julho 24, 2009

ATIRE A PRIMEIRA A PEDRA, AI, AI, AI, AQUELE NÃO...

“Covarde eu sei que me podem chamar” (como dizia Mário Lago, na bela canção de mestre Ataulfo) e de outras coisas também.

Nem te ligo, farinha de trigo.

Porque já não aguento mais essa indignação virulenta da oposição (leia-se: dos senadores tucanos e demos) contra o Sarney e família. Está certo: são uma quadrilha que manda no Maranhão, manda em parte do Brasil e que está no poder há muitos anos. Não gosto dele, do Sarney pai, e não gosto do clã. Marimbondos não são o meu forte.

No entanto, a gritaria da oposição me irrita.

Que a imprensa, ou parte dela, procure a história dos Sarneys, publique seus podres, tudo bem. Faz parte do ofício, além de contar número de mortos pela gripe A. Mesmo assim, faço restrição a certos órgãos de imprensa, que só publicam ou inventam escândalos quando lhes interessa. Mas isso é outro papo.

Repito: que a imprensa cumpra seu papel de instigar, de denunciar.

Mas a cambada da oposição, que já governou este País por tantos anos (e, para ser menos radical, desde 1964!), sabia e sempre soube de todas essas trampolinagens que a família Sarney pratica, e as praticou também. Com grandes roubalheiras ou com pequenos favores. Com sinecuras e compras de parcerias e adversários. Com a venda de quase metade do Estado essa gente já... bem, deixa pra lá, por enquanto. Só por enquanto.

Atire a primeira pedra aquele que nunca... nunca, mesmo, ligou para fulano e beltrano para pedir ou exigir ou trocar por favores o favor de empregar um tio, um sobrinho, um agregado qualquer! Isso em todas as estâncias de poder: não está a salvo ninguém, nem o Executivo nem o Judiciário!

Quem são os álvaros e virgílios para dizerem que nunca, mas nunca mesmo, não pediram sinecuras a apaniguados que estivessem em postos chave dos governos de que eles faziam parte?

E agora ficam aí, a atirar pedradas e mais pedradas. Como se fossem as vestais do templo da democracia!

Jogam, como sempre, para a arquibancada, com intenções claramente eleitoreiras. Ou antes, atacam para não precisarem se defender, depois. Acuam para não serem acuados.

Mas são todos um bando de hipócritas e desonestos. Agem em função do momento, porque sabem que, com seu palavrório falsamente moralista, obterão os votos necessários para se perpetuarem no poder. E depois, para fazerem exatamente como fazem os Sarneys. Talvez com um pouco mais de competência, já que estão aprendendo hoje, para não cometerem os mesmos erros depois.

Quantos políticos existem neste País que limpam muito bem a cadeira do poder a que se sentaram, antes de sair! E tornam-se, na oposição, moralistas de carteirinha!

São todos uns caras de pau. Não merecem o voto de ninguém.

Infelizmente, são eleitos e reeleitos ad aeternum, por obra e graça desse maldito estatuto da reeleição.

Enquanto houver a possibilidade de reeleição infinita para o mesmo cargo, a cachorrada não vai largar o osso. E muitos são os cães que ladram para não serem mordidos!

Podem, sim, me chamar de qualquer coisa, mas não abro mão de não entrar nesse joguinho sujo de indignação moralista dos que têm o rabo muito bem preso.

Fora Sarney e fora toda a cambada que se reelege... e se reelege... e se reelege!

Um comentário:

Escrevendo na Pele disse...

E dizem as más línguas que isso é a tal da democracia.