maio 22, 2009

SOB O VÉU DA FÉ, DA ESPERANÇA E DA CARIDADE

As três virtudes teologais do cristianismo de fachada – fé, esperança e caridade – escondem há muito a farsa do preconceito, da intimidação, da humilhação, da exclusão. As religiões, cristianismo à frente, nunca foram flor que se cheirasse. De prestidigitação sempre viveram. Do engodo, para enriquecer, nenhuma das seitas que a humanidade já teve se livra. Em nome de deuses ou de um só deus disfarçado de muitos, as religiões têm feito muito mais mal à humanidade do que a fé ingênua de muitos possa suportar.

Agora, nesses dias de aumento da própria fé através do mundo, segundo cantam os líderes religiosos, as pessoas, a opinião pública, os meios de comunicação não dão a devida ênfase a duas notícias aterrorizadoras.

Na Irlanda, o caso de abusos e humilhações de centenas, talvez milhares, de crianças e jovens obrigados por seus pais católicos a frequentar escolas, abrigos, internatos e quejandos de padres, freiras e assemelhados, por mais de trinta anos. Eu diria, desde que a igreja católica é a igreja católica. O mal está no nascedouro. O ímpeto inquisitorial permanece no ímpeto evangelizador que torturou e matou milhões de seres humanos através da história. A evolução da sociedade, agora mais atenta a esse tipo de abuso, amenizou a maldade dessa gente, mas não a eliminou. Às vezes, transformou-a em exclusão e preconceito, como nos cultos neo-evangélicos, com suas demonstrações de amor, não ao ser humano, mas ao dinheiro, apenas ao dinheiro, e ao poder que ele traz. O reino de deus sempre esteve neste mundo, nunca em valores espirituais, tão decantados por esse triste cristianismo que domina as nossas vidas.

A segunda notícia também tem um fundo religioso de grande preocupação para a humanidade. Agora, do lado de lá, do oriente dominado por um islamismo antiquado e escravizador. Terroristas muçulmanos presos nos Estados Unidos pretendiam praticar uma série de atos contra os seus eternos inimigos judeus e contra os cidadãos estadunidenses, numa chamada guerra santa. Como se uma guerra, por qualquer motivo, pudesse ser santificada em nome de um deus que só deseja sangue, destruição. Um profeta louco a condenar indiscriminadamente qualquer pessoa que contrarie, por mínimo que seja, os seus princípios absurdos. Não podemos ter condescendência com esse tipo de pensamento deísta. A barbárie está na raiz desse tipo de seita, ou religião, ou chamem do que quiserem, mas nenhum deus, nenhum profeta, nenhum líder que pretensamente se diga representante de divindades que têm sede de sangue pode nos dizer o que fazer.

Não, não se pode ter contemplação ou qualquer tipo de condescendência para com superstições antigas que teimam em escravizar a mente do homem, baseadas em metafísicas inventadas apenas para confundir, para mentir, para manter o homem na ignorância e, assim, melhor torná-lo dócil ao domínio de seres inescrupulosos que se escondem sob mantos púrpuras ou de qualquer outra cor, com o nome de líder de seita ou religião.

Há um caminho longo, extremamente longo, à frente do homem, antes que ele se livre desse pesadelo que se chama deísmo. Porque são crenças arraigadas como ervas daninhas no pensamento universal. No entanto, os poucos que começam a ver o absurdo da trilha até agora seguida pelo homem não podem esmorecer. Um fósforo na imensa escuridão, por menor que seja. representa sempre uma esperança de dias melhores, quando se conseguirá, enfim, libertar a mente humana para coisas mais úteis que não sejam aquele desperdiçado no culto a deuses assassinos.

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