. É preciso que acordemos para a estupidez do capitalismo e tentemos, mesmo com ideias aparentemente absurdas, mitigar seus efeitos mais do que nocivos. A humanidade precisa acender a primeira vela, para que um dia a escuridão despareça.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Primeiro, esqueçamos por um momento esquerdas e direitas, as ideologias que nos sufocam. Também precisamos jogar no lixo da história todas as teorias e todas as metafísicas. Inclusive as religiosas. Não precisamos enforcar o último religioso nas tripas do último militar. Mas esqueçamos também os militares. Não servem para nada. Sem eles e suas armas e suas bombas e suas fronteiras, os governos precisam estabelecer tratados pacifistas de ajuda mútua, sem ideologias, de total respeito aos povos e suas culturas, de total respeito ao ambiente que nos cerca, não para salvar o planeta, mas para salvar a própria humanidade. O fim último de todo e qualquer governo deve ser a melhoria de condições de vida da humanidade, de toda a humanidade, sem preconceitos, sem racismos, sem fronteiras.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Em concerto entre si, os governos todos devem começar a estabelecer leis extremamente duras contra as grandes corporações, a fim de eliminá-las da face da Terra. Como? Proibindo-as de terem filiais em cada país, ou melhor, cada país deve nacionalizar todas as empresas que tenham capital e administração internacionais. Limitar ao máximo o poderio dessas instituições catastróficas para a humanidade, distribuindo seus dividendos entre todos os seus funcionários, que passariam a partícipes dos lucros e não mais meros fornecedores de mão de obra barata, explorada e até mesmo escravizada. As administrações regionalizadas dessas empresas passariam a ter indivíduos devidamente eleitos pelos colaboradores e controladas pelo poder público, possivelmente através do poder judiciário. O capital deixaria de se concentrar nas mãos de uns poucos, com o limite de ganhos de todos – empresários, sócios, colaboradores etc. Não é taxar as grandes fortunas: é acabar com elas. Não é necessário igualar ganhos, embora numa sociedade igualitária isso fosse o ideal, mas limitar os ganhos de tal forma que as diferenças financeiras e econômicas entre as classes seja a menor possível. Tudo isso, claro, sob o controle dos governos, repito, de todos os governos de todos os países, concertados entre si, na mesma política determinada a acabar com a miséria e a exploração do ser humano. Sem ideologias, sem populismos de direita ou esquerda, mas de forma séria e coordenada, a fim de que terminem as lutas intestinas de poder, num sistema democrático de escolhas diretas, pelo povo, de seus dirigentes devidamente compromissados com uma carta de intenções global que tenha por princípio realmente acabar com a selvageria do capitalismo, com a ditadura – essa, sim, incrustrada nas grandes corporações – de empresários que só visam ao lucro para si e para seus acionistas. Se todos os operários forem acionistas, participarem dos lucros, e esses lucros forem limitados, as desigualdades tenderão a desaparecer, já que o excedente dos lucros obtidos pelas corporações devidamente socializadas será revertido aos cofres públicos, para a realização de políticas de melhoria das condições de vida da população, como educação, transporte, lazer, cultura etc.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Enfim, isso é o que eu penso. É o que eu desejo. Talvez seja a minha utopia, mas está mais próxima de uma realização futura, a longo prazo, do que a eliminação do capitalismo através de uma revolução popular que nunca ocorrerá. Infelizmente.</span></b></div><p></p>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-55597782804914328672023-05-31T11:27:00.002-07:002023-05-31T11:27:44.498-07:00LULA, VENEZUELA E O MARCO TEMPORAL<div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; font-weight: bold; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheujK2XYNI0jRiVdSJlBf-eZwbaDnd6zLjZ6JsZjlfuWeqb1MU8WG2PZFIznLzAOLPcsymDSCtHnkxLEf_rG6GZjcXe19MEzREM-TmRFwya6w0Bl0RTAeLY3Wj00EDeheDC0_ViY3i6uPGnyI4OpPZbh49J9Xry0iyIGb9PTNCscrftNlMjG07lDQdXw/s591/111Marco-temporal-Claudio-Duarte.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="591" data-original-width="526" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheujK2XYNI0jRiVdSJlBf-eZwbaDnd6zLjZ6JsZjlfuWeqb1MU8WG2PZFIznLzAOLPcsymDSCtHnkxLEf_rG6GZjcXe19MEzREM-TmRFwya6w0Bl0RTAeLY3Wj00EDeheDC0_ViY3i6uPGnyI4OpPZbh49J9Xry0iyIGb9PTNCscrftNlMjG07lDQdXw/s320/111Marco-temporal-Claudio-Duarte.jpg" width="285" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Lula assobiou para os malucos poderem dançar. E eles não só dançaram, mas sapatearam, sambaram, boleraram, tangaram, funkearam. Gastaram saliva, gastaram texto, gastaram os dentes e ficaram roucos de tanto ranço. Estou falando, é claro, da mídia, da oposição, dos influencers e todos os que caíram de pau no Lula, porque ele estendeu tapete vermelho e defendeu o presidente Maduro, da Venezuela.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Concordo: Maduro não é flor que se cheire, em termos de democracia. Assim como muitos outros chefes de estado do mundo (nem vou perder tempo citando-os, por ser inútil). Mas, existem aqueles que despertam mais o ódio das direitas hidrófobas que pululam nos parlamentos (principalmente no parlamento tupiniquim) e na mídia internacional. Maduro é um deles. Afinal, está sentada a Venezuela sobre reservas de petróleo. E não é preciso dizer mais.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Também concordo em que Lula exagerou nos salamaleques a Maduro. O Brasil não tem nada a ver com os problemas internos de nenhum país, claro. Por isso, não pode e não deve discriminar nenhum governo, nenhum governante. Principalmente, porque há negócios e interesses que estão acima de qualquer viés ideológico. Então, bastava receber bem o Maduro e tudo estaria bem, pelo menos as críticas seriam menores. Mas, sim, Lula exagerou.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Abro parênteses. Concordo com praticamente tudo quanto disse Lula. A Venezuela é discriminada e seu povo tem sofrido por causa de destemperos e coisas estúpidas de seu líder. Essa história de punir todo um povo por atos de seus governantes, sob o comando dos Estados Unidos já deu. O mundo não é mais o quintal deles. E de ninguém. Há meios menos cruéis de dizer a um povo que ele pode se libertar de suas lideranças despóticas. Sem intervenções, sem imposições. Como já dizia um líder estadunidense: “Não se pode enganar todo o povo todo o tempo”.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Abro parênteses de novo para dizer que, neste mundo globalizado por fake news e por empresas e indivíduos inescrupulosos e manipuladores, está cada dia mais difícil um povo escolher seu destino livremente. Mentes e vontades têm sido abduzidas por essas máquinas universais a soldo de grupos de ideologias perigosas, principalmente de neonazifascistas.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Voltemos a Lula e a Maduro, para deixá-los por aqui. Antes, duas coisinhas a mais. Primeira, o escorregão do presidente pode lhe trazer um ou outro dissabor político e diplomático, mas não passará disso. Não atinge a ninguém mais. Logo será esquecido e o mundo voltará a girar. Segundo, enquanto os malucos dançavam e sapateavam sobre esse fato, a boiada nazifascista bolsonarista arreganhava as porteiras da Câmara, para aprovar, isso sim, uma medida que tem o potencial de uma bomba atômica a cair sobre as cabeças de nossos povos originários e sobre toda a política ambientalista que o Brasil precisa desenvolver, para se tornar, de novo, uma nação respeitada no mundo.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Estou falando do tal “marco temporal” que 283 insanos e vingativos deputados aprovaram, na manobra absurda do presidente da Câmara, Arthur Lira. Absurda por dois motivos: queriam os “nobres deputados” que o Supremo Tribunal Federal tirasse da pauta a votação da mesma matéria que lá tramita, num ato de tentativa da chantagem mais deslavada de um poder da República contra outro e queria, ou melhor, quer o senhor presidente da Câmara “mandar um recado” ao Executivo, de que o governo precisa “pagar a fatura” de possíveis, prováveis e futuros apoios a matérias de seu interesse, numa clara – aí, sim – chantagem de um poder da República contra outro.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Abro novos parênteses, para dizer que temos péssimas lembranças de presidentes da Câmara que extrapolaram seus poderes e se tornaram verdadeiros gângsteres da política. Há um deles, inclusive, que está preso, por crimes não só políticos. E o atual está pretendendo ser um novo Nero, a pôr fogo no governo e no país, já que a “lira”ele vem tocando há tempos...</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Voltando ao que interessa: estamos diante não de uma Câmara de Deputados, mas de uma quadrilha de chantagistas, formada principalmente pelos deputados do chamado “centrão” bolsonarista que, além de toda essa chantagem absurda, ainda querem se vingar nos povos originários, nos nossos indígenas, pela derrota que seu candidato sofreu nas urnas. E querem perpetuar, com a aprovação desse fatídico “marco temporal” o genocídio dos povos indígenas iniciado pelo governo anterior, além da destruição de nossas matas e rios, com a abertura para garimpeiros, madeireiros e criadores de gado das fronteiras das terras demarcadas das populações originárias. Um verdadeiro ato de estupidez paquidérmica (que me perdoem os elefantes) que ajudará o Brasil a se manter nas trevas do negacionismo, nas garras de ideologias fascistas e na desconfiança dos demais países de que não somos mesmo um país sério.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Ou pior, vai pensar o mundo que somos um país que não sabe escolher seus representantes nos diversos parlamentos, porque é permanentemente enganado por espertalhões, falsos religiosos, falsos juízes e quem sabe mais que tipo de gente estúpida e mal-intencionada em que insistimos em votar.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">E não sabemos, mesmo.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Prova está aí, nesse Congresso recheado de neonazifascistas, de racistas, de genocidas, de preconceituosos, de falsos defensores da democracia, de juízes, religiosos, de empresários e defensores do agronegócio que se comportam como gado na defesa de interesses inconfessáveis e antipatrióticos.</span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-61581600081417980652023-05-21T11:37:00.000-07:002023-05-21T11:37:04.459-07:00 A CPI DO MST<p> </p><div style="text-align: center;"><b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhma27qFJ329C01iYwM1cpf-WnuxP-JW61ZIPoYIDIUEN1AGUMPRqH-jgfrKFMtiv7SeNC7ZVrUpjmlnbqaiamFDwwo-bMYVC6rWuSEg0ac9G5-Qs6eIz4XyXLpULwzY3XWe4dYBiCYwfVyxaVPFgDf39uf3DT_rR1HI4a5MMQJDHXcxKDfwuXunhNIjQ/s960/111mst.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="951" data-original-width="960" height="317" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhma27qFJ329C01iYwM1cpf-WnuxP-JW61ZIPoYIDIUEN1AGUMPRqH-jgfrKFMtiv7SeNC7ZVrUpjmlnbqaiamFDwwo-bMYVC6rWuSEg0ac9G5-Qs6eIz4XyXLpULwzY3XWe4dYBiCYwfVyxaVPFgDf39uf3DT_rR1HI4a5MMQJDHXcxKDfwuXunhNIjQ/s320/111mst.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Uma comissão parlamentar de inquérito quase sempre dá palanque e visibilidade a seus componentes: a mídia divulga e comenta em boletins diários os principais depoimentos, os embates, as contradições das testemunhas etc. Também pode virar, muitas vezes, um circo mambembe de atuações toscas de parlamentares despreparados, de testemunhas circenses e grotescas, desgastando esse importante instrumento de vigilância que a Câmara e o Senado usam para fiscalizar, denunciar e até, muito raramente, para punir malfeitos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O MST, Movimento dos Sem Terra, todos sabemos, tem uma trajetória de luta pela reforma agrária e pela defesa da agricultura familiar. Invade terras? Sim, e todos estamos carecas de saber que invadem, sim, terras. E muitas vezes, invadem grandes propriedades ou latifúndios que eles consideram improdutivos. Isso incomoda o agronegócio e os grandes fazendeiros? Sem dúvida alguma. E eles odeiam o MST. Cometem exageros? Com certeza, dentre as inúmeras vezes que eles invadiram “propriedades” (sejam improdutivas ou do agronegócio, ou de grandes corporações), houve, sim, alguns exageros, cometidos irrefletidamente ou não por membros do MST. São condenáveis esses exageros? Muitas vezes, sim. Embora a luta ideológica – de que não vamos falar neste breve artigo – possa justificar tais exageros, principalmente porque o outro lado também comete muitos exageros, e até mesmo crimes. Mas deixemos de lado, por enquanto, esse aspecto da luta agrária brasileira, luta que vem de há muitas e muitas décadas.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O que nos importa, por enquanto, é tecer algumas considerações sobre a CPI já instalada e que pretende investigar as atividades do MST.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Na minha modesta opinião, eu creio estaremos diante de um palco iluminado para o show dos deputados da bancada ruralista e da direita hidrófoba que existem hoje no Congresso. E será um show de horrores.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Explico: o objetivo deles é demonizar o MST. Ou tentar, pelo menos. E tudo quanto vão “descobrir” ou “denunciar” do MST todos nós já sabemos. Então, a mídia vai ampliar as denúncias, vai dar voz a essa malta hidrófoba que vai se esgrimir contra as testemunhas favoráveis ao MST – se houver - e vai dar o seu próprio show de sempre, ao lado da direita, porque também a mídia – comprometida sempre, por seus patrões, com os valores da direita – já deve estar afiando os dentes para cravar no pescoço dos “bandidos” do Movimento dos Sem Terra.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Não haverá nada de novo, portanto. E quando o show não tiver mais nada a mostrar ao público e à mídia, o relator – escolhido a dedo para isso – irá apresentar suas conclusões óbvias de condenação, de vários pedidos de indiciamento e até de prisão dos membros do MST.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">E depois? E depois, nada.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Porque conclusões de CPIs são apenas conclusões de CPIs. Algumas até se transformam em lentos processos na justiça, ou pedidos de investigação pela Polícia Federal ou por outro órgão fiscalizatório, mas... na maioria dos casos (vide a CPI da covid-19, que relatou crimes graves!) nada acontece. Tudo cai no esquecimento, porque outra CPI ou outros assuntos vão ocupar a vida dos senhores parlamentares e alimentar a mídia, cuja boca é sempre voraz por novidades e cuja memória tem o tempo do acontecimento.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Então, meus amigos, relaxemos e deixemos que se abram as cortinas do espetáculo, para criticar e, principalmente, para aplaudir ou demonizar aqueles com os quais concordemos ou discordemos, nas redes sociais, nos desenhos dos cartunistas, nas piadas de sempre, nos comentários divertidos ou rancorosos. E vida que segue.</span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-16485682963817250852023-04-28T13:01:00.000-07:002023-04-28T13:01:02.333-07:00ELES TÊM DEUS NO CORAÇÃO: O ASSASSINATO DO GAROTO LUCAS TERRA<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNfVkwXzVWzQdjsVfUkq5b9PIPue0mBICLsKIQcFfHA3rGlOs5WMPdWc_sg31OFdFeXNkm4UgiqN1tg7eMuzSvnMDt2p7lYljdhHTEJ1Xvzlm1Si59Yx3OEoIM00jS7UDfmdCWFzmQ5vpbMmrKXKcM0gG6UJ6TYj9H0S2Gc2ML3dik_ffw8vvSrmaxNA/s470/111casolucasterra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="243" data-original-width="470" height="206" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNfVkwXzVWzQdjsVfUkq5b9PIPue0mBICLsKIQcFfHA3rGlOs5WMPdWc_sg31OFdFeXNkm4UgiqN1tg7eMuzSvnMDt2p7lYljdhHTEJ1Xvzlm1Si59Yx3OEoIM00jS7UDfmdCWFzmQ5vpbMmrKXKcM0gG6UJ6TYj9H0S2Gc2ML3dik_ffw8vvSrmaxNA/w400-h206/111casolucasterra.jpg" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">“Eles violentaram, espancaram e depois queimaram vivo meu filho porque ele flagrou Fernando e Joel mantendo relações sexuais.” Essa é a declaração do pai do adolescente Lucas Terra, em 2001. Após sete meses de minuciosa investigação, a polícia baiana concluiu o inquérito que indiciou o indivíduo Sílvio Galiza como autor do homicídio, tendo como coautores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. Detalhe: o primeiro é um pastor e os outros dois são religiosos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que possui atualmente um dos maiores templos religiosos do Brasil, na cidade de Salvador, um mostrengo arquitetônico visível de quase todos os pontos do município.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Acrescenta ainda o pai do garoto, com toda a justificável revolta: “Meu filho foi amarrado e amordaçado para não gritar e colocado dentro de uma caixa de madeirit. Carbonizaram seu corpo para encobrir os vestígios de pedofilia.”</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O caso vem se arrastando na justiça desde 2001 e só agora, mais de vinte anos passados, saiu a notícia de que os assassinos estão sendo finalmente julgados e condenados à prisão.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Mas, não é sobre o processo judicial brasileiro, lento e falível, que eu quero falar neste pequeno artigo de protesto, e sim da hipocrisia que reina (sem trocadilho) entre os pastores e seguidores da IURD, essa pústula apostólica que corrói mentes e corações do povo, para surrupiar-lhe da forma mais nojenta possível os poucos caraminguás que tiverem em suas pobre carteiras, fruto, muitas vezes, de árduo trabalho, em troca desse reino de deus prometido por essa camarilha de estelionatários que são os pastores dessa seita maldita.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O caso Lucas Terra é emblemático, por se tratar de um crime bárbaro, mas muitos outros crimes podem ter sido e são acobertados por esse bando de criminosos travestidos de porta-vozes de deus. Porque adquiriram poder econômico e, atualmente, poder político, julgam-se acima da lei humana. Qualquer denúncia ou pronunciamento mais contundente contra essa camarilha são considerados como “perseguição religiosa”. Eles têm deus em seu coração; portanto, para os seus seguidores fanáticos, que estabelecem uma verdadeira cortina de proteção em torno de qualquer deslize por eles cometidos, eles são incapazes de cometer quaisquer crimes.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">E os crimes dessa gente quase nunca chegam ao conhecimento público. Os poucos casos de que se tem notícia são considerados apenas como desvios individuais, e sobre eles, pastores compungidos logo tecem uma centena de explicações que nada explicam ou, quando muito, um pedido de perdão em nome de seu deus, que a tudo perdoa, quando a grana é boa (não resisti à rima).</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Liberdade de culto é um princípio constitucional. Sob essa cláusula, no entanto, não se podem cometer crimes. E mais: denunciar as falcatruas dessas falsas igrejas coletoras de dízimo para enriquecimento ilícito de pastores não é perseguição religiosa.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Perseguição religiosa é que o fazem os seguidores dessas igrejas evangélicas quando seus pastores afirmam ser satânicas as crenças umbandistas ou do candomblé, incentivando a violência contra casas e templos de culto dessas religiões afrodescendentes, em casos claros de intolerância e racismo.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Portanto, só para finalizar: são, sim, criminosos os cultos que louvam a deus em templos salomônicos, erguidos com a espoliação do povo e enriquecem seus pastores, que vivem em mansões também salomônicas, viajando em jatinhos particulares, e passando férias nababescas em paraísos terrestres, enquanto seus iludidos seguidores oram compungidos e sacrificam até o dinheiro das suas necessidades diárias para pagar o dízimo que financia tudo isso, em troca da salvação em paraísos celestiais.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">E dizem que têm deus no coração!</span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-67961177899272530762023-04-27T11:06:00.001-07:002023-04-27T11:07:03.429-07:00A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O MAL QUE PODE CAUSAR AOS SERES HUMANOS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjinZ8EwezfVj3K37e32qU54DtJHxCPIOy2VYnecEK4pTExd-pMP4LiMc3a0InA802KEPW5aiIhMB8SjWz0kFyuB_vTP77cBDOrQQViMWc0WRy3ZZSsMoIZPw3hRaRojDE_HHG60-iSdw-WxQt673-9NLxeVMbkLajmtyn_OhLK7crPy39t2EltD3GqWQ/s350/xfig%20Adrien%20Vernet.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="350" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjinZ8EwezfVj3K37e32qU54DtJHxCPIOy2VYnecEK4pTExd-pMP4LiMc3a0InA802KEPW5aiIhMB8SjWz0kFyuB_vTP77cBDOrQQViMWc0WRy3ZZSsMoIZPw3hRaRojDE_HHG60-iSdw-WxQt673-9NLxeVMbkLajmtyn_OhLK7crPy39t2EltD3GqWQ/s320/xfig%20Adrien%20Vernet.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">(Adrien Vernet)</span></div><br /><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O que mais me encantava na ficção de Isaac Asimov, quando ele escrevia sobre os robôs do futuro, era o aspecto ético incutido na memória profunda das máquinas do que hoje chamamos de inteligência artificial (IA), com as três leis da robótica:</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">· <i>Um robô não pode causar dano a um ser humano nem, por omissão, permitir que um ser humano sofra.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>· Um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos, exceto quando essas ordens entrarem em conflito com a primeira lei.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>· Um robô deve proteger sua própria existência, desde que essa proteção não se choque com a primeira e a segunda lei.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">A preocupação do autor se concentra na segurança dos seres humanos, já que seus robôs são cada vez mais “humanizados”, a tal ponto que conseguem até mesmo filosofar sobre sua própria existência e a sua relação com seus criadores, num dos contos belíssimos de “Eu, Robô”. Se ele, o robô, é mais inteligente e mais capaz do que qualquer ser humano, como pode ser uma criatura e não ele mesmo o criador? Mas, as três leis da robótica não permitem que ele transforme em revolta o que a sua lógica parece levar, ou seja, a uma espécie de domínio da máquina sobre o ser humano.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Essa era uma preocupação que parecia ser suficiente na ficção, para que nos preparássemos para a “inteligência” robótica. Estávamos seguros. Mas, a realidade atropela a ficção e hoje a segurança humana está localizada em aspectos impensáveis na época de Asimov, que não está tão longe assim.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Para não nos alongarmos muito, já que o assunto é complexo, lanço a pergunta que não quer calar: em que aspectos da vida humana a IA nos ameaça?</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Antes de responder, quero dizer que sou fã diletante da IA no que ela pode nos trazer de benefícios em inúmeros aspectos da vida cotidiana, na resolução de problemas complexos e até mesmo na administração de muitas situações em que temos tido imensas dificuldades, como, por exemplo, o trânsito, principalmente das grandes cidades, com seus congestionamentos, acidentes e atropelamentos. Diz Yuval Harari, em um de seus livros, que, num futuro não muito distante, os humanos serão proibidos de dirigir máquinas, como os automóveis, resolvendo-se, assim, problemas como atropelamentos, falta de espaço para garagens, poluição etc.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Mas, voltemos àquilo que eu creio ser a maior ameaça da IA aos seres humanos: a criatividade.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">A capacidade de criar obras de arte, sejam de que tipo for, desde uma escultura até um romance ou poemas, talvez seja um dos aspectos mais complexos da evolução humana. Somos capazes de imaginar e de sonhar. Mas, acima de tudo, somos capazes de transformar a imaginação e o sonho em obras que encantam e, principalmente, tornam mais humanos e mais civilizados os seres humanos que somos. Ou seja: a arte humaniza o ser humano. Mais do que qualquer outro aspecto civilizatório, contemplar uma obra de arte, ler um romance ou um poema, assistir a uma peça de teatro, aplaudir um espetáculo de dança, ouvir música etc., tudo isso tem para nós o valor inestimável de um acervo que eleva a nossa mente a um tal grau de satisfação e de orgulho de sermos humanos, que nenhuma outra obra tem capacidade de realizar. A necessidade da existência da arte e dos artistas reside precisamente nisso.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Assim, quando os algoritmos da IA ganham capacidade de realizar obras de arte, a partir de um incalculável e inimaginável banco de dados, e até mesmo nos convencer de que o que ela realizou é uma obra de arte, ela está ameaçando o ser humano em seu cerne, em seu aspecto mais profundo de humanidade. Porque, por mais que seja passível de ser julgada como obra de arte um quadro ou um romance ou um poema ou uma música etc. que a IA produza, não passa de um pastiche, ou seja, a reorganização em outros padrões aparentemente criativos de obras pré-existentes. Mesmo que um músico, por exemplo, julgue de “qualidade” uma valsa ou uma música pop ou um rock criados pela IA, ele está sendo enganado por uma falsa percepção de originalidade, já que as notas musicais ali produzidas apenas compilam centenas de milhares de outras composições, num arranjo “inteligente”. Um romance ou um poema escritos pela IA, mesmo que pareçam originais, não passam de um rearranjo de frases e situações de seu imenso banco de dados. Há, portanto, a ilusão de originalidade, mas é uma pseudo originalidade, um pastiche apenas. O pior disso tudo é que há muita gente se enganando sobre isso. Achando que IA é realmente uma saída para a sua própria falta de originalidade e, num desvio ético tenebroso, publicando livros e outras obras “criadas” pela IA como se fossem de sua autoria e driblando a boa fé dos consumidores de arte.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Eu acredito que está nas nossas mãos, na capacidade de criar e de imaginar dos seres humanos, a responsabilidade de discutir seriamente até onde pode interferir em nossas vidas essa imensa capacidade tecnológica da IA. Assim como Isaac Asimov criou as três leis da robótica, para a segurança dos humanos, devíamos começar a pensar seriamente em leis de ética para impedir mesmo que a IA invada a criatividade humana com sua pseudo criatividade e chegue ao ponto de tornar ainda mais bárbaro o ser humano, ao tomar dele a capacidade de sonhar e criar. Um basta vigoroso a isso, antes que, com o tempo, normalizemos a “arte” da máquina em detrimento da arte criada por humanos. Porque, quando isso acontecer, aí sim teremos sido dominados completamente pelos robôs, sem que eles precisem se revoltar contra seus criadores.</span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-26465383190623280892023-04-24T09:53:00.001-07:002023-04-24T09:53:07.161-07:00 MAIS UMA INSANIDADE: A CPMI DO GOLPE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtcOiVM9QFXQ9j1UdTRbbLqsI7hQRlLHKDQmcsCDyTuagZORxGfA-w6FWfWK1MOQM-ruOTx1bh_c9bwU86e4D_ejbZI5uyA5Scf-GUZRe3DEocUxSurT0xP69XYWfzCfGuA5aSGs7sMqPqB85kde9KgYrBcVr3OHGRATNE9xClVpzPEWHomwKburJmNg/s735/111golpistas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="735" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtcOiVM9QFXQ9j1UdTRbbLqsI7hQRlLHKDQmcsCDyTuagZORxGfA-w6FWfWK1MOQM-ruOTx1bh_c9bwU86e4D_ejbZI5uyA5Scf-GUZRe3DEocUxSurT0xP69XYWfzCfGuA5aSGs7sMqPqB85kde9KgYrBcVr3OHGRATNE9xClVpzPEWHomwKburJmNg/s320/111golpistas.jpg" width="313" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><b style="font-family: georgia;">A lógica parlamentar é clara: uma CPI (ou CPMI) é um instrumento de fiscalização do governo, usado pelas oposições para investigar desmandos do poder público ou algo de grande interesse popular que o governo não tem provido de forma correta. Ou seja, é UM INSTRUMENTO TIPICAMENTE DE OPOSIÇÃO.</b></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>No entanto, a oposição ao governo Lula quer uma CPMI para investigar os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023, quando o governo mal havia começado a governar de fato; quando ainda havia muitos ministros e secretários e servidores a serem nomeados e quando os nomeados mal haviam tomado pé da situação dos órgãos a que começaram a comandar. Tudo era ainda um mistério, diante do descalabro administrativo deixado de herança pelo governo anterior. E não vou, aqui, falar desse governo, porque todos sabem o que ele fez.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Dia 8 de janeiro: uma marcha de manifestantes, comboiada pela polícia militar do Distrito Federal, sai do acampamento do exército e vai até à praça dos Três Poderes, aonde não poderiam ir, por ser espaço interdito a tais manifestações, principalmente num domingo, sem que as autoridades competentes tomassem conhecimento, para enviar efetivos militares de proteção, o que é, constitucionalmente, obrigação do governo do Distrito</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Federal.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Todos viram as imagens da televisão e dos circuitos internos dos palácios invadidos e depredados pelos vândalos golpistas, todos bolsonaristas enrolados em suas bandeiras ou vestidos de verde-amarelo, a marca dessa famigerada legião de fanáticos: um espetáculo de golpismo e de estupidez humana raramente registrados na história.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Agora, não se sabe como, ou melhor, sempre desconfiamos da origem, surgiu a ideia entre as hostes bolsonaristas de culpar o governo atual por aquilo que todos viram e as imagens documentaram. Culpar a vítima pelo estupro da democracia perpetrado por hostes bolsonaristas, com a desculpa de que havia infiltrados entre os manifestantes e que foram esses infiltrados que incentivaram os atos de vandalismo e depredação.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Entortar a lógica, modificar fotos e vídeos, deturpar a palavra alheia, construir um mundo paralelo de culto a uma figura asquerosa como Bolsonaro sempre foi um dos pilares da doutrina – se é que podemos chamar de “doutrina” – desses indivíduos cooptados pela mais estúpida das facções políticas do século XX, o nazifascismo. Mas, imputar à vítima – no caso, o governo atual – a culpa pelos atos de terror e vandalismo perpetrados por essa horda de canalhas golpistas já é um pouco demais. É brincar com a lógica dos fatos e levar ao extremo a ideia nazifascista de que uma mentira mil vezes repetida se torna verdade e de que a realidade dos fatos – o passado recente fartamente documentado – possa ser modificado e adaptado a seus interesses espúrios e antidemocráticos.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Até aí concordamos que a falta de lógica tem seu campo devidamente fertilizado pela estupidez e pelo delírio. Mas há um limite para a estupidez e para a falta de lógica e esse limite está sendo claramente ultrapassado, numa evidência de que, para os bolsonaristas, a estupidez alcança índices astronômicos: CONVOCAR UMA CPMI PARA INVESTIGAR OS ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS DE 8 DE JANEIRO.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Vão, claro, tentar fazer dessa CPMI um show de horrores, de que, tenho a mais absoluta certeza, vão sair todos devidamente queimados – e espero que para sempre - diante de fatos contra os quais não há argumentos.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Quem viver verá!</b></span></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-75738461594972538852023-04-14T07:58:00.002-07:002023-04-14T07:58:36.549-07:00SÃO PAULO: UMA SOLUÇÃO PARA OS MILHARES DE MORADORES DE RUA?<div style="text-align: center;"><b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7P0WslDjs-mS_IUyXR8fHLuyXvhytMdrN9O63XLLxAnqhpplXq8G8SHMTKeCtjZgmbF6pA45-i8hoobi-0qdQ1V3Pe46weUgR9X3Egm26C76Fwl-IKYdxWHkBtvVWGVKw7gebbVDP3DnAaWWWrw3AuOSPcXhD3VHUu4KMusBrgCm44oWiLttZv6834g/s848/111Cracolandia-848x477.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="477" data-original-width="848" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7P0WslDjs-mS_IUyXR8fHLuyXvhytMdrN9O63XLLxAnqhpplXq8G8SHMTKeCtjZgmbF6pA45-i8hoobi-0qdQ1V3Pe46weUgR9X3Egm26C76Fwl-IKYdxWHkBtvVWGVKw7gebbVDP3DnAaWWWrw3AuOSPcXhD3VHUu4KMusBrgCm44oWiLttZv6834g/s320/111Cracolandia-848x477.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O governador de São Paulo e o prefeito da capital estão elaborando um projeto que pretende levar para o campo milhares de moradores de rua, para se empregarem em propriedades de agricultura familiar. Dizem que são 187 mil fazendeiros com possibilidade de dar emprego a essas pessoas, com o compromisso, por parte do Estado, de adquirir parte da produção agrícola, coisa que é mais ou menos de lei, mas que não se cumpre.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O plano, em teoria, é bom. Mas, como disse Millôr Fernandes, “a nobreza de uma ideia não tem nada a ver com o canalha que a exprime”, minhas desconfianças começam com as verdadeiras intenções dos autores: o Zé Carioca e o Barbicha, respectivamente governador e prefeito.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Nenhum dos dois é confiável, em termos de ideologia, já que podem estar se escondendo num modelo higienista, simplesmente. Por isso, para que esse plano que, repito, pode ser interessante, não se tranforme em apenas jogar no mato uma população desesperada por emprego, por moradia, por uma vida digna, é necessário que fiquemos de olho em alguns pontos, dada a sua complexidade de aplicação:</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">1. que somente participe da remoção (que é, ao cabo, o que se pretende fazer) somente as pessoas que realmente queiram ir embora de São Paulo (a confiar nas pesquisas, dizem que até 30% das pessoas que aqui moram têm vontade de sair, de ir para outros lugares ou voltar para suas regiões de origem, e acredito que entre a população de rua esse número pode até ser bem maior);</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">2. que as pessoas que anuírem ao plano tenham, de início, algum tipo de preparação para o tipo de trabalho que vão realizar, seja em termos de treinamento para o trabalho no campo, seja em termos de comportamento e adaptação ao novo ambiente;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">3. que tenham, pelo menos por um bom tempo (um ou dois anos) acompanhamento de sua situação no novo ambiente, para que não se transformem em mão de obra explorada ou até mesmo escravizada (com as novas tecnologias de comunicação, isso não é muito difícil de ser feito);</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">4. que famílias não sejam separadas e que haja condições para que todos tenham vida digna, com casa, condução (quando for o caso) e escola para as crianças (quando houver) e ocupação também para o cônjuge.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Essas são apenas algumas das preocupações que esse plano de remoção e transferência do povo de rua de São Paulo para o trabalho em estabelecimentos agrícolas no interior. Muitos outros detalhes devem ser devidamente levantados, estudados e discutidos por especialistas. Não se pode confiar totalmente nas intenções desses nossos governantes, porque seu histórico ideológico não nos permite bater palmas para planos mirabolantes - que podem dar certo - mas que precisam de uma execução humanitária e não simplesmente higienista.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-48321586987603930072022-12-15T09:49:00.004-08:002022-12-15T09:49:18.313-08:00NÓS SABEMOS O QUE “ELES” FIZERAM NESSES QUATRO ANOS. MAS “ELES” TAMBÉM SABEM<p> </p><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; font-weight: bold; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibJ66oUh_oId-l42EH10fY-APGySeWBalVAxDvdAk19eGPdiUH21McCc4OMWCXDtxwX4H9CyxAcsW4wU-4wZCuXHSgM2BO3F5EOsSixVz0LyuTiiEQge9YeLWaKLFLWAb8AfcjJD4SMw6PWfB_kgcBy-j9JspN7pEYS0NBcvFl4qO-Yq69T7FPdfz7-A/s505/xfig%20Edvard%20Munch%20-%20ogrito.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="505" data-original-width="400" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibJ66oUh_oId-l42EH10fY-APGySeWBalVAxDvdAk19eGPdiUH21McCc4OMWCXDtxwX4H9CyxAcsW4wU-4wZCuXHSgM2BO3F5EOsSixVz0LyuTiiEQge9YeLWaKLFLWAb8AfcjJD4SMw6PWfB_kgcBy-j9JspN7pEYS0NBcvFl4qO-Yq69T7FPdfz7-A/s320/xfig%20Edvard%20Munch%20-%20ogrito.jpg" width="253" /></a></div><span style="font-size: xx-small;">(Edvard Munch - o grito)<br /></span><span style="font-family: georgia; font-weight: bold;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Foram quatro anos de pesadelo. Está chegando ao fim. O pesadelo, não suas consequências. O fim de um ciclo de trevas não significa necessariamente o início de outro, luminoso e promissor.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O governo, ou melhor, o desgoverno que se encerra dia 31 de dezembro deixa não exatamente uma “herança maldita”, mas um descalabro total, em termos não só ideológicos, mas de administração pública. Nunca se viu, desde a instalação da república, em 1889, um tal desprezo pela prática administrativa. Todos, absolutamente todos os setores da administração pública estão um caos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Enxertaram na máquina pública milhares de militares – que não servem para nada – e milhares de evangélicos, que servem menos ainda: são incompetentes e limitados a uma visão de mundo apequenada e voltada para interesses mesquinhos. Resultado: destruíram mecanismos tradicionais de administração, de controle, de compliance. A máquina pública está simplesmente emperrada.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">À parte isso, ideologizaram programas de governo, admitindo práticas absurdas ou fechando os olhos para o assalto ao bem público de verdadeiras quadrilhas que fizeram e desfizeram como bem entenderam dentro de seus setores, sem qualquer controle, sem se envergonharem do que faziam, por que o faziam de caso pensado e com o beneplácito e até mesmo o incentivo daquele que se dizia presidente.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Isso aconteceu, por exemplo – e é só um único exemplo –, nos órgãos ambientais. Primeiro, nomeou-se um ministro comprometido com qualquer negócio escuso para ganhar dinheiro, menos com o meio ambiente. Depois, afrouxaram todos os mecanismos de fiscalização. Ibama e ICMbio foram usados e abusados não para cuidar de questões ambientais, mas para abrir as portas para madeireiros, garimpeiros, agronegócio irresponsável etc. E a “boiada passou”, deixando um passivo de destruição que levaremos anos e anos para identificar e mitigar. O mesmo ocorreu na educação, na saúde, nas relações exteriores, na área social, na economia, enfim, não há um só ministro do qual se possa dizer que tenha feito um trabalho pelo menos razoável.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Serão necessários muitos meses e, em alguns casos, alguns anos para que a administração federal retome boas práticas e volte a funcionar a pleno vapor. Por isso, eu sugeri no início deste texto, que os tempos de trevas ainda podem permanecer, mesmo após a posse do novo governo.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O pior: nós sabemos o que esse desgoverno fez, mas ele também sabe. E sabe muito bem. Porque não foi apenas por incompetência – uma tremenda incompetência, sem dúvida – : foi de caso pensado, era uma espécie de programa de governo a destruição sistemática do Estado, com fins inconfessáveis para nós, que assistimos a tudo sem nada poder fazer, mas certamente “eles” sabiam o que pretendiam. E o que pretendiam, podemos ter certeza, não era e não é nada democrático ou voltado para qualquer interesse do povo brasileiro.</span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-78832422908138752212022-12-11T06:46:00.000-08:002022-12-11T06:46:04.440-08:00ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE FUTEBOL<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDS6odWHNs7lZYGsaRFukM8Inlf8ZK3rMjsRryFpr-TAyQ449lX9Np6tcC1JquBuy_4fGBJi1yEgppdEa06uL4IOW3G4h6btrzDBpJdBLAmol8W0XzUWoBGNWZZtpxTL4WKKn9-8L7SbRLpapD5mBMir6Uz-CfJGIR8IOQZ9IueE46IvOlFkVUISqEzg/s1500/111crian%C3%A7asjogandofutebol.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1064" data-original-width="1500" height="284" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDS6odWHNs7lZYGsaRFukM8Inlf8ZK3rMjsRryFpr-TAyQ449lX9Np6tcC1JquBuy_4fGBJi1yEgppdEa06uL4IOW3G4h6btrzDBpJdBLAmol8W0XzUWoBGNWZZtpxTL4WKKn9-8L7SbRLpapD5mBMir6Uz-CfJGIR8IOQZ9IueE46IvOlFkVUISqEzg/w400-h284/111crian%C3%A7asjogandofutebol.jpg" width="400" /></a></div><span style="font-size: xx-small;">(Autoria não identificada)</span><p></p> <div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Eu vejo futebol há séculos. Aprendi que é o esporte coletivo mais belo e refinado que há, porque depende de uma série de fatores enormes, em campo e fora dele, inclusive o imponderável. Uma bola chutada no gol que faz uma curva improvável e engana o goleiro. Os cobradores de pênalti que temem o goleiro adversário, porque viram que já fizera grandes defesas e erram o pênalti. Um drible desconcertante, que desmonta toda uma defesa. Um time que joga 90 minutos da defesa e faz um gol no último minuto, em contra-ataque. Jogador que entra em campo para fazer a diferença e é expulso na primeira jogada, por entrada violenta no adversário. Gols de beleza plástica e gols bisonhos, de canela, de bunda, até de mão. Erros absurdos de juízes, que decidem uma partida. Juiz apitando o fim do jogo, quando a bola estava viajando da cobrança de escanteio para a área. Defesas mirabolantes de goleiros atrevidos. Frangos acachapantes de grandes goleiros e defesas impressionantes de goleiros medíocres. Vitórias por goleadas e vitórias sofridas. Enfim, o improvável pode acontecer até no último segundo. Equipes bem mais fracas vencendo equipes poderosas. Goleadas improváveis, assim como derrotas absurdas. Todo o drama humano se passa durante os 90 minutos ou mais de uma partida de futebol. Por isso, é tão apaixonante. Mas, o apito final encerra tudo. Quem perdeu que chore e se lamente, quem ganhou que comemore. E nós, torcedores, só temos a agradecer aos atletas, quando ganharam e entender nosso time, quando perde, já que nada mais há a fazer. E aguardar o próximo jogo, o próximo campeonato. Só. Mais nada. Que os analistas escrevam e falem o quanto quiserem, que é para isso que ganham: para fazerem belas análises, que aplaudimos, ou para falarem um monte de merda, que lamentamos. Se nosso esquadrão poderoso (na nossa opinião) foi derrotado ou foi vitorioso, que o choro ou a alegria não ultrapassem o tempo de algumas poucas horas de luto ou euforia e sigamos a vida. Consolemo-nos com o fato de termos sido testemunhas de um belo espetáculo, que se renova a cada partida, seja de uma seleção de um país ou de um time de várzea. Futebol é isto: a vida entre quatro linhas, com seus dramas e alegrias. Assim como um belo concerto de música ou um filme emocionante ou uma peça de Shakespeare. Arte, enfim. Não sofrimento.</span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-69225045185719073622022-10-03T11:29:00.001-07:002022-10-03T11:29:13.206-07:00O CONGRESSO-PESADELO QUE SAIU DAS URNAS<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_yBGx3lN9sotMHGHYKnXzIHMKv021xs_5dUakVkVWSeCKdCKj7nwGL2fYNjbI4dWf_rs9Y-FpnWhMO6NqkS8i7MJ4ZQwpGwdm8Wsa9D3Z2_ssIe_1l_IrYOW0zfFLcIqI7QKlsBqHBYKbK91RnXQ-1IakksOPRM3XNsw47ucUxZ5xojjtEsFtxJZpeQ/s576/111estadonovo.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="576" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_yBGx3lN9sotMHGHYKnXzIHMKv021xs_5dUakVkVWSeCKdCKj7nwGL2fYNjbI4dWf_rs9Y-FpnWhMO6NqkS8i7MJ4ZQwpGwdm8Wsa9D3Z2_ssIe_1l_IrYOW0zfFLcIqI7QKlsBqHBYKbK91RnXQ-1IakksOPRM3XNsw47ucUxZ5xojjtEsFtxJZpeQ/s320/111estadonovo.webp" width="320" /></a></div><br /><p class="MsoNormal"></p><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O Congresso Nacional – Câmara e Senado – adquiriu, nessas eleições, um perfil extremamente conservador, com a bancada do ódio, os eleitos na esteira do bolsonarismo e fiéis ao atual presidente. Há, é claro, o chamado centrão, mas esse é o fisiológico de sempre: alinha-se aos vencedores, em busca de vantagens. Já a bancada do ódio é ideológica. Se o atual presidente conseguir se reeleger, teremos um governo com domínio total do Congresso, podendo fazer passar todos os projetos que quiser. Conhecendo esse governo, sabemos o quão totalitário ele se tornará, pois conseguirá, através de leis e mudanças na Constituição, por exemplo:</span></b></div><p></p><br /><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">1. modificar a composição do Supremo Tribunal Federal, conseguindo colocar mais ministros conservadores alinhados com o governo;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">2. passar uma emenda que permita a reeleição sem limites;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">3. proibir o aborto em todas as situações;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">4. permitir a mineração na Amazônia, principalmente em terras indígenas;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">5. aliviar as multas por desmatamento, para beneficiar o agronegócio, em nome da criação de empregos no campo e de aumentar a produção e a exportação de alimentos;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">6. retirar direitos dos trabalhadores, como fundo de garantia e décimo terceiro salário, em nome da criação de empregos (sempre essa desculpa) e de aliviar a folha salarial das empresas;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">7. retirar direitos das minorias, como proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo; como eliminar as cotas raciais e sociais; como modificar as leis que permitam demarcar terras indígenas e de quilombolas, etc. etc.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">8. impor às escolas fundamentais, principalmente, cartilhas de doutrinação ideológica, como o amor exacerbado a símbolos nacionais (obrigar os alunos a cantar uma vez por semana o hino nacional durante o ato de hasteamento da bandeira) e o temor ao comunismo, assim como fez Getúlio Vargas na década de 30 do século passado;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">9. impor às administrações escolares a presença de militares, com a desculpa de melhorar a segurança;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">10. anular todas as leis de incentivo à cultura e impor modelos autoritários nessa área;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">11. flexibilizar a compra e uso de armamentos para toda a população e não apenas para os caçadores, atiradores e colecionadores;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">12. privatizar empresas estatais, inclusive a Petrobrás;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">13. flexibilizar as leis e regulamentos ambientais para a construção de rodovias, ferrovias, represas etc., concedendo a prefeitos e governadores o direito de legislar sobre o meio ambiente;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">14. fixar em lei o aumento do salário-mínimo somente pelo índice de inflação;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">15. privatizar o Sistema Único de Saúde (SUS) ou, pelo menos, aumentar a participação de entidades do setor privado na administração e prestação de serviços da saúde pública;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">16. reformar a Previdência Social, retirando ou diminuindo direitos de aposentadoria, com a desculpa de sanear as contas públicas;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">17. eliminar o sistema de teto de gastos, para permitir ao governo dispor do orçamento sem quaisquer amarras;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">18. manter o orçamento secreto dos parlamentares, com o intuito de melhor controle do legislativo;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Essas são apenas algumas das possibilidades que o amplo “saco de maldades” do governo atual perseguirá, se for reeleito. E isso sem falar no projeto político de continuísmo, através da reeleição do atual mandatário ou da eleição de um de seus filhos, no futuro. Ou seja, o Brasil estará sob o manto negro do mais negro totalitarismo já registrado na história, sem situação muito pior do que o Estado Novo de Getúlio Vargas e, em termos de retrocesso político, social e econômico, pior ainda do que no tempo da ditadura militar, já que tudo isso será feito sob a égide da permissão popular, através do voto que escolheu o Congresso mais ideologicamente de ultradireita de todos os tempos. Apenas não sei se essa escolha por partidos e representantes desse neonazifascismo à brasileira se deveu a uma ignorância crônica ou pontual de nosso povo, ou esse povo brasileiro é mesmo assim, um povo que se sujeita à canga e à perda de direitos e da liberdade em troca, talvez, de uma maior e ilusória segurança.</span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-65498745850591701762022-06-13T12:26:00.010-07:002022-06-13T12:28:36.945-07:00CRIMES INSOLÚVEIS?<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjosS7NIUN4eUnVYM8EmedHEpVkKWTEFsXC7r-v78qPv6kr6J4Sikc-22TGpCe_70Q1ifHlP3YRS_NjbXbrBKltASWVkTc3BWi6v23vkFJoYFfEQSq9O5HNpblG4YVzs0t76GnDBmkdIc7lSyrKwk1kU6dnvQRN9kGL2064VUC0MpihWZym4sRTP0PyQQ/s640/xfig%20James%20Ensor%20-%20The%20Assassination.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="503" data-original-width="640" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjosS7NIUN4eUnVYM8EmedHEpVkKWTEFsXC7r-v78qPv6kr6J4Sikc-22TGpCe_70Q1ifHlP3YRS_NjbXbrBKltASWVkTc3BWi6v23vkFJoYFfEQSq9O5HNpblG4YVzs0t76GnDBmkdIc7lSyrKwk1kU6dnvQRN9kGL2064VUC0MpihWZym4sRTP0PyQQ/s320/xfig%20James%20Ensor%20-%20The%20Assassination.JPG" width="320" /></a></div><span style="font-size: xx-small;"><div style="text-align: center;">(James Ensor - The Assassination)</div></span><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Não há crime perfeito, há crimes mal investigados.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">A má investigação de um crime pode ocorrer por diversos motivos, sendo os principais:</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">1. incompetência dos investigadores na preservação e na análise minuciosa e precisa do local do crime, no interrogatório das testemunhas, no trato das provas etc. etc. etc.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">2. falta de metodologia na investigação, como a existência de protocolos rígidos e devidamente comprovados, para levantamento de provas e outras providências;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">3. falta de recursos e de tecnologia apropriada, como exames laboratoriais sofisticados, equipamentos de vídeo e de detecção de sinais imperceptíveis de presença etc. etc. etc.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">4. falta de interesse dos investigadores, como forma de proteção de suspeitos, ou por motivos corporativistas ou por ordem de autoridades, o que implica, às vezes, até mesmo a ocultação e destruição de provas.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Se tomarmos como exemplo, a série de crimes cometidos por Jack, o estripador, em Londres, em 1888, podemos observar que vários dos motivos acima podem ser arrolados, como incompetência dos investigadores, principalmente por não haver ainda uma metodologia comprovada de boa investigação criminal: o local de cada crime nem sempre foi preservado e analisado, a convocação e interrogatório de testemunhas foram falhos; os corpos das vítimas não tiveram uma necropsia bem feita (dizem que o “corpo fala”); faltavam recursos tecnológicos, bastante precários na época; enfim, toda a investigação foi cercada de muito amadorismo pela polícia londrina, não acostumada com a ideia de um assassino em série.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Hoje, no entanto, são poucos, pouquíssimos, os casos de crime de morte que não sejam desvendados, mesmo passados alguns anos: temos metodologia de investigação e muita tecnologia à disposição dos investigadores, desde substâncias que detectam sangue oculto em veículos, em vestes, em locais suspeitos, até sofisticados exames de laboratório, incluindo o exame de DNA, que tem condenado muitos assassinos e libertado muitos inocentes. Basta que haja interesse e, às vezes, investimento financeiro e humano para que o criminoso seja descoberto. Há alguma complicação quando o crime é encomendado, isto é, descobrem-se os executores, mas é preciso identificar o mandante. Mesmo que os executores tenham sido mortos, em troca de tiros com a polícia ou por queima de arquivo, ou presos, se recusam a confessar a autoria intelectual do crime, os investigadores têm recursos para seguir a trilha pregressa dos executores e chegar ao mandante. Quando isso não acontece, é porque caímos na quarta causa da má investigação criminal: a descoberta do mandante contraria interesses poderosos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">É o que acontece, na minha opinião, com um crime hediondo e de grande repercussão nacional e internacional, ocorrido há mais de quatro anos, no Rio de Janeiro: o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Os executores do crime estão presos, mas há uma pergunta sem resposta até hoje: Quem mandou matar Marielle?</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Eu acredito que um núcleo “duro” de investigadores sabe exatamente quem foram os mandantes. No entanto, não o podem revelar, porque, possivelmente essa revelação abalaria alguns pilares da república (o que já é um bom motivo para o silêncio) ou esses investigadores poderiam sofrer represálias terríveis, com ameaça de morte, não apenas dos implicados, mas principalmente de seus familiares (e esse é um argumento terrível, para qualquer ser humano: colocar em risco elementos de sua família, pais, irmãos, irmãs etc., por motivo profissional).</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Por isso, meus caros (e parcos) leitores, é possível que nós, da nossa geração, jamais tenhamos a solução completa desse crime.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Talvez daqui a cem anos?</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Agora, mais um crime terrível está no ar: o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, nas matas da Amazônia, cujos corpos acabam de ser encontrados. Que tenha havido um crime não se duvida. Que se prendam os executores, também é muito provável e quase certo.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Mas... será que, mais uma vez, morrerá na nossa garganta o mesmo grito de sempre: QUEM MANDOU MATAR?</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-52805469163342000772022-03-16T10:50:00.001-07:002022-03-16T10:50:34.321-07:00EXPLICANDO O QUASE INEXPLICÁVEL: BOLSONARO<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhiY2TCpbYRxtF2LRJEEJ5HusdruH4gxZzhiDlT_ecUHMqML-S4gyZVZ1a0tFd-4LoDIDCDPUybKHx06SwiUaAY_oZPKZTZ23uNCwVh-ahYAkKF9MIlxCEpVnW-vuQp57sm3e0ga_lOLqVgP4axxRmm3qgza_wcM6OaKZ9c53lYPy9l7VFDda9blpfxbA=s528" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="280" data-original-width="528" height="170" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhiY2TCpbYRxtF2LRJEEJ5HusdruH4gxZzhiDlT_ecUHMqML-S4gyZVZ1a0tFd-4LoDIDCDPUybKHx06SwiUaAY_oZPKZTZ23uNCwVh-ahYAkKF9MIlxCEpVnW-vuQp57sm3e0ga_lOLqVgP4axxRmm3qgza_wcM6OaKZ9c53lYPy9l7VFDda9blpfxbA=s320" width="320" /></a></div><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Não sendo historiador ou pesquisador de qualquer natureza, mas um mero curioso e, mais do isso, um “poeta pensador” ou um “pensador poeta”, posso levantar hipóteses e citar de memórias possíveis fontes, sem que as comprometa ou me comprometa com a verdade ou com qualquer outro princípio que não seja o meu raciocínio, o meu pensamento.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Dito isso, vou tentar desvendar o “mistério” Bolsonaro.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Por que um indivíduo estúpido, sem cultura, preconceituoso, homofóbico, racista, misógino e, possivelmente, envolvido em crimes, conseguiu atrair milhões de eleitores e ser eleito presidente da república.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Claro que há uma explicação mais imediatista: uma intensa veiculação de notícias falsas pelas mídias sociais e a atração de um eleitorado anestesiado, no qual, durante meses, foi inoculado um ódio absurdo ao Partido dos Trabalhadores, principalmente causado pelas condenações ainda mais absurdas, de seu líder, Luís Ignácio Lula da Silva, aplicadas pelos juízes golpistas da chamada “operação lava jato”, montada especificamente para destruir o PT, financiada pelos Estados Unidos e pela direita hidrófoba brasileira.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Mas, há uma explicação mais profunda e mais complexa, que remonta a alguns conceitos da chamada corrente da “nova história”, desenvolvida desde 1929 pelos historiadores franceses da revista dos Annales, a chamada “escola dos Annales”, principalmente os conceitos da “história das mentalidades”.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Sempre acreditei que o longo período histórico que denominamos “idade média” foi a época em que o cristianismo católico tomou de assalto, de forma avassaladora, as mentes humanas, tornando-se a religião não só predominante no Ocidente, mas a única, espalhando seus tentáculos em todos os aspectos da vida humana, desde os atos mais comezinhos até a interferência nos governos de reis, príncipes e ministros de toda a Europa. Assimilou crenças pagãs antigas, imiscuiu-se nas mentes, comandou exércitos, sagrou reis, fortaleceu o papado e sua hierarquia interna; estabeleceu leis, criou ritos, impôs seus mandamentos e aterrorizou as mentes com seus credos e implantou definitivamente o monoteísmo, o cristianismo e todas as suas crenças e crendices e aprisionou definitivamente os seres humanos numa teia de regras e mandamentos, sob a ameaça de um juízo final e da danação no fogo eterno do inferno das almas que não lhe obedecessem. Sem dúvida, diria um filósofo da atualidade, tornou-se o mais poderoso meme da história da humanidade, não tendo concorrência nem mesmo nas religiões orientais.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O império da Igreja Católica Apostólica Romana, a ICAR, com seus papas e sua hierarquia militar, com suas hordas de anjos, santos e profetas, somente teve seu império abalado pelo cisma de Lutero, Calvino e seus seguidores, no século XVI. Essa reforma, entretanto, não abalou os alicerces do cristianismo. Ao contrário, serviu para fortalecê-lo ainda mais, agora sob novas diretrizes, abrindo caminho para o que hoje chamamos fundamentalismo. As igrejas protestantes divergiram de Roma no tocante a poucos aspectos da doutrina, principalmente os aspectos mercantilistas, continuando, entretanto, a perseverar nos elementos fundamentais do cristianismo. Um cristianismo até mais profundamente deísta, de ligação direta de seus seguidores com um deus ainda furibundo e vingativo, mas agora mais próximo dos crentes e mais disposto a ouvi-los. Os milagres não precisavam mais de intermediários, os santos, mas podiam ser pedidos diretamente a esse deus.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">É preciso notar que essa “pureza doutrinária” marcou durante quatro séculos as igrejas dissidentes de Roma e abriu caminho para a aceitação de princípios renegados pela ICAR, como a usura, o capitalismo, a crença na luta por uma vida melhor aqui na terra, mas uma vida de ascetismo espiritual, algo meio paradoxal, já que os seus seguidores são obrigados a sacrifícios e à quase pobreza, no limite da dignidade provida por deus, em prol de uma pequena mas aguerrida “elite” formada por pastores, aqueles que têm a responsabilidade de levar “a palavra do senhor”. Somente no final do século XX, esses “pastores” perderam totalmente a vergonha e passaram a usar de seu poder de convencimento para amealhar fortunas à custa da escravização mental de seus seguidores. Voltaremos a esse assunto mais adiante.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Quando dissemos que o cristianismo se tornou o mais poderoso meme do planeta, ressaltamos sua origem na idade média, para afirmar, com convicção, que esse período da história, com suas crenças e crendices, não terminou: todo o desenvolvimento social, tecnológico e político que ocorreu a partir do século XVI até nossos dias não apagou da mente dos humanos nem o deísmo arraigado nem as crenças, ritos e rituais dele decorrente. Somos medievais modernos. Somos medievais tecnológicos. Mas somos ainda seres humanos da idade média.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">A maioria avassaladora da humanidade acredita em deus, esse ser criador absurdamente onipotente e onipresente. Muitos dos que hoje duvidam dessa crença, dizem-se “agnósticos”, que é o mesmo que dizer: não acredito nem deixo de acreditar. Nós, os ateus convictos, aqueles que afirmamos sem pestanejar que deus não existe, somos poucos, muito poucos. E mesmo nós, os ateus convictos, se nos distraímos, somos surpreendidos por nós mesmos, diante de algum acontecimento extraordinário, dizendo ou pensando algo como “graças a deus, ninguém morreu”, ou algo semelhante. É a força do meme. E esse é um mínimo exemplo da força do deísmo medieval e de suas crenças e ritos em nossa vida: poderíamos encher páginas e páginas de aspectos de nossa vida, de nossa visão de mundo, de nossa maneira de encarar a realidade, de nosso dia a dia com exemplos de atos, atitudes, pensamentos e ideologias tipicamente medievais, ou nascidas, desenvolvidas e praticadas na idade média.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Quando, no século XVI, o jovem rei de Portugal, Dom Sebastião I, numa excursão militar à África, desapareceu na batalha de Alcácer Quibir, em 1578, surgiu, na terra lusitana mergulhada na crise que a levou ao domínio espanhol, a crença de que o rei não morrera e que ele voltaria à pátria numa manhã de nevoeiro, para salvar Portugal e torná-lo de novo a nação poderosa das grandes navegações. Surgia o mito do “sebastianismo”, a crença num ser que seria a salvação de um povo, de uma nação; um ser que não subiu aos céus, como Cristo, mas nascido e desenvolvido entre os humanos, portanto mais palpável do que o profeta. E esse “sebastianismo”, essa crença salvacionista, que tem no rei de Portugal o seu epígono, espalhou-se como erva daninha entre os cristãos, nascendo e renascendo em vários lugares, até mesmo no Nordeste brasileiro, entre os seguidores do Padre Cícero ou entre cangaceiros e místicos que proliferaram naquela região castigada pela seca, até a primeira metade do século XX, na crença de que “o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão”, ou seja, os sertanejos esperam o milagre de um ser salvador que os tire da seca, da miséria, da fome.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O historiador francês Marc Bloch chama de “reis taumaturgos” os imperadores do século XVI e XVII que tinham “o poder de curar as escrófulas de quem eles tocassem”, uma crendice que se espalhou por toda a Europa. Dizia Bloch que “mais do que um milagre, as pessoas precisavam acreditar que um milagre tinha de acontecer”, ou seja, a crendice ultrapassava a própria crença no milagre, o que fazia que os doentes insistissem em ser tocados, mesmo sabendo que não seriam curados. Um processo mental e psicológico de total entrega a uma esperança que perpassa, desde os primórdios do cristianismo, a mente dos seguidores da doutrina codificada por Paulo de Tarso, como outro poderoso meme salvacionista. E isso chegou a nossos dias: o santuário de Fátima, em Portugal, a fé em nossa senhora Aparecida, no Brasil, o aparecimento pontual e seguido de taumaturgos e profetas milagreiros em vários lugares do mundo e, claro, também do Brasil atestam a permanência desse meme, dessa necessidade dos humanos de acreditar num milagre, num salvador, numa água milagrosa, numa palavra de um “santo”, num “passe espiritual”, enfim, em alguém ou algo que os livre de uma doença, que os tire da vida miserável ou que os abençoe para uma pretensa caminhada rumo ao céu. O “salvacionismo sebastianista” está em plena vigência até hoje, mais fortalecido ainda pelas igrejas pentecostais cujos pastores erguem templos modestos ou faraônicos com o dízimo de seus seguidores, na pregação mais descarada de que deus proverá todas as suas necessidades na medida de sua contribuição para com os cofres da igreja, para o bolso do pastor.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Esses pastores desenvolveram técnicas de comunicação de massa para iludir, com seus discursos e falsos milagres, o populacho sedento de uma palavra salvadora, de um milagre. Com isso, amealham fortunas, compram canais de televisão e conseguem atingir milhões e milhões de seguidores, apresentando, na maior desfaçatez, sua riqueza e seu poder como exemplo do poder da crença na “palavra”. Deus vira mercadoria de troca: se você lhe der parte de seu salário ou seu salário todo, ele vai recompensá-lo com fortunas incalculáveis. E o povo acredita muito mais na necessidade de que um milagre precisa acontecer, do que, às vezes, no próprio milagre. Fundamentalistas em termos doutrinários (pelo menos, para uso diante dos fiéis) e poderosos economicamente, tornaram-se sedentos do poder político. Mas, não podem eles mesmos, os líderes máximos, se lançarem à sanha de uma campanha política, que exponha, no calor das discussões e debates, suas fraquezas e suas fortunas reais. Pelo mecanismo de não pagarem impostos, as igrejas que eles comandam possibilita que escondam em paraísos fiscais ou em nome de “laranjas” os ganhos reais das coletas em nome de deus. Então, precisam “terceirizar” a conquista do poder político, através de bancadas de deputados e senadores e até mesmo juízes do Supremo “terrivelmente evangélicos”, isto é, fiéis a suas demandas.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Então, chegamos ao ponto crucial de nosso raciocínio: misture o meme cristão do salvacionismo sebastianista com a crença em taumaturgos milagreiros; acrescente a fúria pregacionista e reacionária dos pastores evangélicos a brandir suas bíblias e suas diatribes contra o perigo do diabo e do comunismo, sedentos não só dinheiro mas também de poder político que lhes traga segurança e ainda mais dinheiro; junte a isso o surgimento de um político medíocre, inescrupuloso, mas “profundamente evangélico” (pelo menos, na aparência) e teremos, no cadinho político de desânimo e de perseguição das forças progressistas alojadas no PT, pela chamada operação lava jato, que abriu fogo cerrado contra uma pretensa escandalosa onda, um tsunami, de corrupção, teremos no meio disso tudo o “taumaturgo”, o “incorruptível”, o “dom sebastião” devidamente forjado em mentiras e tornado “mito” – Jair Messias Bolsonaro.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Claro que o anticomunismo exacerbado do “estado novo” getulista, ainda hoje arraigado no povo brasileiro, desde a década de 30 e 40, teve seu quinhão na pregação dos pastores e no espectro de cores nazi-fascistas assumidas pelo político, coisa de que, possivelmente, nem o próprio candidato tem noção muito clara, já que sua capacidade mental é limitada. Também contribuíram, como já ressaltei, a “onda de fake news” desencadeada nas redes sociais pelos seguidores de Bolsonaro. Com um ingrediente de altíssima voltagem midiática: a facada que ele levou em plena campanha, o que o impossibilitou de participar de debates com os demais candidatos, blindando, assim, a falta de argumentação e a estupidez de suas ideias absurdas, do eleitor que não queria o PT de volta, o que gerou um fenômeno no segundo turno das eleições: um candidato que se elege com uma quantidade inferior ao de votos brancos, nulos e dados a seu oponente. A tal da facada pode ter sido falsa, como eu e muitas pessoas acreditamos, mas o seu poder midiático e de blindagem do candidato foi bem real.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Bolsonaro, do alto de sua estupidez, está destruindo todas as conquistas sociais, políticas, econômicas que as forças progressistas haviam logrado obter. E não se pode dizer que ele escamoteou dos eleitores suas intenções, já que seus seguidores – aqueles 20 a 25% do eleitorado que ainda o apoiam – estavam conscientes do que desejavam: acabar com tudo que tivesse um leve perfume de “esquerdismo”, de comunismo, mesmo que fossem territórios indígenas, direitos das mulheres, gays, transexuais etc., mesmo que se relacionassem à defesa do meio ambiente, à política externa, à economia e mais uma série imensa de etcéteras. E pior: mesmo que tivesse “cara” de fascismo, “jeito” de fascismo, “cheiro” de fascismo, eles apoiariam jurando que não é fascismo. No entanto, abriram as portas para todos os extremismos de direita, que jaziam em suas tocas, e agora, vitaminados pela tecnologia das redes sociais, ousam colocar suas garras de fora, aproveitando-se da ingenuidade ou, mais provavelmente, da necessidade de não descartar apoios da “comunidade anticomunista” dos bolsonaristas, num balaio de gatos pardos, dos quais, no entanto, cada grupo sabe muito bem a cor real de cada um, mas finge não saber.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Os “pastores” que levaram seus “rebanhos” – melhor, talvez, se disséssemos “seu gado” – para formar as hordas bolsonaristas souberam muito bem explorar o vácuo deixado há mais de 50 anos pela ICAR. A igreja e seus papas, depois de Pio XII, principalmente a partir de João XXIII, modernizou seu discurso tradicional, abrandou seus ritos conservadores, deixou que muitos de seus bispos e padres desenvolvessem um discurso socializante e de defesa dos mais desprotegidos, e tem abandonado pouco a pouco algumas de suas práticas medievais. Isso assustou e afastou seguidores mais tradicionalistas, os mais “medievais”, em cuja mentalidade não cabiam essas “modernidades”. Órfãos, acabaram nos braços fundamentalistas, ou falsamente fundamentalistas, da pregação “evangélica” que, se não tinha o conservadorismo dos ritos, tinha o “ouro dos tolos” da ligação direta do cristão com seu deus, embora passando essa mediação direta pela bolsa escancarada e faminta dos pastores. A esse discurso salvacionista e fundamentalista, acrescente o conservadorismo, o medo do “inferno comunista”, a promessa tácita e indiscutível de que deus está, não exatamente no céu, mas ao lado de cada um deles, conduzindo suas vidas e prometendo melhores condições sociais, desde que acolham a “palavra”, nada mais do que a “palavra”, com as mãos erguidas para doar a deus o seu rico dinheirinho em troca de emprego, de casa, de carro, de mais dinheiro, temos uma multidão que chamamos de “gado”, porque segue de olhos fechados o chefe da manada e faz o que eles, os pastores, querem, inclusive votar no Bolsonaro e apoiar seu governo. Ou seja, o governo de Bolsonaro, o “taumaturgo” estúpido e destruidor, significa o povo de deus no poder. E mesmo que eles não acreditem nos milagres do taumaturgo, precisam, no entanto, devidamente guiados por seus pastores, acreditar que um milagre precisa acontecer.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Creio ter retratado de alguma forma – e o mais realisticamente possível – essa figura quase enigmática e quase inexplicável que é o atual presidente da república do Brasil. Não é o único no mundo atual. Passamos por um momento de crise de lideranças e em muitos países outros seres fora da curva têm obtido sucesso eleitoral e estão conduzindo seus países e seus povos para destinos que só podemos considerar como trágicos. As forças progressistas têm procurado reagir, o que nos dá alguma esperança.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">No entanto, creio não ser necessário, para concluir, alertar o quanto de perigo há no bolsonarismo e na continuidade de seu desgoverno. E no quanto as forças progressistas terão que investir em termos de persuasão e de luta para que esse indivíduo seja vencido nas próximas eleições, para que a destruição do país chegue a um ponto de total irreversibilidade.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">“There is still time, brothers”!!!</span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-70609398178353239992022-03-09T10:40:00.000-08:002022-03-09T10:40:01.186-08:00OS ABSURDOS DE UMA GUERRA ABSURDA<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjGE9ZGpCjj4czzXsQ84n6MIShZZ6b5gnm9EfAEpO-6J7iN4i3KGIsYF-x2qBbSCXKOOVEVn7c8d2PXIVHW97MwtqoGL8vt54HgU7f_p4BUDBiYEkcelcaZbnQqpcTTg8RI4fzkbGz9h0EJc3-q5AkLnDPml2CA9r8fIhzDZSCt5c-OH-fP3zvvA8ZtwQ=s955" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="955" data-original-width="728" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjGE9ZGpCjj4czzXsQ84n6MIShZZ6b5gnm9EfAEpO-6J7iN4i3KGIsYF-x2qBbSCXKOOVEVn7c8d2PXIVHW97MwtqoGL8vt54HgU7f_p4BUDBiYEkcelcaZbnQqpcTTg8RI4fzkbGz9h0EJc3-q5AkLnDPml2CA9r8fIhzDZSCt5c-OH-fP3zvvA8ZtwQ=s320" width="244" /></a></div><span style="font-size: xx-small;"><div style="text-align: center;">(Al Margen)</div></span><div style="text-align: center;"><br /></div> <div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Acusam o presidente da Ucrânia de fascista. Não creio que ele seja exatamente um fascista, mas faz o jogo dos fascistas, manipulado, como um títere (sem ironia) por forças muito poderosas, ligadas a interesses estadunidenses.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Essa é uma guerra suja, em que só há bandidos:</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">1. Putin, que não quer mais mísseis apontados para a Rússia, pela OTAN (essa milícia que vende proteção à Europa, por obra e graça dos EE.UU.);</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">2. Biden e os presidentes europeus, que nada fizeram para impedir a guerra (uma "diplomacia" de mentirinha, só para "inglês ver")</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">3. e, finalmente, o idiota que preside a Ucrãnia (sabe que não tem chance de vencer um exército dez vezes mais poderoso do que o dele e ainda assim pede aos ucranianos que resistam com coquetéis molotov - isso, sim, um crime a mais nessa guerra criminosa).</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Em vez de mandar o povo para o inútil sacrifício, que buscasse armistício com a Rússia, concordasse com seus termos, evitasse a destruição do seu país e a consequente matança e fuga de seus cidadãos. A história nos tempos atuais é líquida: como saber o que vai acontecer daqui a dois, três anos? A situação mundial pode mudar. A situação interna na Rússia pode mudar. Salvar a Ucrânia, salvar vidas, mesmo à custa de uma aparente humilhação, deveria ser o fim e o escopo de um governo que se diga realmente preocupado com seu povo e não preocupado em posar de super-herói para agradar uma plateia - a Europa e os Estados Unidos - que só esperam uma brecha para assaltar seu país e tornar seu povo "escravo feliz" do mercado predador.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Nessa guerra de equívocos, Zelenski erra e mente. Também mentem os líderes europeus e o presidente dos Estados Unidos. E Putin, do alto de sua arrogância e insensibilidade, mente tanto quanto todos os outros.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">A desinformação, principalmente a desinformação histórica; a arrogância de todos em achar que cada um tem razão, quando ninguém a tem; a falta de visão humanitária, que joga no fogo do sacrifício toda uma nação, todo um povo; uma diplomacia cega, surda e que apenas grita desaforos e ameaças contra os “inimigos”, quando sabemos que, para a verdadeira diplomacia, não existem inimigos, mas adversários, com quem se busca o entendimento e não a discórdia; a falta de apetite de todas demais nações do mundo em tentar mediar para valer um conflito que evitasse derramamento de sangue; tudo isso me faz pensar que não há mais líderes confiáveis no mundo, que não há mais na cabeça de nossos políticos algo que é simples e necessário: bom senso.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">E o bom senso falta principalmente quando os países da Europa se curvam à chantagem dos Estados Unidos, ao manter esse obsoleto, absurdo, desnecessário e totalmente escandaloso tratado chamado de OTAN / NATO, que não passa de um bando de milicianos com tropas acantonadas em pontos estratégicos, vendendo à Europa uma pseudoproteção contra um inimigo que não existe mais: a União Soviética comunista que, não se sabe bem por quê, foi marcada como destinada a ser o inimigo eterno do “capitalismo”, numa guerra ideológica que só não levou o mundo à terceira guerra porque as forças atômicas de ataque e defesa se mantiveram num equilíbrio de destruição mútua.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Pergunto-me: por que o capitalismo teme as ideias socialistas e comunistas, a ponto de se armar até os dentes para uma guerra que não terá vencedores? E eu respondo: não é exatamente o “capitalismo”, essa entidade abstrata e predadora, que teme o “comunismo”: são os interesses de imensas companhias e oligopólios que não desejam perder o domínio do “mercado” ou dos “mercados”, ou seja, da exploração de bilhões de seres humanos que lhes proporcionam lucros tão estratosféricos, que lhes permitem dominar mentes e corações não só de consumidores emburrecidos pelo consumismo, mas também a mente e os corações de governantes regiamente pagos para defender seus interesses, ou inocentemente a serviço de políticas expansionistas imperialistas dos Estados Unidos da América, esse, sim, o país inimigo de todos os demais, na sua sanha de manter sob controle todos os governos da terra. E, quando não obtêm esse controle de forma pacífica ou convencional, lança mão de todos os artifícios para obter seus intentos, desde as revoluções internas de desestabilização dos governos (as chamadas “revoluções coloridas” incentivadas pelas mídias devidamente azeitadas com milhões de dólares e financiadas por organizações não governamentais a soldo de seus intentos), até a invasão e destruição do país, como já o fizeram diversas vezes (desde 1890 até os dias de hoje, sendo o Iraque a mais recente “obra” de destruição total).</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">A Ucrânia era a “bola da vez” da sanha estadunidense, com um presidente fraco e devidamente azeitado pela máquina propagandística do capitalismo selvagem, pronto para deitar suas garras em mais um povo e torná-lo “escravo feliz” do consumismo. O passo decisivo seria fazer desse país mais um membro do “privilegiadíssimo” clube da OTAN/NATO, o guarda-chuva protetor de todos os interesses do mercado consumidor na Europa, para onde seriam enviados mais alguns mísseis e tropas de “proteção” contra a “inimiga” Rússia, que deveria se calar ao “determinismo” e à “vontade” do povo ucraniano, devidamente manipulado pela propaganda sutilmente (e, às vezes, escancaradamente) veiculada pela mídia mais uma vez azeitada pelos dólares de um oligarca (ironicamente) russo, a soldo dos interesses estadunidenses. Zelensky, o agora proclamado “super-herói”, é só um “detalhe” emblemático dessa máquina de fazer malucos, para tornar todos os malucos da terra simples robôs consumistas das grandes empresas que detêm quase todo o poder econômico do mundo capitalista.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">E por que a Rússia concordaria com mais esse passo engendrado pela criatividade do mundo capitalista? Porque, simplesmente, pensaram os estrategistas, a Rússia também é capitalista e seus interesses econômicos estão devidamente entranhados com os interesses capitalistas do mundo ocidental. No entanto, falharam ao bater de frente com Putin, que não “engoliu” a possibilidade real de que mais um país desentranhado da antiga União Soviética passasse de mão beijada para o “outro lado”, ou seja, se associasse à OTAN/NATO, com a possibilidade de ter bem “sob suas barbas” mais uma bateria de mísseis apontados para seu país, tratado ao mesmo tempo, paradoxalmente, como amigo e inimigo.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Em nenhum momento, os países Europeus cogitaram colocar na mesa de negociações com a Rússia, para evitar a guerra, a dissolução desse tratado absurdo, obsoleto, desnecessário e totalmente escandaloso chamado de OTAN / NATO, que devia ter sido extinto logo que a União Soviética se desmanchou e a Rússia se tornou tão capitalista quanto todos os demais países capitalistas. A Europa continua, portanto, de joelhos, sendo chantageada pelos Estados Unidos, com seus milicianos armados de mísseis e sua propaganda massiva de que existe um “inimigo” a ser combatido, a Rússia.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Conclusão: Putin invade a Ucrânia e desencadeia uma guerra tão absurda, desnecessária e escandalosa quanto a própria OTAN/NATO, que não pode fazer nada, porque esse país ainda não está ligado ao compromisso de “todos por um e um por todos” (na verdade, é todos pelos Estados Unidos). Uma guerra em que, se a primeira vítima é a verdade, como dizem os historiadores, a maior vítima é o povo ucraniano, levado ao matadouro por falsas promessas de uma resistência impossível, com meros coquetéis molotov, diante dos tanques de um dos mais poderosos exércitos da terra.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Pobre povo ucraniano, pobre povo de todos os demais países iludidos pela sanha muito mais destruidora e expansionista dos Estados Unidos, do que dizem que sonha o frio, calculista e insensível Putin, atrás de seus exércitos invasores!</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-12070151193139713822022-03-01T07:37:00.005-08:002022-03-01T09:01:53.490-08:00NÃO CHOREMOS PELA UCRÂNIA, CHOREMOS PELOS UCRANIANOS<div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: center;"><b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj7U08DwcUuirG9yCHx9Ce3WnBERs4IvFZUxCQjrwUMkdjiosYyM1iejmBEkBD3_c2TweNANdFkWsJ2YmWIO_rtOdvF51e7aFxAXVnf_mHUi47SmVygkoZU4hlJd3_C_TS7HNtmHlu-j-fTEBuPPuv9uEcbDupluuat6sWXiz23FxJ6Bf7bNznJcXskLw=s2048" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj7U08DwcUuirG9yCHx9Ce3WnBERs4IvFZUxCQjrwUMkdjiosYyM1iejmBEkBD3_c2TweNANdFkWsJ2YmWIO_rtOdvF51e7aFxAXVnf_mHUi47SmVygkoZU4hlJd3_C_TS7HNtmHlu-j-fTEBuPPuv9uEcbDupluuat6sWXiz23FxJ6Bf7bNznJcXskLw=s320" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Se você está imbuído do fervor patriótico do povo ucraniano e pelas palavras de incentivo de quase todo o mundo a esse fervor patriótico, por favor, não leia este artigo. Você não vai encontrar, aqui, nenhum louvor a qualquer tipo de patriotismo, a primeira trincheira dos estúpidos e dos adoradores do genocídio.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Então, vamos lá.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Primeiro, quando Putin ameaçou a Ucrânia, nenhum país, nenhum governo, absolutamente ninguém ouviu suas razões. A reação foi sempre de contra ameaça. Se fizer isso, faremos aquilo. Se continuar assim, vai se arrepender. E por aí a fora. Talvez Putin tivesse razão. Talvez Putin não tivesse. Isso não importa. Importava ouvir, conversar, dialogar, buscar soluções, extrapolar a ideia de que se evita uma guerra fazendo guerra, que é a segunda trincheira dos estúpidos, principalmente dos adoradores do genocídio.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Ao contrário de qualquer lógica, os governos e a mídia jogavam, a cada palavra, a cada pronunciamento, mais lenha na fogueira, mais gasolina no incêndio. Talvez um único governo, o da França, tenha tentado ouvir, mas foi a voz solitária. Acho até que todos os demais governos, instigados pelos Estados Unidos, sob o manto da famigerada e belicosa OTAN / NATO, escarneceram de suas tentativas. Se Putin também escarneceu do presidente francês, foi porque percebeu que era realmente a voz que pregava no deserto, para usar a batida metáfora bíblica. Estavam todos imbuídos de seus pressupostos, agarrados à arrogância da ameaça, do falar e gritar mais alto, de que somos os mais fortes, e essa é a terceira trincheira dos estúpidos e dos adoradores do genocídio.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Iniciada a invasão, o que fazem a mídia, os governos europeus e estadunidense e o próprio governo da Ucrânia? Apoiam a resistência entusiasticamente. A mídia, com a repercussão e a cobertura espetaculosa da guerra, como vampiros sedentos de sangue. Os governos europeus e estadunidense com sanções e ameaças contra a Rússia. E mais: com o envio de armas de defesa para a Ucrânia. E mais, ainda: com o incentivo absolutamente insensato do governo ucraniano de que cidadãos comuns, sem preparo militar, resistissem com armas caseiras (e mesmo se fosse com armas sofisticadas, quem saberia usá-las corretamente?) e com coquetéis molotovs a um dos mais poderosos exércitos do mundo. E todos, absolutamente todos, de pessoas comuns a governantes poderosos, de estudantes a pensadores e historiadores famosos, todos a incensar, a encorajar, a enaltecer a resistência do povo ucraniano e a levá-lo ao paroxismo do amor à terra, à pátria. E aqui voltamos à primeira trincheira dos estúpidos adoradores do genocídio que é, como você deve se lembrar, meu caro leitor, o patriotismo.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Porque é de genocídio que estamos falando. Genocídio de um povo, o ucraniano, por um exército poderoso, cujas razões ou não razões para fazer o que está fazendo extrapolam todo e qualquer possibilidade de lógica, porque desencadeada a violência, não há como detê-la, não há como saber como vai terminar, ou melhor, sabemos sim: em hecatombe, em mais uma das inumeráveis carnificinas que os seres humanos cometem contra seres humanos ao longo dessa nossa triste história de guerras, de arrogância estúpida em acreditar que o militarismo possa ser solução de algum problema humano. E essa crença no militarismo, no poder das armas, na entrega de nossas vidas a seres treinados para matar, é talvez a última trincheira da estupidez humana.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Encerrarei minhas diatribes com a seguinte provocação (e que cada um a receba do jeito que quiser):</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Se eu fosse o presidente da Ucrânia, não moveria um dedo sequer contra o exército russo, não deixaria que nem cidadãos nem os soldados disparassem um só tiro. Aguardaria os tanques em meu gabinete. E assim que meu país estivesse ocupado, procuraria o Putin e lhe diria: “Senhor Putin, agora que senhor já conseguiu o que queria, vamos conversar. O que o senhor quer para não matar nossos cidadãos e nos deixar em paz?”</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Covarde! Poderiam gritar todos os estúpidos adoradores do genocídio. Mas, pelo menos eu teria poupado a vida de meu povo. Porque nenhuma vida vale mais do que qualquer bem material, vale mais do que um pedaço de chão, vale mais do que um país!</span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-72751274132286638162022-02-22T10:48:00.003-08:002022-02-22T10:48:22.305-08:00CATÁSTROFE ANUNCIADA<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjTB7ir6vAV0XhBuE8ANdFYUEkdCE2mag8r22JDm4IiCVquJAYHppGQ9XlF1FFbNGjPCvCaT37nVz7T6sv4F_lc1xXrgJbFqkybe-ia2XhkQiqmIFEqgJZLV_F_EolYO5-gbQqkCpb1vDU7965o8SaSk6X8IWxBDTcK7plqMb_vT41JQa_zkdEmilML5Q=s600" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjTB7ir6vAV0XhBuE8ANdFYUEkdCE2mag8r22JDm4IiCVquJAYHppGQ9XlF1FFbNGjPCvCaT37nVz7T6sv4F_lc1xXrgJbFqkybe-ia2XhkQiqmIFEqgJZLV_F_EolYO5-gbQqkCpb1vDU7965o8SaSk6X8IWxBDTcK7plqMb_vT41JQa_zkdEmilML5Q=s320" width="320" /></a></div><span style="font-size: xx-small;">(Petrópolis - antes e depois)</span><p></p><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Os meios de comunicação chamam de “tragédia”. Maculam o significado nobre da palavra, termo grego que nos remete às origens do teatro, de cujo âmbito não devia ser retirado para as catástrofes provocadas por forças da natureza e não pela ação do homem contra o homem, nos palcos imemoriais da arte teatral.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Por isso, prefiro a palavra catástrofe ou outras similares, como calamidade, desastre, hecatombe etc. Mas não é o polêmico uso do léxico que eu quero tratar neste texto. Que cada um chame como quiser.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Falemos de Petrópolis, a cidade imperial; a cidade que é tão imperial, que até hoje paga aos descendentes do seu ramo da “família real”, este sim, um polêmico imposto de transação imobiliária, chamado “laudêmio”. E devem estar coçando os dedos os descendentes de Dom Pedro, ao imaginarem que, depois da tempestade que destruiu a cidade, haverá uma quantidade muito grande de petropolitanos decididos a vender seus imóveis, o que deverá aumentar muito os ganhos da “família imperial”.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Feita essa devida provocação, vamos à catástrofe anunciada.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Sabe-se, desde o século XIX, que a bela cidade construída nos altos Serra dos Órgãos está sujeita a chuvas intensas e que seu território acidentado tem centenas de áreas de risco de deslizamento e desabamento. Portanto, o crescimento inevitável do município teria de ser monitorado e controlado de forma rigorosa pelo poder público, em conformidade com as condições do terreno. No entanto, nesses cento e tantos anos, nada se fez para que a urbanização seguisse critérios minimamente lógicos e seguros. Como, aliás, na maioria das cidades brasileiras. Nossos governantes odeiam o futuro; por isso, odeiam planejamento.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Podemos imaginar a seguinte provável história (que deve ter-se repetido em milhares de outros municípios): alguém resolve demarcar uma área, desmatá-la, loteá-la e vendê-la para os desesperados e incautos necessitados de moradia. Naturalmente, um processo “simples” de grilagem, devidamente apoiado ou incentivado por alguma “autoridade” – um prefeito, um vereador, um “coronel’, um juiz de direito, um oficial graduado ou político poderoso. Como o desmatador e loteador vai ganhar seu dinheirinho para enganar os trouxas ao afirmar e jurar e “provar” que o local é seguro e devidamente “regularizado”, também as “autoridades’ competentes ganharão – e bem! – para fechar os olhos e “deixar rolar” as irregularidades, em conluio claro com os devidos órgãos de fiscalização.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Meus amigos e caros leitores, ninguém constrói seu barraco, sua casinha, seu “quarto e cozinha” em área de risco porque “encontrou” aquele lugar para isso: os pobres diabos são levados a comprar o terreno (“baratinho, baratinho”) pelos espertalhões de plantão. Os “doutores” sabichões lucram na venda não só do terreno devidamente demarcado e “limpo”, mas também com o material de construção, com mão de obra, tudo muito “baratinho”, em “suaves” prestações mensais, e tudo, tudo “regularizado” com promessas de escrituras ou com escrituras falsas. E isso é uma bola de neve: de meia dúzia de barracos, logo haverá vinte e trinta e centenas. Uma verdadeira cidade se ergue em poucos anos, com toda a “infraestrutura” possível. E ali há centenas de eleitores, para os quais é preciso acenar, com promessas verdadeiras ou falsas de melhorias, que vão chegando, sim, aos poucos, e a “comunidade” está constituída, é forte, elege e reelege os políticos. E quando há alguma calamidade, lá estão eles, os políticos, prontos a “ajudar, a “prestar solidariedade”, a dizer que a natureza é assim mesmo, que logo vão fazer obras de contenção e obras disso e daquilo. E às vezes fazem, mesmo, obras que dão prestígio, e dão poder e os enriquecem, com os superfaturamentos de sempre. E quase sempre obras poucas e muitas vezes inúteis.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Os anos passam, os eventos climáticos, que antes eram eventuais, se tornam não apenas constantes, mas principalmente mais violentos (os meteorologistas não se cansam de avisar para o tal “aquecimento global”, que a maioria das autoridades prefere ignorar ou desdenhar), até que, um dia, a coisa desanda: uma grande tempestade tropical ou subtropical (seja lá o nome que se lhe dê) provoca uma catástrofe com centenas de mortos. Exatamente como se havia previsto há anos, em documentos arquivados no fundo das secretarias de obras, ignorados e desdenhados por inúmeros gestores.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Então, todos choram e lamentam. Autoridades dão entrevistas. A mídia estende por horas e horas a cobertura do evento, conta os mortos, individualiza os sofrimentos, narra histórias, filma e mostra para o mundo todo a catástrofe, a destruição, as consequências; mobiliza a sociedade para a ajuda aos desabrigados; discute causas e obtém promessas de ajuda das autoridades de plantão. Mas... nem a mídia nem as “autoridades responsáveis” nunca vão atrás dos verdadeiros culpados: os famigerados “grileiros” e toda a corja de canalhas escondidos sob o manto da - muita! - grana que ganharam com a desgraça daqueles milhares de seres humanos, que choram a perda de seus bens, de seus familiares, de sua vida.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">E mais: passado o choque do momento, a vida volta ao “normal”, as pessoas tentam reconstruir dos monturos e do fundo da lama e do sofrimento as suas vidas, a mídia esquece, todo mundo esquece. Não os que foram diretamente atingidos até mesmo em sua dignidade pela catástrofe anunciada. Mas, esses, ora, que se virem, que vão chorar na cama, que é lugar quente. Ninguém mais se preocupa com eles, mesmo que continuem brigando por anos a fio com o poder público, mesmo que continuem correndo atrás de seus direitos, de sua dignidade, de sua vida. Que aguardem, depois da reconstrução – se e quando houver –, uma nova catástrofe devidamente anunciada! E novamente chamada de “tragédia”. A tragédia humana que não está nos eventos meteorológicos e naturais, mas na cara de pau de nossos governantes.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-85037039841382507982022-01-03T06:51:00.000-08:002022-01-03T06:51:18.461-08:00ENTENDA OS VÍRUS<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiZuxavG2WlJmeIhNDNJKthBuFK8vtsVb-hfHkYkAAn866Vl9W3zrVWh33cwuon0sRTwNvXftA75n_oQZDJnDoNa23TwCXpe_NtKF-dWkp8kOVAvNtRNWKq1Ajcw6hOzcLIBn4RqkSoURI-WyAar5C1RxGQScvWnT8iy_eCB3Q_pebIMUDSNAkr9Vr4eA=s1000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="625" data-original-width="1000" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiZuxavG2WlJmeIhNDNJKthBuFK8vtsVb-hfHkYkAAn866Vl9W3zrVWh33cwuon0sRTwNvXftA75n_oQZDJnDoNa23TwCXpe_NtKF-dWkp8kOVAvNtRNWKq1Ajcw6hOzcLIBn4RqkSoURI-WyAar5C1RxGQScvWnT8iy_eCB3Q_pebIMUDSNAkr9Vr4eA=s320" width="320" /></a></div><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Nestes tempos de pandemia, quando a humanidade sofre mais um ataque mortífero de vírus, dentre muitos em sua história, a desinformação parece ser o apanágio dos ignorantes, dos fundamentalistas religiosos, dos estúpidos por vocação, que negam a ciência e falam e reproduzem absurdos através das redes sociais. Sei que há muita gente despreparada não porque optaram por isso, mas porque não tiveram oportunidade de estudar, numa sociedade extremamente injusta como a nossa. No entanto, vejo e ouço e leio pessoas que têm curso superior, uma boa base de conhecimento, a divulgar informações erradas, ou por ignorância (ninguém pode saber tudo) ou por professar ideologias obscurantistas ou ainda por pura estupidez misturada com preconceitos arraigados, que não nenhum diploma universitário consegue mitigar.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Portanto, não só para os estúpidos negacionistas, mas também para todos os que não têm formação científica, mas que, bem intencionados, pretendem se informar melhor sobre ciência, publico hoje este texto (autoria e fonte ao final):</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div> <div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>“Os vírus são um enigma que existe no limiar da vida. Eles não são apenas bactérias pequenas. Bactérias são seres unicelulares, completamente vivas. Cada uma tem um metabolismo, exige alimento, produz dejetos e se reproduz por divisão.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Os vírus não se alimentam nem queimam oxigênio para obter energia. Não participam de nenhum processo que poderia ser considerado metabólico. Não produzem dejetos. Não criam produtos colaterais por acidente ou de propósito. Não fazem sexo nem se reproduzem de forma independente. São menos do que um organismo vivo funcional, mas são mais do que apenas uma coleção inerte de substâncias químicas.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Existem diversas teorias a respeito da origem dos vírus e essas teorias não são mutuamente excludentes. Existem evidências para apoiar cada uma, e é possível que vírus diferentes tenham se desenvolvido de formas diferentes.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Uma visão minoritária sugere que eles se originaram de forma independente como as mais primitivas moléculas capazes de se reproduzir. Se isso fosse verdade, formas mais avançadas de vida poderiam ter evoluído a partir deles.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>A maior parte dos virologistas pensa o contrário. Eles creem que os vírus começaram como células vivas mais complexas e evoluíram — ou talvez seja mais preciso dizer involuíram — para organismos mais simples, tais como a família “rickettsia” de patógenos. A rickettsia costumava ser considerada como vírus, mas atualmente já é observada como algo no meio do caminho entre as bactérias e os vírus. Os pesquisadores acreditam que esses organismos chegaram a ter, mas perderam as atividades necessárias para uma vida independente. O bacilo da lepra também parece ter se afastado da complexidade — a capacidade de fazer muitas coisas — rumo à simplicidade, hoje fazendo menos do que antes. Uma terceira teoria defende que os vírus eram antes parte de uma célula, uma organela, mas que se afastaram e começaram a evoluir de forma independente.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Seja qual for a origem, todo vírus tem apenas uma função: se replicar. Mas diferentemente de outras formas de vida (se considerarmos o vírus uma forma de vida), ele não faz isso sozinho. Ele invade células carregadas de energia e então, como um mestre de marionetes alienígena, as subverte, assume o controle e as obriga a produzir milhares, e em alguns casos centenas de milhares, de novos vírus. Esse poder reside em sua genética.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Na maior parte das formas de vida, os genes estão espalhados pelo comprimento de uma molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico) em formato de um filamento. Mas muitos vírus — inclusive o influenza, o HIV e o coronavirus que provoca SARS (síndrome respiratória aguda severa) — codificam seus genes no RNA (ácido ribonucleico), uma molécula mais simples, mas menos estável.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Os genes lembram a estrutura de um software. Do mesmo modo que uma sequência de bits em um código diz ao computador o que fazer — processar um editor de texto, um jogo de computador ou fazer uma busca na internet — os genes dizem para as células o que fazer.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>O código de computador é uma linguagem binária, de duas letras. Já o genético emprega uma linguagem com quatro letras, cada uma representando as substâncias químicas adenina, guanina, citosina e timidina (às vezes a uracila entra no lugar da timidina).</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>O DNA e o RNA são sequências dessas substâncias, bem longas. Às vezes, essas letras não formam palavras nem frases que façam algum sentido: 97% do DNA humano não contêm genes. É chamado de DNA “sem sentido” ou “lixo”, cujas funções ainda são desconhecidas.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Quando as letras compõem palavras e frases que fazem sentido, no entanto, por definição essa sequência é um gene.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Quando um gene em uma célula é ativado, ele ordena que a célula produza determinadas proteínas que, por sua vez, podem ser utilizadas como tijolos na construção de tecidos. (As proteínas que consumimos via alimentos de um modo geral têm essa função.) Mas as proteínas também desempenham um papel crucial na maior parte das reações químicas dentro do corpo, além de transportar mensagens para iniciar ou interromper diferentes processos. A adrenalina, por exemplo, é um hormônio, mas também é uma proteína. Ela acelera o ritmo cardíaco para criar o que chamamos de reação de luta ou fuga.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Quando um vírus consegue invadir uma célula, ele insere seus próprios genes na sequência humana e a carga genética viral passa a assumir o controle dos genes celulares. O mecanismo interno da célula começa a produzir aquilo que os genes virais exigem em vez daquilo que ela precisaria para si mesma.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Desse modo, a célula passa a produzir centenas de milhares de proteínas virais que, unindo-se a cópias do genoma viral, formam novos vírus. Uma vez prontos, eles são liberados. Nesse processo, quase sempre a célula hospedeira morre, em geral quando novas partículas virais irrompem a superfície celular para invadir outras células.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Embora os vírus executem apenas uma tarefa, eles não são simples. Nem primitivos. Altamente evoluídos, elegantes em seu foco, mais eficientes no que fazem do que qualquer ser inteiramente vivo, eles se tornaram organismos infecciosos quase perfeitos. E o vírus influenza está entre os mais perfeitos desses organismos perfeitos.”</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div> <div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: georgia;">JOHN M. BARRY, in A GRANDE GRIPE,</span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: georgia;"> </span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: georgia;">A HISTÓRIA DA GRIPE ESPANHOLA, </span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: georgia;">A PANDEMIA MAIS MORTAL DE TODOS OS TEMPOS.</span></div><div style="text-align: right;"><br /></div> Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-13410927987971073752021-12-01T09:18:00.000-08:002021-12-01T09:18:07.645-08:00 QUANDO A BREGUICE É ESTRUTURAL – SEGUNDA PARTE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-F-X_jXg4H17UBEzgVev1LKypyiu2jEu6aVwBdOCxK-TTtHu_DG3w1dpTiLBn8H4uFs0WAEbA2DuBujdGqfY0tnq_a2OdKEQFf6roDBLNICIPQcvWCD2U0UjGXhc1uIMLFuDkEvPPvWaa/s768/111bolsonarocharge.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="768" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-F-X_jXg4H17UBEzgVev1LKypyiu2jEu6aVwBdOCxK-TTtHu_DG3w1dpTiLBn8H4uFs0WAEbA2DuBujdGqfY0tnq_a2OdKEQFf6roDBLNICIPQcvWCD2U0UjGXhc1uIMLFuDkEvPPvWaa/s320/111bolsonarocharge.jpeg" width="320" /></a></div><br /><p style="text-align: center;"><b style="font-size: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"> </span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b><span style="font-family: georgia;">Tomamos emprestado o termo
“estrutural”, ou seja, aquilo que é imanente a uma estrutura, para falar da
breguice do nosso excelentíssimo e breguíssimo presidente da república, se é
que ele merece esse título. A caneta bic com que assina os documentos da
presidência é um desses símbolos mais do que bregas desse ex-capitão,
mitológico por suas asneiras. <o:p></o:p></span></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b><span style="font-family: georgia;">Agora, falemos de outras
breguices. Por exemplo, as camisas de times de futebol com que ele
frequentemente se apresenta em suas lives. Um torcedor vestir a camisa de seu
clube é normal. Indica seu amor ou sua preferência por um determinado grupo de
jogadores. Torcer, nesse caso, e mostrar a todos por qual clube se torce não
ocasiona nenhum problema, a não ser que o cidadão faça isso no meio da torcida
adversária. No entanto, uma autoridade que se preza, principalmente um político
que ocupa um alto cargo, não pode se apresentar para comunicados oficiais ou
oficiosos para a Nação vestido com camisetas mal ajambradas de clube de
futebol. Isso é de um mau gosto que vai muito além do respeito às convenções do
cargo, principalmente quando esse cargo é o da presidência da república. E é
brega, muito, muito brega.<o:p></o:p></span></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b><span style="font-family: georgia;">Aliás, usar <i>lives</i> de redes
sociais para comentar assuntos da presidência, como se isso fosse o suprassumo
da modernidade, também é muito, muito brega, quando se trata do mais alto cargo
da Nação. Um presidente da república tem a seu dispor inúmeros meios de
comunicação, meios oficiais e até mesmo oficiosos, mas perder tempo para se
sentar diante de uma mesa e, com um intérprete de libras meio perdido ao lado,
para falar bobagens e comentar assuntos que não dizem respeito à presidência e
que, em geral, não interessam não povo, a não ser a seu reduzido redil
eleitoral, é brega, muito brega.<o:p></o:p></span></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b><span style="font-family: georgia;">E por falar em redil,
lembramos o famigerado “cercadinho” onde ficam as duas dúzias de aduladores do
presidente, quando, toda manhã, a eles se dirige o tal indivíduo, vestido com
seus ternos que parecem comprados em alguma feira livre de alguma cidade
satélite de Brasília – o que é brega, muito brega. Pois é através desses
aduladores que mugem por ali, no tal cercadinho, que a breguíssima excelência
passa os recados que brotam de sua “inteligência privilegiada”, para dizer, por
exemplo, que “tem que tomar cloroquina contra a covid”, ou que “não vai tomar
vacina” e que “a vachina ninguém sabe se funciona”, ou ainda ofender estados
com quem o Brasil mantém negócios de milhões de dólares, ou falar outras
bobagens que nem dezenas de páginas seriam suficientes para registrar. Tudo
isso é brega, muito brega, além de ser estúpido. Quando se tem à disposição uma
mídia interessada em tudo quanto diz um presidente da república, falar essas asneiras
para as duas dúzias de seguidores num “cercadinho” ao lado do palácio é uma das
mais estúpidas breguices que ele comete. Aliás, brigar com repórteres e
jornalistas e não responder a questionamentos desse ou daquele órgão da mídia,
porque fazem algum tipo de crítica ou de oposição a sua excelência, é também
algo muito, muito brega, além de ser antirrepublicano, além de ser
antidemocrático.<o:p></o:p></span></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b><span style="font-family: georgia;">Também são breguices
incomensuráveis:<o:p></o:p></span></b></span></p>
<p class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"></p><ul><li><b><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">fazer turismo na Europa, a pretexto de
participar de alguma reunião de líderes mundiais, já que não é recebido por
nenhum chefe de estado; <o:p></o:p></span></span></b></li><li><b><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">receber homenagem de uma cidade do interior
da Itália, só porque seus antepassados de lá saíram há dezenas e dezenas de
anos; <o:p></o:p></span></span></b></li><li><b><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">hospedar-se em hotéis de Dubai que cobram
diárias astronômicas, para conversar com sheiks do petróleo que estão cagando e
andando para ele; <o:p></o:p></span></span></b></li><li><b><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">promover “motociatas” com seguidores, pelas
capitais e cidades do país e, pior, todos eles sem nenhuma proteção de máscaras
contra a covid; <o:p></o:p></span></span></b></li><li><b><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">permitir que a primeira-dama compareça a uma
festa no palácio vestida de branca de neve (?);<o:p></o:p></span></span></b></li><li><b><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">não se vacinar contra o vírus da covid e,
pior, mostrar ao mundo e a todos os líderes que não o fez, contrariando todas
as recomendações médicas do mundo inteiro;</span></span></b></li><li><b style="text-indent: -18pt;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">fazer propaganda, até diante das emas do
jardim do palácio, de remédios não recomendados contra a covid, e pior: que
produzem efeitos colaterais perigosos, sendo que alguns só servem mesmo para matar
carrapato de gado;</span></span></b></li><li><b style="text-indent: -18pt;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">tentar interferir nas investigações da
Polícia Federal, para proteger seus filhos das falcatruas que eles cometeram;</span></span></b></li><li><b style="text-indent: -18pt;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">divulgar ou permitir que seus seguidores
divulguem notícias falsas nas redes sociais;</span></span></b></li><li><b style="text-indent: -18pt;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">ter como guru um astrólogo decadente, que se
passa por filósofo, e que acredita até mesmo que a terra é plana;</span></span></b></li><li><b style="text-indent: -18pt;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">falar um monte de palavrões impublicáveis
durante reuniões ministeriais;</span></span></b></li></ul><p></p><p class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"></p><ul><li><b><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">etc. etc. etc.<o:p></o:p></span></span></b></li></ul><!--[if !supportLists]--><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b><span style="font-family: georgia;">Como se pode ver, a breguice
desse governo não tem paralelo na história. Nenhum outro presidente se mostrou
tão estúpido, tão despreparado para governar. Por isso, o país está mergulhado
num poço profundo, do qual só conseguiremos sair a médio prazo, depois de um ou
dois anos de um novo governo que não seja tão estúpido e irresponsável quanto
este. O que eu temo é que ele, para tentar se reeleger – o que não conseguirá!
– quebre ainda mais o país, tornando-o ingovernável por décadas.</span></b><span style="font-family: Book Antiqua, serif;"><o:p></o:p></span></span></p>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-26478512983790275142021-11-28T06:48:00.005-08:002021-11-28T06:48:28.817-08:00QUANDO A BREGUICE É ESTRUTURAL<p style="text-align: center;"> <span style="font-family: "Book Antiqua", serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0TZNuNYf2vcwUk4UBGSi0vRSpu285sqa7cjURCOEQxVAFKuywQ5C-JK9QlPylLB_ybMinWfRjdotcBHPX-sGgz7g5NQWSf1mkQVSvBB3k5qEoZAmcJDbzHNS5vO5FHAIUROCDs11v0KSs/s450/111jumentodeouro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="288" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0TZNuNYf2vcwUk4UBGSi0vRSpu285sqa7cjURCOEQxVAFKuywQ5C-JK9QlPylLB_ybMinWfRjdotcBHPX-sGgz7g5NQWSf1mkQVSvBB3k5qEoZAmcJDbzHNS5vO5FHAIUROCDs11v0KSs/s320/111jumentodeouro.jpg" width="205" /></a></div><br /><p></p>
<div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Dizemos que algo é estrutural, quando está arraigada numa estrutura, numa sociedade, por exemplo. Mas, posso tomar esprestado esse termo para dizer que há coisas que estão estruturalmente arraigadas num indivíduo. A breguice, por exemplo. Que é irmã gêmea da estupidez, da falta de cultura, de conhecimentos mínimos de ciências e de humanidades; da falta de respeito para com a sociedade em que vive.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Vamos dar nome ao boi, ou melhor, à besta: estou falando do atual presidente da república desse pobre (em todos os sentidos) país cujo povo, ainda mais pobre (agora no sentido de miserabilidade), o elegeu: Jair Messias Bolsonaro.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div> <div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Sua breguice estrutural começa com o fato de que, como militar expulso do exército, por insubordinação, continuou militar por mais de trinta anos. O exército chutou sua bunda suja, mas ele não o tirou de dentro de si, numa espécie de fervor e amor que têm os prisioneiros que enlouquecem por seus carcereiros ou por seus torturadores (aliás, ele parece adorar torturadores e déspotas). Depois, como político, elegeu-se deputado e, por quase trinta anos, frequentou o fundão mais profundo do centrão do Congresso, onde nunca se notabilizou por sequer uma lei aprovada, um discurso elogiado. Ali, enriqueceu através da mais nobre e brega atividade congressual, juntamente com seus filhos: a famosa “rachadinha”, ou seja, surrupiando parte dos salários de seus funcionários de gabinete. Um crime que deixa poucos rastros, já que os contratados raramente denunciam, porque temem perder a esmola que lhes sobra ou temem o poder do parlamentar, já que a corda sempre arrebenta pelo lado mais fraco. Suas mais destacadas atuações parlamentares consistiram em afirmar para uma colega que não a estupraria porque era muito feia e por levar uma cusparada na cara, de outro deputado a quem ofendera, por ser homossexual. Suas posições ideológicas, aliás, não passam dessa breguice estúpida de preconceitos, homofobia, misoginia e defesa do uso de armas por todos os cidadãos, além de uma religiosidade ainda mais brega e absurda, já que “ama” o estado de Israel, mas se diz cristão, num fundamentalismo que nem ele mesmo sabe que tem, ou sequer saiba o que seja.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Inaugurou seu governo, assinando medidas, leis, decretos etc. com uma caneta bic. E pior: fazendo questão de mostrar que usava tal tipo de instrumento de escrita, como se isso fosse o suprassumo de um “populismo” carunchado que ele também não sabe bem o que é. Nada mais brega! Por mais que os atos cerimoniais do poder sejam muitas vezes de uma grande breguice, há no entanto algo de simbólico nesses atos. Pode-se, por exemplo, tecer mil críticas à chamada lei áurea, que libertou os escravizados sem lhes dar qualquer tipo de proteção ou de perspectiva de vida, mas imaginem a princesa Isabel assinando essa lei com uma caneta que não fosse de ouro. Não seria a lei áurea! Portanto, quando o idiota que está no exercício da presidência assina atos de governo com uma caneta vagabunda, ele está indicando claramente que seu governo é um governo vagabundo e brega, que não tem respeito pelo próprio cargo, assim como não tem respeito pelo povo que ele governa. E foi isso que ele sinalizou desde o início: que seria um governo brega, que seria um governo vagabundo.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Depois de mais de 600 mil mortos pela pandemia, sem que esse governo vagabundo tivesse feito o seu dever de agir com competência, para comprar vacinas, de incentivar o povo a se vacinar, de assumir a liderança no combate à covid-19, não resta mais nenhuma dúvida sobre o quanto de estupidez asinina cabe na cabeça de tal indivíduo. Aquilo que começou como um ato de breguice estrutural se transformou em atos não só de incompetência, mas também de genocídio, já que se pode imputar a esse canalha a morte de centenas de milhares de brasileiros, vidas que poderiam ter sido poupadas, se medidas preventivas tivessem sido tomadas a seu tempo e de maneira vigorosa.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">E estamos falando apenas de um dos muitos aspectos absurdos de seu desgoverno, a saúde pública. Ainda há que se falar em: desmonte da educação, leniência para com o desmatamento e para com as atividades de garimpo, desprezo à pesquisa científica, descontrole da venda de armas, aumento das tachas de homicídio, feminicídio e de chacinas pelas polícias militares, falta de medidas para melhoria do saneamento básico das cidades, polícia externa subserviente a interesses escusos etc. etc. etc. Enfim, a lista de problemas causados por ser escroto e estúpido é longa. O fundo do poço tem um alçapão e por ele estamos despencando num abismo, do qual será complicado e demorado sair.</span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-71128663635313433692021-11-22T10:31:00.002-08:002021-11-22T10:31:51.178-08:00COLABORACIONISTAS<div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">O TEXTO ABAIXO REFLETE O QUE EU PENSO, POR ISSO AÍ ESTÁ PARA A DEGUSTAÇÃO DOS LEITORES DESTE BLOG, ASSIM COMO UMA FORMA DE MANTÊ-LO VIVO NA INTERNET, MUITO ALÉM DAS REDES SOCIAIS, NO CASO, DO FACEBOOK, DE ONDE O RETIREI.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ1OrAdREcGVd41SC1orvuJ-0PBSrnBvlCwQqhH5RCeO6mM4jwcwG_ZV4Cep6n3E5qhQOyR-JX1HaYvYfU7drp6ZK7bNFXuiRmPjQhjr4FM-cODwHQ1P7D1mYz2Y6zRaMA8csYwdNtqe2N/s728/foto+colaboracionistas+franceses.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="728" data-original-width="704" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ1OrAdREcGVd41SC1orvuJ-0PBSrnBvlCwQqhH5RCeO6mM4jwcwG_ZV4Cep6n3E5qhQOyR-JX1HaYvYfU7drp6ZK7bNFXuiRmPjQhjr4FM-cODwHQ1P7D1mYz2Y6zRaMA8csYwdNtqe2N/s320/foto+colaboracionistas+franceses.jpg" width="309" /></a></div><br /><i><br /></i></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Ao final da Segunda Guerra, com o avanço das tropas aliadas, Paris foi libertada. Explosão de alegria, comemoração e, como seria mais do que previsível, com muitos «acertos de contas» com os franceses que colaboraram com o exército de ocupação. E não foram poucos. Sob argumentos diversos muitos franceses seguiram suas vidas quase que normalmente apesar de toda a destruição civilizacional que os nazistas impunham. Não foram poucas as fracesas que, alegremente, namoraram soldados alemães e se deitaram com oficiais nazistas. Muitos comerciantes enriqueceram como fornecedores dos inimigos, muitos funcionários públicos, principalmente no judiciário, progrediram em suas carreiras por fazer o que deles esperavam os fascistas.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Libertos do fascismo alemão milhares de «colabôs» foram expostos à execração pública, e vários deles foram forçados a humilhantes desfiles pelas ruas em centenas de cidades francesas, cabeças raspadas, mulambentos.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Viveremos algo semelhante no Brasil quanto terminar a ocupação bolsonarista dos espaços públicos e institucionais?</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><i>Pensando sobre isso hoje topei com o texto do Márcio Sotelo Felippe sobre as similitudes entre a França ocupada pelos nazistas e o Brasil ocupado pela burrice, pela crueldade e pelo mau-caratismo bolsonarista.</i></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-weight: 700;"><br /></span></div><span style="font-family: georgia; font-weight: bold;"><br /><div style="text-align: center;"><u>Colaboracionistas</u></div></span><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">"Em um artigo publicado em 1944, A república do silêncio, Sartre escreveu que os franceses nunca foram tão livres quanto no tempo da ocupação alemã. Um chocante e brilhante paradoxo que só a grande Filosofia, como exercício de pensar fora do senso comum, é capaz de produzir. Por que os franceses eram livres se todos os direitos haviam sido aniquilados pelos alemães e não havia qualquer liberdade de expressão? Como se podia ser livre sob a cerrada opressão do invasor que fiscalizava os gestos mais triviais do cotidiano? Porque, dizia Sartre, cada gesto era um compromisso. A resistência significava uma escolha e, pois, um exercício de liberdade. Significava não renunciar à construção de sua própria existência quando os invasores queriam moldá-la, reduzindo-a a objeto passivo e sem forma.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Em linguagem retórica e poética Rosa de Luxemburgo disse algo semelhante: quem não se movimenta não percebe as correntes que o aprisionam.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Sartre era existencialista: a existência precede a essência. Isto significa que não há algo anterior à existência que impeça um ser humano de tomar livremente as decisões que construirão o seu futuro. Isto dá ao humano a plena imputabilidade pelos seus atos. O que ele faz da sua existência é culpa ou mérito exclusivamente seu. O que ela é hoje resulta de decisões que tomou no passado, e o que será resultará das decisões que toma no presente.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">A experiência francesa durante a ocupação alemã guarda certa similitude com o Brasil de hoje. Na França parte da sociedade (muito maior do que os franceses gostam de admitir) foi complacente ou colaborou com o invasor que massacrava seu povo e aniquilava os mais elementares direitos dos franceses. Hoje, parte da sociedade brasileira assiste inerte, é complacente, apoia ou apoiou usurpadores que vão reduzindo a pó o pouco de direitos e garantias de um povo já miserável.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Na França colaborava-se por ser fascista ou filofascista. Por egoísmo social. Por ressentimento. Por ódio de classe. Para pequenas vinganças privadas, para atingir um inimigo pessoal. Colaborava-se por ausência de qualquer sentimento de solidariedade social. A colaboração com o invasor desvelava a mais baixa extração moral. Quanto a nós, tomo como paradigma uma cena do cotidiano que presenciei dia desses. Duas mulheres ao meu lado conversavam. Uma disse que seu filho de 13 anos era fã do Bolsonaro. A outra, algo espantada, faz uma crítica sutil, perguntando se ela não conversava com o filho sobre política. A resposta: “acho bonito que meu filho seja politizado nessa idade”. Com isto, quis dizer que não importava de que modo seu filho estava precocemente se politizando.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Pode-se razoavelmente supor que ela, mulher, ignore que Bolsonaro disse que há mulheres que merecem ser estupradas? Que saudou, diante de todo país, em rede nacional de televisão, o mais célebre torturador da ditadura militar? Que declarou que prefere o filho morto se ele for homossexual? Como ignorar isso tudo é altamente improvável, porque seria supor que tal mulher vive em uma bolha impenetrável em plena era das redes sociais, podemos concluir, com Sartre, que escolheu o sórdido para si e para seu filho. O que resultará dessa escolha não poderá ser imputado a Deus, ao destino, aos fatos da natureza ou a qualquer fórmula vaga e estúpida do tipo “a vida é assim”, mas a ela mesma e a seus pares brancos de classe média que tem atitudes semelhantes.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Do mesmo modo como a parcela colaboracionista da sociedade francesa escolheu a opressão do invasor estrangeiro, parcela da sociedade brasileira escolheu o retrocesso, o obscurantismo e a selvageria.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Foi em massa às ruas em nome do combate à corrupção apoiando um processo político liderado por notórios corruptos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Regozija-se com o câncer e com o AVC do adversário politico, demonstrando completa ausência de qualquer traço de fraternidade e respeito ao próximo.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Suas agruras e dificuldades econômicas e sociais transformam-se em ódio justamente contra os excluídos e em apoio às ricas oligarquias que controlam a vida política do país (das quais julgam-se espelhos), a fórmula clássica do fascismo.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Permanece indiferente, omissa ou dá franco apoio ao aniquilamento de direitos, ao fim, na prática, da aposentadoria para milhões de brasileiros, à eliminação dos direitos trabalhistas, à entrega do patrimônio nacional a grandes empresas estrangeiras.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Seu ódio transforma em esgoto as redes sociais.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Não há como prever o que acontecerá a esta sociedade. Uma convulsão social poderá desalojar os usurpadores do poder, ou poderemos seguir para o cadafalso como povo. A História sempre é prenhe de surpresas. O que é certo, no entanto, tomando a frase de Sartre, é que somente poderão dizer no futuro que foram livres, no Brasil pós-golpe de 2016, os que agora estão se comprometendo e resistindo. É uma trágica liberdade de tempos sombrios, mas se nos foi dado viver neste tempo, que vivamos com a dignidade que somente os seres livres podem ostentar.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Hoje são livres os que resistem.""</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: georgia;"><i>Por Marcio Sotelo Felippe (pós-graduado em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São Paulo. Procurador do Estado, exerceu o cargo de Procurador-Geral do Estado de 1995 a 2000. Membro da Comissão da Verdade da OAB Federal.)</i></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: georgia;"><i>https://www.facebook.com/search/top?q=carlos%20emilio%20faraco</i></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-26348139554918382552021-10-14T08:55:00.001-07:002021-10-14T08:55:56.524-07:00 VOCÊ RECONHECE ESSE NEGRO?<div style="text-align: center;"><b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLZn2ipE8xXcCFynlUpb3OJA0R2z4b4ULSN-7NGzV6jBI_2w_0i7AjgF5GmWR3zLqSNjTIVZ3UdlX1ppg9LE6v0Clj32bpLKgiSxeF13xK1a6UXZHylBEMFPT7kWWFqLAdGFGllVs1k3Gd/s2000/111negrospresos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1472" data-original-width="2000" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLZn2ipE8xXcCFynlUpb3OJA0R2z4b4ULSN-7NGzV6jBI_2w_0i7AjgF5GmWR3zLqSNjTIVZ3UdlX1ppg9LE6v0Clj32bpLKgiSxeF13xK1a6UXZHylBEMFPT7kWWFqLAdGFGllVs1k3Gd/s320/111negrospresos.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que visa a dar mais segurança jurídica ao reconhecimento de suspeitos de algum crime por foto ou, mesmo, por comparação do suspeito com outras pessoas.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Não posso julgar se o projeto é bom ou ruim, porque, muitas vezes, as boas intenções de uma lei esbarram na péssima redação dessa lei, deixando verdadeiras armadilhas jurídicas de que se aproveitam os advogados, para condenar ou absolver seus clientes.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">No entanto, é importante que se dê menos peso ao reconhecimento facial por meio de fotos ou de apresentação de suspeitos para comparação, principalmente quando se está diante de indivíduos pretos ou pardos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Isso, não só por causa da dificuldade inerente a esse reconhecimento, mas principalmente porque muitas pessoas “brancas” não têm olhos para ver corretamente as feições negras. O racismo histórico de nossa sociedade invisibilizou a população negra. O branco não olha realmente para o negro, apenas percebe sua cor, por isso não sabe reconhecer seus traços. Os olhos “brancos” não distinguem sutilezas nem mesmo de coloração da pele: há pretos mais pretos e pretos mais claros, uma vasta paleta de cores.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Também os traços de rostos negros revelam milhares e milhares de detalhes diferentes, assim como todos os humanos, mas os humanos brancos apenas veem “o negro”, não o indivíduo de cor negra, um ser humano como outro qualquer, reconhecível por suas características idiossincráticas. Para o humano “branco”, o humano negro é só uma massa uniforme e indistinguível de caracteres, como se todos fossem quase uma única pessoa, como se todo negro fosse igual ao outro.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">É claro que essa minha opinião de que o “branco” não sabe reconhecer sutilezas das feições negras é uma generalização, para efeito de desenvolver um raciocínio de que há ainda muito a se fazer em termos de combate ao racismo em nossa sociedade e, portanto, não quero dizer com isso que todo branco seja racista ou que todos os brancos não tenham “olhos de ver” e reconhecer os pretos e pardos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Feito esse esclarecimento, concluo dizendo ser de grande importância um projeto que realmente dê mais segurança ao processo de arrolar provas de um crime. E, principalmente, que as autoridades policiais e jurídicas passem a ver com muita desconfiança e com extremo cuidado os testemunhos baseados em reconhecimento facial, principalmente de suspeitos de cor negra. Nossas prisões estão abarrotadas de pessoas pretas inocentes reconhecidas mal e porcamente por testemunhas brancas, cujos olhos, obscurecidos pelo maldito racismo, não conseguem perceber diferenças e características absurdamente diferentes de uma pessoa para outra, quando se trata de pretensos suspeitos pretos ou, até mesmo, pardos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div> Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3312233415047005881.post-52517367770216043572021-10-03T08:25:00.002-07:002021-10-03T08:25:14.295-07:00NÃO LHES BASTA SER ANTICOMUNISTAS: SÃO TAMBÉM FASCISTAS<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjChg5X7JPosYxQatyGgQhYEua2Yj6ZJIZsMnidmFdNvPJpNj9622kAeW2ay6Wg8JaeFE91JuDW_Y_0KRwulr6VAuX9Zkdci30HI8fRRTqPrF3RQDDovCrEcxWIg1vPYAv3OOrJoshmyMxr/s680/111fascefascismodoismachados.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="453" data-original-width="680" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjChg5X7JPosYxQatyGgQhYEua2Yj6ZJIZsMnidmFdNvPJpNj9622kAeW2ay6Wg8JaeFE91JuDW_Y_0KRwulr6VAuX9Zkdci30HI8fRRTqPrF3RQDDovCrEcxWIg1vPYAv3OOrJoshmyMxr/s320/111fascefascismodoismachados.png" width="320" /></a></div><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Os comunistas da década de 30 do século passado protagonizaram a oposição mais feroz ao estado novo de Getúlio Vargas, conforme escrevi no texto anterior - A CONSTRUÇÃO DE UMA MENTIRA: O COMUNISMO NO BRASIL – replicando aqui as escaramuças entre eles e o fascismo que ocorriam na Europa.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Portanto, os fascistas tinham todo o motivo do mundo para odiar os comunistas e vice-versa.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Passados todos esses anos, sabemos que nunca houve regime comunista no Brasil; que a famosa revolta vermelha de 1935 não passou de um traque, devidamente sufocado pelas tropas fascistas de Vargas; que nunca houve e não há qualquer possibilidade de o Brasil se tornar comunista; que essa desculpa esfarrapada – usada também pelos generais carniceiros do golpe de 1964 – já devia estar devidamente sepultada como uma das grandes mentiras das tantas que se contam sobre nossa história.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">No entanto, ressuscitam o “perigo vermelho”, com bobagens como “o Brasil nunca será comunista”, “vá para Cuba”, “aqui não é a Venezuela” etc., num verdadeiro atentado aos fatos, à realidade, à História (com H maiúsculo), que esses idiotas não conhecem e tripudiam sobre ela, já que são todos ignorantes que usam sua insipiência como os homens das cavernas deviam usar seus porretes para abater a caça.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Quem são eles?</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">São os seguidores do atual presidente da república, os trogloditas de hoje a ressuscitar slogans de ontem, para extravasar seu ódio ao povo, como se fossem todos eles “nobres” brancos e pertencentes às altas elites econômicas, e não pobres idiotizados por um “mito” analfabeto, grosseiro, assassino e genocida.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Na sua “santa” ignorância, não contentes de ressuscitar o anticomunismo, flertam abertamente com o fascismo, defendendo bandeiras (não as chamo nem de ideias) muito semelhantes às defendidas por Mussolini e Hitler:</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">· um estado miliciano, com o povo armado até os dentes: os seguidos decretos do inominável que, até mesmo contrariando leis existentes, tentam facilitar a venda de armas, ironizando os que preferem comprar feijão/comida a comprar armas; a repetição de gestos com as mãos imitando armas, para se identificarem;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">· a destruição da cultura e das tradições: o ódio do atual governo a tudo que se refira à cultura e à educação, colocando no comando dessas duas áreas indivíduos totalmente despreparados para os cargos, mas que se alinham com os preceitos de manter o povo na ignorância;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">· o racismo estrutural, para manter invisível a população negra, de preferência em guetos, nas periferias e nas favelas, longe das escolas e faculdades e o índio, visto como ameaça a seus interesses econômicos, o que os leva a defender grileiros, madeireiros e garimpeiros que destroem a floresta e o meio ambiente, sem respeitar as terras indígenas;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">· a defesa da família tradicional, com toda a carga de ódio a homossexuais e a qualquer desvio do que eles definem como moral, uma moral que tem origem na estupidez de religiões fundamentalistas que se dizem fiscais do corpo alheio, enquanto enchem seus cofres com a exploração da fé do povo;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">· a misoginia, que coloca a mulher como dependente e até escrava do homem, seu senhor e dono, o que incentiva o aumento dos crimes de feminicídio;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">· o nacionalismo fanático, com o culto a símbolos como a bandeira e as cores nacionais, para ocultar seu entreguismo tosco e sua obediência cega a um falso líder que nada tem para lhes oferecer, senão palavras vazias de ódio, de incompetência e de destruição das políticas voltadas para recuperação do Estado e para a melhoria das condições sociais da população;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">· o negacionismo, que é a excrescência maior de sua estupidez, a fazer campanhas contra a ciência; a defender a “terra plana” (muitos nazistas acreditavam na teoria da “terra oca”); a fazer campanhas contra a vacinação, o que pode levar nosso país a ressuscitar doenças endêmicas que pareciam erradicadas; a não acreditar nos alertas dos cientistas sobre o aquecimento global;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">· o totalitarismo, com a defesa de ideias antidemocráticas, principalmente dos ditadores assassinos do regime militar: além de algum manual do exército, o atual presidente parece que leu (se é que leu!) apenas mais um livro em toda a sua vida: a biografia de um dos mais tenebrosos torturadores da época da ditadura de 64; e seus seguidores vivem defendendo o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal e a prisão de seus membros;</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">· divulgação de mentiras através das mídias sociais, utilizando a velha e desgastada máxima nazista de que uma “mentira mil vezes repetida torna-se verdade”, contribuindo ainda mais para o estado de ignorância do povo etc. etc.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Enfim, não lhes basta ser anticomunistas: precisam tentar impor e divulgar sua estupidez asinina através da defesa de bandeiras e ideais fascistas, como se todo o povo fosse ignorante como eles. Para isso, pregam o ódio, a dissenção e até a morte dos opositores, tal como fazia o estado novo getulista, que perseguiu, prendeu e matou muitos cidadãos, modelo copiado e levado ao extremo pelos ditadores militares de 1964.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Confundem direito de opinião, assegurada constitucionalmente, com o direito de propagar ideias que podem levar milhares de pessoas a evitar a vacinação contra a covid-19, a não se tratar e a confiar em drogas condenadas pela comunidade científica internacional, contribuindo para o aumento exponencial das mortes, durante a pandemia que assola o mundo e, especialmente, o Brasil, por incompetência desse governo negacionista que eles defendem.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">Que a História não se repita numa trágica farsa de consequências inimagináveis e que os verdadeiros cidadãos deste País possam dar a esses facínoras, o mais rápido possível, uma resposta à altura, na defesa do Estado de Direito e de todas as Liberdades duramente conquistadas a partir da Constituição de 1998.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div>Isaias Edson Sidneyhttp://www.blogger.com/profile/03258796756228632627noreply@blogger.com0