Consumado o golpe, o canalha
sumiu da mídia.
Não se ouve um pio contra os
impostos.
Nenhuma campanha baseada naquela
estupidez chamada “impostômetro”?
Nenhuma reclamação contra os
impostos.
Por que o canalha sumiu da mídia?
Por que se cala, agora? Por quê?
Porque aquela campanha – contra os
impostos – era, é e continuará sendo uma impostura, como o “impostômetro”.
Tinha por objetivo atingir o
governo. Colocar na cabeça das pessoas que o governo federal – leia-se, o
governo do PT, o governo da presidenta Dilma – arrecada bilhões e nada faz com
dinheiro. Aliás, faz (ou fazia): rouba (ou roubava)!
A mensagem implícita era essa. E,
com isso, mais a ajuda do “partido da imprensa golpista” (que cumpriu o seu
papel), desestabilizar o governo perante a opinião pública e, assim, justificar
o golpe que se tramava nas entranhas da FIESP, nos escritórios acarpetados e
nos gabinetes do Congresso, onde a conspiração rolava solta, com muita grana
sendo paga e prometida. Mais precisamente: 150 bilhões de reais. Fatura a ser
paga pelo golpe, com o nosso dinheiro, pelo atual ditadorzinho de plantão, a
soldo as forças reacionárias desse País. Tudo muito bem articulado, como só
essas forças – ocultas? – sabem fazer.
Por que não se fala mais contra
os impostos? Por que, senhor Skaf? Por quê?
Primeiro, porque a campanha, como
já disse, era uma impostura. Jogava-se nas contas do Governo Federal todo e
qualquer tipo de imposto. Como se só o Governo Federal – ou melhor, só o
Governo do PT – cobrasse impostos. Um exemplo explicativo simples: pegue a sua
conta de luz.
A conta de luz da cidade de São
Paulo está a cargo da AES Eletropaulo e será uma delas que usarei como exemplo.
Estão lá indicados todos os impostos que você paga, que nós pagamos. Suponhamos
que a conta total tivesse dado R$322,30. Você teria os seguintes tributos:
- PIS/PASEP
(1,02%) = 3,18
- COFINS (4,73%)
= 14,80
- ICMS = 78,24
- Outros produtos
e serviços (COSIP LEI 13.479/02) = 9,32
Note que o
imposto mais volumoso, mais caro, que você paga, que nós pagamos, é o ICMS. E quem estipula o valor desse
imposto e o arrecada? O Estado, meu caro leitor, o Estado! Não a União, não o
Governo Federal.
Então, por que o
senhor Skaf e sua corja de canalhas engravatados da FIESP nunca protestou
contra o Estado de São Paulo? Já que não é só na conta de luz que se paga ICMS,
mas em tudo quanto se compra e se consome. E as alíquotas variam de produto para
produto, desde o arroz com feijão até o perfume francês que os senhores dos
escritórios atapetados usam para esconder o fedor de suas sacanagens contra o
povo. Desde a cervejinha barata que se consome nos bares pés-sujos até o uísque
doze anos dessa elite que reclama. Agora, preste atenção para este exemplo: o
senhor governador Geraldo Alckimin, do PSDB, do partido golpista, aumentou o
ICMS de bebidas alcoólicas para 20%, desde 2015. Tanto você, que toma cerveja
ou pinga baratas, quando o negocista da FIESP, que toma uísque importado, pagam
os mesmos 20%. Só há uma diferença: você ganha salário mínimo, ou, sei lá, um
salário de mil reais ou dois mil reais... O bonitinho da FIESP ganha cem vezes
mais, mil vezes mais. Pagam, pagamos, no entanto, você e ele, nós, a mesma
alíquota de imposto, 20%. Isso vale para tudo. Então, proporcionalmente, você
paga muito, mas muito mais impostos do que o seu patrão.
No entanto, o presidente
da FIESP, a poderosa entidade dos patrões, diz para você que o Governo Federal
arrecada todo o imposto que se paga neste País. E mais: que não faz nada com o
dinheiro. Não diz que a injustiça do imposto não está em que ele, como patrão,
paga muito menos do que você. Não diz que a maioria dos impostos financia a
escola, a saúde, os programas sociais. Que a justiça nos impostos se faria com
os ricos pagando o imposto de renda realmente devido e os produtos de grande
consumo tendo isenção. Isso seria o começo de uma reforma fiscal. Que nunca se
fará, porque os mesmos que berram contra os impostos não permitem! Nenhum
Estado, nenhuma Prefeitura querem arrecadar menos.
O segundo motivo
pelo qual o senhor Skaf está caladinho é que a campanha já surtiu o efeito
necessário: anestesiou a população e preparou-a para assimilar o golpe. Sim, o
golpe. E por que o golpe? Porque eles não podem admitir governos que governem
para o povo. Eles não podem admitir que o rico dinheirinho deles, dos impostos
(poucos) que eles pagam, vá para programas de combate à miséria, para a saúde,
para a educação, e não para a construção de caros e atraentes aeroportos ou
para o “financiamento da produção”, como eles dizem, que é uma forma de tomar
emprestado do Governo dinheiro a juros subsidiados, para aumentar os seus
lucros. Eles não podem admitir que negros e pobres frequentem a mesma faculdade
que seus filhos perfumados. Enfim, tudo aquilo que você está cansado de saber,
mas ainda não tomou consciência.
E quando você
tomar consciência, o canalha do Skaf e o bando de sacanas da FIESP já estarão
há tanto tempo com o chicote de novo nas mãos, que seu lombo, prezado leitor,
que começara a se acostumar a não levar mais chibatadas ou a levar menos chibatadas,
vai estar de novo curtido e você continuará ganhando o seu salário suado todo
fim de mês, para viver a vida miserável de sempre. E ele, o canalha, está lá na
Avenida Paulista, no seu escritório acarpetado, gozando o ar condicionado,
tomando o seu uísque 12, 20 anos, sei lá, dando boas gargalhadas... de você!
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