julho 10, 2009

A CPI DA PETROBRÁS

Já que é inevitável, por um cochilo dos governistas, a instalação da CPI da Petrobrás, que agora a base do Governo não bobeie mais e não deixe que se infle ainda mais o circo dos palhaços da oposição. Que seja uma CPI chapa branca, sim, com todo o cuidado para que não se atinja e se desmoralize uma empresa que tem a cara do Brasil, que está marcada pela história recente de luta de milhões de brasileiros.

Não gosto do Getúlio Vargas, porque odeio ditadores, odeio governantes que se acham acima do povo e querem se perpetuar no poder. Mas não posso deixar de dar a mão à palmatória, quando seu governo, pressionado por fortes movimentos populares, criou a Petrobrás.

Sem essa empresa, estaríamos até hoje reféns das famosas sete irmãs do petróleo e não teríamos alcançado um décimo do atual desenvolvimento. Seríamos uma nação empobrecida, vilipendiada e dependente. Mesmo que isso possa parecer exagero, para as gerações mais novas. Mesmo que o petróleo comece a dar sinais de esgotamento de sua força no mundo. Mesmo que energias alternativas comecem a quebrar o monopólio do chamado ouro negro.

Sem a Petrobrás, não teríamos como ter capital para usinas hidrelétricas e outras fontes de energia que geram desenvolvimento, já que teríamos de gastar fortunas com a importação de petróleo e seus derivados.

Bem ou mal gerida, desde a década de cinquenta a Petrobrás formou técnicos competentes, buscou novas tecnologias, avançou na prospecção de óleo em águas cada vez mais profundas, até atingir o que é hoje: uma das maiores empresas do mundo.

Objeto de cobiça de toda uma cambada entreguista, historicamente tem sido vilipendiada por uma parte da sociedade brasileira, por aqueles entreguistas de sempre (o termo entreguista pode até ter saído de moda, mas estão sempre por aí aqueles que não se conformam com o desenvolvimento do País sem dependência externa, por interesses mais do que sabidos, nunca abertamente declarados). O desgoverno tucano do acadêmico Fernando Henrique Cardoso fez de tudo para quebrar o monopólio do petróleo, até mesmo quebrar o País por um segundo mandato, e só conseguiu parcialmente seus objetivos: a privatização (leia-se: venda a preço de bananas, como fez com a Vale) da Petrobrás ficou para um possível terceiro mandato tucano, com o José Serra. Para isso, precisa de qualquer bandeira, de qualquer circo, que torne possível sua vitória.

Não se iludam os brasileiros com as falsas juras de amor à Petrobrás cantadas pelos senadores do DEM e do PSDB. Não se iludam. Porque eles, os entreguistas, através desses mesmos senadores, estão de olhos bem abertos para, na primeira oportunidade, ao menor cochilo do povo, empurrar nossas conquistas econômicas goela abaixo das bocarras escancaradas do capital internacional.

E a CPI da Petrobrás pode ser um bom começo. Ou pretexto.

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