outubro 03, 2022

O CONGRESSO-PESADELO QUE SAIU DAS URNAS

 




O Congresso Nacional – Câmara e Senado – adquiriu, nessas eleições, um perfil extremamente conservador, com a bancada do ódio, os eleitos na esteira do bolsonarismo e fiéis ao atual presidente. Há, é claro, o chamado centrão, mas esse é o fisiológico de sempre: alinha-se aos vencedores, em busca de vantagens. Já a bancada do ódio é ideológica. Se o atual presidente conseguir se reeleger, teremos um governo com domínio total do Congresso, podendo fazer passar todos os projetos que quiser. Conhecendo esse governo, sabemos o quão totalitário ele se tornará, pois conseguirá, através de leis e mudanças na Constituição, por exemplo:


1. modificar a composição do Supremo Tribunal Federal, conseguindo colocar mais ministros conservadores alinhados com o governo;

2. passar uma emenda que permita a reeleição sem limites;

3. proibir o aborto em todas as situações;

4. permitir a mineração na Amazônia, principalmente em terras indígenas;

5. aliviar as multas por desmatamento, para beneficiar o agronegócio, em nome da criação de empregos no campo e de aumentar a produção e a exportação de alimentos;

6. retirar direitos dos trabalhadores, como fundo de garantia e décimo terceiro salário, em nome da criação de empregos (sempre essa desculpa) e de aliviar a folha salarial das empresas;

7. retirar direitos das minorias, como proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo; como eliminar as cotas raciais e sociais; como modificar as leis que permitam demarcar terras indígenas e de quilombolas, etc. etc.

8. impor às escolas fundamentais, principalmente, cartilhas de doutrinação ideológica, como o amor exacerbado a símbolos nacionais (obrigar os alunos a cantar uma vez por semana o hino nacional durante o ato de hasteamento da bandeira) e o temor ao comunismo, assim como fez Getúlio Vargas na década de 30 do século passado;

9. impor às administrações escolares a presença de militares, com a desculpa de melhorar a segurança;

10. anular todas as leis de incentivo à cultura e impor modelos autoritários nessa área;

11. flexibilizar a compra e uso de armamentos para toda a população e não apenas para os caçadores, atiradores e colecionadores;

12. privatizar empresas estatais, inclusive a Petrobrás;

13. flexibilizar as leis e regulamentos ambientais para a construção de rodovias, ferrovias, represas etc., concedendo a prefeitos e governadores o direito de legislar sobre o meio ambiente;

14. fixar em lei o aumento do salário-mínimo somente pelo índice de inflação;

15. privatizar o Sistema Único de Saúde (SUS) ou, pelo menos, aumentar a participação de entidades do setor privado na administração e prestação de serviços da saúde pública;

16. reformar a Previdência Social, retirando ou diminuindo direitos de aposentadoria, com a desculpa de sanear as contas públicas;

17. eliminar o sistema de teto de gastos, para permitir ao governo dispor do orçamento sem quaisquer amarras;

18. manter o orçamento secreto dos parlamentares, com o intuito de melhor controle do legislativo;

Essas são apenas algumas das possibilidades que o amplo “saco de maldades” do governo atual perseguirá, se for reeleito. E isso sem falar no projeto político de continuísmo, através da reeleição do atual mandatário ou da eleição de um de seus filhos, no futuro. Ou seja, o Brasil estará sob o manto negro do mais negro totalitarismo já registrado na história, sem situação muito pior do que o Estado Novo de Getúlio Vargas e, em termos de retrocesso político, social e econômico, pior ainda do que no tempo da ditadura militar, já que tudo isso será feito sob a égide da permissão popular, através do voto que escolheu o Congresso mais ideologicamente de ultradireita de todos os tempos. Apenas não sei se essa escolha por partidos e representantes desse neonazifascismo à brasileira se deveu a uma ignorância crônica ou pontual de nosso povo, ou esse povo brasileiro é mesmo assim, um povo que se sujeita à canga e à perda de direitos e da liberdade em troca, talvez, de uma maior e ilusória segurança.

Um comentário:

Vicky disse...

Que haja uma lei de controle de natalidade, pra esse povo que põe criança no mundo pra sofrer! E o incentivo do uso de preservativo incentivando a higiene sempre!