março 09, 2022

OS ABSURDOS DE UMA GUERRA ABSURDA

 

(Al Margen)



Acusam o presidente da Ucrânia de fascista. Não creio que ele seja exatamente um fascista, mas faz o jogo dos fascistas, manipulado, como um títere (sem ironia) por forças muito poderosas, ligadas a interesses estadunidenses.

Essa é uma guerra suja, em que só há bandidos:

1. Putin, que não quer mais mísseis apontados para a Rússia, pela OTAN (essa milícia que vende proteção à Europa, por obra e graça dos EE.UU.);

2. Biden e os presidentes europeus, que nada fizeram para impedir a guerra (uma "diplomacia" de mentirinha, só para "inglês ver")

3. e, finalmente, o idiota que preside a Ucrãnia (sabe que não tem chance de vencer um exército dez vezes mais poderoso do que o dele e ainda assim pede aos ucranianos que resistam com coquetéis molotov - isso, sim, um crime a mais nessa guerra criminosa).

Em vez de mandar o povo para o inútil sacrifício, que buscasse armistício com a Rússia, concordasse com seus termos, evitasse a destruição do seu país e a consequente matança e fuga de seus cidadãos. A história nos tempos atuais é líquida: como saber o que vai acontecer daqui a dois, três anos? A situação mundial pode mudar. A situação interna na Rússia pode mudar. Salvar a Ucrânia, salvar vidas, mesmo à custa de uma aparente humilhação, deveria ser o fim e o escopo de um governo que se diga realmente preocupado com seu povo e não preocupado em posar de super-herói para agradar uma plateia - a Europa e os Estados Unidos - que só esperam uma brecha para assaltar seu país e tornar seu povo "escravo feliz" do mercado predador.

Nessa guerra de equívocos, Zelenski erra e mente. Também mentem os líderes europeus e o presidente dos Estados Unidos. E Putin, do alto de sua arrogância e insensibilidade, mente tanto quanto todos os outros.

A desinformação, principalmente a desinformação histórica; a arrogância de todos em achar que cada um tem razão, quando ninguém a tem; a falta de visão humanitária, que joga no fogo do sacrifício toda uma nação, todo um povo; uma diplomacia cega, surda e que apenas grita desaforos e ameaças contra os “inimigos”, quando sabemos que, para a verdadeira diplomacia, não existem inimigos, mas adversários, com quem se busca o entendimento e não a discórdia; a falta de apetite de todas demais nações do mundo em tentar mediar para valer um conflito que evitasse derramamento de sangue; tudo isso me faz pensar que não há mais líderes confiáveis no mundo, que não há mais na cabeça de nossos políticos algo que é simples e necessário: bom senso.

E o bom senso falta principalmente quando os países da Europa se curvam à chantagem dos Estados Unidos, ao manter esse obsoleto, absurdo, desnecessário e totalmente escandaloso tratado chamado de OTAN / NATO, que não passa de um bando de milicianos com tropas acantonadas em pontos estratégicos, vendendo à Europa uma pseudoproteção contra um inimigo que não existe mais: a União Soviética comunista que, não se sabe bem por quê, foi marcada como destinada a ser o inimigo eterno do “capitalismo”, numa guerra ideológica que só não levou o mundo à terceira guerra porque as forças atômicas de ataque e defesa se mantiveram num equilíbrio de destruição mútua.

Pergunto-me: por que o capitalismo teme as ideias socialistas e comunistas, a ponto de se armar até os dentes para uma guerra que não terá vencedores? E eu respondo: não é exatamente o “capitalismo”, essa entidade abstrata e predadora, que teme o “comunismo”: são os interesses de imensas companhias e oligopólios que não desejam perder o domínio do “mercado” ou dos “mercados”, ou seja, da exploração de bilhões de seres humanos que lhes proporcionam lucros tão estratosféricos, que lhes permitem dominar mentes e corações não só de consumidores emburrecidos pelo consumismo, mas também a mente e os corações de governantes regiamente pagos para defender seus interesses, ou inocentemente a serviço de políticas expansionistas imperialistas dos Estados Unidos da América, esse, sim, o país inimigo de todos os demais, na sua sanha de manter sob controle todos os governos da terra. E, quando não obtêm esse controle de forma pacífica ou convencional, lança mão de todos os artifícios para obter seus intentos, desde as revoluções internas de desestabilização dos governos (as chamadas “revoluções coloridas” incentivadas pelas mídias devidamente azeitadas com milhões de dólares e financiadas por organizações não governamentais a soldo de seus intentos), até a invasão e destruição do país, como já o fizeram diversas vezes (desde 1890 até os dias de hoje, sendo o Iraque a mais recente “obra” de destruição total).

A Ucrânia era a “bola da vez” da sanha estadunidense, com um presidente fraco e devidamente azeitado pela máquina propagandística do capitalismo selvagem, pronto para deitar suas garras em mais um povo e torná-lo “escravo feliz” do consumismo. O passo decisivo seria fazer desse país mais um membro do “privilegiadíssimo” clube da OTAN/NATO, o guarda-chuva protetor de todos os interesses do mercado consumidor na Europa, para onde seriam enviados mais alguns mísseis e tropas de “proteção” contra a “inimiga” Rússia, que deveria se calar ao “determinismo” e à “vontade” do povo ucraniano, devidamente manipulado pela propaganda sutilmente (e, às vezes, escancaradamente) veiculada pela mídia mais uma vez azeitada pelos dólares de um oligarca (ironicamente) russo, a soldo dos interesses estadunidenses. Zelensky, o agora proclamado “super-herói”, é só um “detalhe” emblemático dessa máquina de fazer malucos, para tornar todos os malucos da terra simples robôs consumistas das grandes empresas que detêm quase todo o poder econômico do mundo capitalista.

E por que a Rússia concordaria com mais esse passo engendrado pela criatividade do mundo capitalista? Porque, simplesmente, pensaram os estrategistas, a Rússia também é capitalista e seus interesses econômicos estão devidamente entranhados com os interesses capitalistas do mundo ocidental. No entanto, falharam ao bater de frente com Putin, que não “engoliu” a possibilidade real de que mais um país desentranhado da antiga União Soviética passasse de mão beijada para o “outro lado”, ou seja, se associasse à OTAN/NATO, com a possibilidade de ter bem “sob suas barbas” mais uma bateria de mísseis apontados para seu país, tratado ao mesmo tempo, paradoxalmente, como amigo e inimigo.

Em nenhum momento, os países Europeus cogitaram colocar na mesa de negociações com a Rússia, para evitar a guerra, a dissolução desse tratado absurdo, obsoleto, desnecessário e totalmente escandaloso chamado de OTAN / NATO, que devia ter sido extinto logo que a União Soviética se desmanchou e a Rússia se tornou tão capitalista quanto todos os demais países capitalistas. A Europa continua, portanto, de joelhos, sendo chantageada pelos Estados Unidos, com seus milicianos armados de mísseis e sua propaganda massiva de que existe um “inimigo” a ser combatido, a Rússia.

Conclusão: Putin invade a Ucrânia e desencadeia uma guerra tão absurda, desnecessária e escandalosa quanto a própria OTAN/NATO, que não pode fazer nada, porque esse país ainda não está ligado ao compromisso de “todos por um e um por todos” (na verdade, é todos pelos Estados Unidos). Uma guerra em que, se a primeira vítima é a verdade, como dizem os historiadores, a maior vítima é o povo ucraniano, levado ao matadouro por falsas promessas de uma resistência impossível, com meros coquetéis molotov, diante dos tanques de um dos mais poderosos exércitos da terra.

Pobre povo ucraniano, pobre povo de todos os demais países iludidos pela sanha muito mais destruidora e expansionista dos Estados Unidos, do que dizem que sonha o frio, calculista e insensível Putin, atrás de seus exércitos invasores!


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