Os três pilares do atual
(des)desgoverno liderado pelo Temer: golpismo, corrupção e incompetência.
Golpismo, porque é um governo
ilegítimo, conforme já disse e repetiu mil vezes, com mil argumentos.
Corrupção, porque, para pagar o
preço do golpe, que foi alto, precisa assaltar os cofres públicos. Também esse
tópico está um tanto esgotado.
Incompetência.
Por que é um (des)governo
incompetente?
Já dissemos e repetimos aqui: o
golpe foi longamente tramado nos escritórios acarpetados dos patrões, liderados
pela FIESP, que meteram o pé no freio e pararam com todos os investimentos.
Paralisaram a economia, para derrubar a presidenta. Golpe concluído, com
sucesso, esperava-se que a economia voltasse a crescer. Mas, passados seis
meses, nada. Absolutamente nada. Quem está paralisado é esse governo golpista e
corrupto.
Expliquemos três coisinhas
básicas do sistema capitalista: 1. a base da pirâmide é formada por 2 ou 3 por
cento dos poderosos, dos que mandam; depois, 30 ou 40 por cento de classe
média, que usufrui do sistema e o mantém, sendo, ao mesmo tempo, o alimentador
e amortecedor desse sistema; alimentador, porque influi no voto do povão e
amortecedor porque, ganhando bons salários, sustenta uma boa parte desse povão,
mantendo-o “em seu lugar”, isto é, nos subempregos ligados a classe média
(copeiros, cozinheiros, cabeleireiros etc. etc. etc.) e nos empregos dos ricos,
nas fábricas, ou seja, os 50 ou 60 por cento que constituem a base da pirâmide,
aquela que não tem direito a nada; 2. para esse sistema funcionar, a economia
precisa crescer, não necessariamente a grandes índices, mas um crescimento
razoavelmente sustentável; 3. o sistema capitalista vive de crises periódicas,
é normal e assimilável, todos já estão acostumados e, quando vem a crise, é só
apertar bem o cinto dos mais pobres, com desemprego e outras medidas e um pouco
da classe média, só um pouco, porque ela tem poder maior de reclamar.
Os governos anteriores, que
tinham preocupação social, não mudaram o sistema, apenas o aperfeiçoaram,
tirando da pobreza absoluta milhões de pessoas e dando poder de compra à classe
trabalhadora. Isso se chama distribuição de renda. Coisa que o sistema
capitalista odeia. O que, em parte, justificou o golpe.
Dito isso, voltemos à
incompetência desse (des)governo: os golpistas escolheram um momento complicado
para pisar no freio da economia, já que estávamos no meio de uma das crises do
capitalismo, uma crise bastante forte, em termos internacionais. O Brasil até
que, com uma boa reserva de capital, resistia bravamente à crise. Mas, quando
os idiotas de nossos capitalistas resolveram retirar todos os investimentos e
começaram a despedir funcionários, o País mergulhou profundamente na recessão,
de forma bem mais acentuada do que esperavam os idiotas. E agora, o pior: tomado
o poder, a incompetência desse (des)governo golpista e corrupto não consegue
adotar medidas de curto prazo, para tirar o País do atoleiro em que eles nos
meteram, não os governos anteriores, mas eles mesmos, os que estão por trás do
golpe, os que financiaram o golpe.
Até agora, só souberam pensar em
medidas de longo prazo, que poderão destruir o País no futuro e destruir o já
depauperado sistema de proteção social duramente conquistado, como a tal PEC
55, que congela por 20 anos qualquer ação desenvolvimentista de futuros
governos e a propalada reforma da previdência.
Administrar a economia no dia a
dia, no momento, e incrementar medidas que reponham o País no caminho de saída
do atoleiro, nada. Absolutamente nada. E se vierem, pode-se ter certeza de que
serão medidas inúteis, mal alinhavadas, sem nenhum poder de fogo imediato
contra a recessão, o desemprego e a depauperação das classes sociais mais
baixas e até mesmo da famigerada classe média.
Portanto, só há uma saída: a
imediata renúncia do atual invasor do Palácio do Planalto, com convocação de
eleições diretas para presidente, deputados e senadores, com cláusula de
exclusão de todos os atuais ocupantes de cargos públicos de concorrerem.
Porque o que é ruim, ou melhor,
péssimo, tem todo o potencial para piorar. E muito.
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