dezembro 14, 2016

GOLPISMO, CORRUPÇÃO E INCOMPETÊNCIA








Os três pilares do atual (des)desgoverno liderado pelo Temer: golpismo, corrupção e incompetência.

Golpismo, porque é um governo ilegítimo, conforme já disse e repetiu mil vezes, com mil argumentos.

Corrupção, porque, para pagar o preço do golpe, que foi alto, precisa assaltar os cofres públicos. Também esse tópico está um tanto esgotado.

Incompetência.

Por que é um (des)governo incompetente?

Já dissemos e repetimos aqui: o golpe foi longamente tramado nos escritórios acarpetados dos patrões, liderados pela FIESP, que meteram o pé no freio e pararam com todos os investimentos. Paralisaram a economia, para derrubar a presidenta. Golpe concluído, com sucesso, esperava-se que a economia voltasse a crescer. Mas, passados seis meses, nada. Absolutamente nada. Quem está paralisado é esse governo golpista e corrupto.

Expliquemos três coisinhas básicas do sistema capitalista: 1. a base da pirâmide é formada por 2 ou 3 por cento dos poderosos, dos que mandam; depois, 30 ou 40 por cento de classe média, que usufrui do sistema e o mantém, sendo, ao mesmo tempo, o alimentador e amortecedor desse sistema; alimentador, porque influi no voto do povão e amortecedor porque, ganhando bons salários, sustenta uma boa parte desse povão, mantendo-o “em seu lugar”, isto é, nos subempregos ligados a classe média (copeiros, cozinheiros, cabeleireiros etc. etc. etc.) e nos empregos dos ricos, nas fábricas, ou seja, os 50 ou 60 por cento que constituem a base da pirâmide, aquela que não tem direito a nada; 2. para esse sistema funcionar, a economia precisa crescer, não necessariamente a grandes índices, mas um crescimento razoavelmente sustentável; 3. o sistema capitalista vive de crises periódicas, é normal e assimilável, todos já estão acostumados e, quando vem a crise, é só apertar bem o cinto dos mais pobres, com desemprego e outras medidas e um pouco da classe média, só um pouco, porque ela tem poder maior de reclamar.

Os governos anteriores, que tinham preocupação social, não mudaram o sistema, apenas o aperfeiçoaram, tirando da pobreza absoluta milhões de pessoas e dando poder de compra à classe trabalhadora. Isso se chama distribuição de renda. Coisa que o sistema capitalista odeia. O que, em parte, justificou o golpe.

Dito isso, voltemos à incompetência desse (des)governo: os golpistas escolheram um momento complicado para pisar no freio da economia, já que estávamos no meio de uma das crises do capitalismo, uma crise bastante forte, em termos internacionais. O Brasil até que, com uma boa reserva de capital, resistia bravamente à crise. Mas, quando os idiotas de nossos capitalistas resolveram retirar todos os investimentos e começaram a despedir funcionários, o País mergulhou profundamente na recessão, de forma bem mais acentuada do que esperavam os idiotas. E agora, o pior: tomado o poder, a incompetência desse (des)governo golpista e corrupto não consegue adotar medidas de curto prazo, para tirar o País do atoleiro em que eles nos meteram, não os governos anteriores, mas eles mesmos, os que estão por trás do golpe, os que financiaram o golpe.

Até agora, só souberam pensar em medidas de longo prazo, que poderão destruir o País no futuro e destruir o já depauperado sistema de proteção social duramente conquistado, como a tal PEC 55, que congela por 20 anos qualquer ação desenvolvimentista de futuros governos e a propalada reforma da previdência.

Administrar a economia no dia a dia, no momento, e incrementar medidas que reponham o País no caminho de saída do atoleiro, nada. Absolutamente nada. E se vierem, pode-se ter certeza de que serão medidas inúteis, mal alinhavadas, sem nenhum poder de fogo imediato contra a recessão, o desemprego e a depauperação das classes sociais mais baixas e até mesmo da famigerada classe média.

Portanto, só há uma saída: a imediata renúncia do atual invasor do Palácio do Planalto, com convocação de eleições diretas para presidente, deputados e senadores, com cláusula de exclusão de todos os atuais ocupantes de cargos públicos de concorrerem.


Porque o que é ruim, ou melhor, péssimo, tem todo o potencial para piorar. E muito.

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