fevereiro 18, 2010

“MENSALÃO” DO DEM? ISSO É BOBAGEM!



Um idiota – que tem nome, RG, e foi deputado e presidente do PTB – inventou, orientado por uma bem orquestrada turma golpista (e todo mundo sabe quem é ele e quem são os golpistas!) – o nome “mensalão”, para designar o caixa 2 do PT.

Sim, caixa dois. E do PT. Coisa, aliás, que só não fazem os partidos que nem caixa têm. Prática mais do que comum. Crime? Contravenção, talvez. Punível? A Justiça Eleitoral que investigue e puna, como sempre o fez.

No entanto, o tal “mensalão” golpista, por ser um nome forte na mídia, por ela foi adotado como cortina de fumaça para encobrir a verdade – que teve CPI transmitida ao vivo por redes de televisão e resultou numa das mais terríveis campanhas contra um governo democrático da história desse País. Só comparável – e perdendo por muitas cabeças – à campanha que levou Getúlio ao suicídio.

O azar do PIG – o Partido da Imprensa Golpista – e de seus idealizadores (de alta plumagem) foi que, primeiro, Lula não é Getúlio; segundo, Lula tinha e tem o respeito e o apoio do povo; terceiro, os meios alternativos de comunicação conseguiram, com muito esforço, anular parte da tramoia que tinha por objetivo derrubar o Presidente.

Sim, derrubar o Presidente. Porque o PIG e seus seguidores não podiam admitir um governo que governasse para o povo, apesar de todas as dificuldades. Porque o PIG e seus cupinchas não podiam admitir que um operário consertasse o País e o levasse a índices de desenvolvimento jamais igualados. Porque o PIG e a cambada que sempre governou esse País não podiam admitir que Lula conseguisse desfazer o nó de atraso e desemprego deixado pelo “príncipe dos mendigos”, o senhor Fernando Henrique Cardoso, em seus oito anos de governo.

Agora, o PIG, sutilmente, ataca de novo, mesmo quando a encrenca ocorreu no galinheiro deles – do DEM e seus “paladinos da honestidade” aliados ferrenhos da alta tucanagem mais atrasada. Não é, como nunca foi, nenhum mensalão o que ocorreu – e está ocorrendo – no Distrito Federal. Arruda está enfiado até o pescoço em corrupção (não em pagamento de parlamentares por apoio, coisa que só houve na imaginação marqueteira e podre do inventor desse nome) e recebimento de propina resultante de dinheiro público envolvido em grossas negociatas de concorrências com cartas marcadas, com empreiteiros e empresários corruptos e corruptores.

No entanto, a mídia do PIG só fala em “mensalão”, para que a população não esqueça o termo original, com todas as implicações que ele contém de lembranças de um tempo em que eles, os golpistas, tentaram atingir de todas as formas o Presidente e seu governo.

Sacanagem assim ninguém merece!
(Ilustração: caricatura de Toni d'Agostinho)

fevereiro 10, 2010

IRÃ: A BOLA DA VEZ PARA MAIS UM MAR DE SANGUE?


Claro que prefiro os erros do presidente Barack Obama aos acertos da direita republicana representada, até então, por Bush e seus seguidores. Mas, tudo tem limite. Ou melhor, há sempre um lado ruim do lado bom.

Obama, como presidente, tem de enfrentar desafios titânicos, para consertar as bobagens feitas nos últimos oito anos. E para isso, com certeza precisa de coragem, de decisões difíceis e medidas complexas, o que leva tempo. Uma besteira destrói uma economia em poucos dias. Já para consertá-la, podem ser anos de trabalho duro. E o presidente está enfrentando com valentia a crise.

O lado ruim da presidência Obama: sua política externa.

Não adianta: a política estadunidense – entre quem quer que seja – para o resto do mundo é sempre a mesma. Primeiro, o cacete. Depois, talvez, quem sabe, a tentativa de diálogo.

Foi assim, sempre. Nem o Vietnã serviu de lição.

Agora, a bola da vez é o Irã. Está certo: um país dominado por uma elite clerical de aiatolás afundados em dilemas absurdos do Corão e com um presidente que parece nascido da mesma fôrma que outros tantos aventureiros e cretinos, de que a História tem exemplos às pencas, não pode, mesmo, ter a confiança de ninguém.

Mas, uma coisa é o governo de um país. Outra coisa é o seu povo.

E isso, os estadunidenses não distinguem: o governo é mau, puna-se a nação, pau no lombo do povo, sanções e mais sanções!

Quantas vezes, a ONU (e outros organismos internacionais, como a OEA), refém da política externa dos Estados Unidos, não impôs inutilmente sanções de toda ordem, principalmente econômicas, a países que, com ou sem razão, fugiram à cartilha autoritária do governo estadunidense, com grande sofrimento para sua população que, muitas vezes, é mais vítima do que culpada pelas insanidades de seus governantes.

Não adianta impor ao Irã sanções econômicas, por causa da questão atômica. Isso resultará em recrudescimento do ódio ao Ocidente, em imposição de mais sacrifícios ao povo pelo governo dos aiatolás, para a obtenção da bomba atômica, agora tendo uma ótima desculpa para iludir o povo. Com apoio popular, aí sim: a bomba virá, como a salvação do Islã, como a redenção do povo! E mais uma vez teremos carnificina, e mais uma vez teremos guerra, com resultados catastróficos.

Fico pensando: será que a inteligência, a capacidade de dialogar e a competência para resolver conflitos estão ausentes do gene de todos os políticos estadunidenses, como uma falha absoluta de visão do mundo que lhes impede ver além do próprio umbigo?

fevereiro 02, 2010

A ARCA DE NOÉ



Serra-Kassab não têm, claro, culpa do dilúvio que o ano de 2010 trouxe para São Paulo. Hoje, dois de fevereiro, já se contam quase 40 dias que chove todos os dias. E chuvas fortes, ainda que, às vezes, localizadas em pontos específicos da capital.

Mas Serra-Kassab estão enclausurados em paradigmas antigos de governança. Não compreendem que a cidade – e o Estado, o País – precisam de novas formas de governo, de um novo tipo de mentalidade. Que não se resume apenas a obras, mas à visão do ser humano como um todo, em harmonia com a natureza.

Até agora, todos os governantes dessa cidade só a pensaram em termos de obras. Obras que enriquecem empreiteiras e o bolso de políticos envolvidos em sua consecução, através de superfaturamentos e outras maracutaias.

Eu falo da dupla Serra-Kassab porque o primeiro foi o prefeito que abandonou a cidade para se tornar governador e inventou o segundo para nos governar. E o povo – iludido mais uma vez por promessas absurdas – consagrou o etéreo Gilberto por fazer de um projeto de custo quase zero para a Prefeitura – o Cidade Limpa – a vitrina de sua administração. Eliminaram-se todos os outdoors da cidade, diminuiu-se a níveis civilizados o número de propagandas nas ruas... mas, e o resto da cidade? E a limpeza urbana? E a saúde pública? E o planejamento?

E a dupla Serra-Kassab vai mais longe: o primeiro, como governador, lança-se numa obra de mais de um bilhão para ampliar as pistas da Marginal do Rio Tietê, uma obra que lança mais asfalto na já impermeabilizada margem do rio que gastou, há pouco, mais de outro bilhão para ter sua calha aumentada (obra de outro tucano ilustre – o picolé de chuchu, Alkimin) e, no entanto, continua a transbordar. E o segundo, como Prefeito, só pensa em fazer piscinões, mas não os mantém limpos e eles até passam a contribuir para mais enchentes.

Enfim, os paulistanos vão-se acostumando com o caos nosso de todos os dias, de todas as tardes, enquanto a dupla Serra-Kassab articula a candidatura do primeiro à presidência, já que ele só pensa nisso, sonhando em berço esplêndido, lá no alto do Morumbi, na arca de Noé em que se transformou o Palácio dos Bandeirantes que eu, em outra crônica, ao constatar que nenhum de seus ocupantes já chegou à presidência, denominei de túmulo de presidenciáveis.
(Ilustração: Palácio dos Bandeirantes, foto da internet, sem crédito)