outubro 24, 2016

CADÊ O CANALHA DO SKAF?








Consumado o golpe, o canalha sumiu da mídia.

Não se ouve um pio contra os impostos.

Nenhuma campanha baseada naquela estupidez chamada “impostômetro”?

Nenhuma reclamação contra os impostos.

Por que o canalha sumiu da mídia? Por que se cala, agora? Por quê?

Porque aquela campanha – contra os impostos – era, é e continuará sendo uma impostura, como o “impostômetro”.

Tinha por objetivo atingir o governo. Colocar na cabeça das pessoas que o governo federal – leia-se, o governo do PT, o governo da presidenta Dilma – arrecada bilhões e nada faz com dinheiro. Aliás, faz (ou fazia): rouba (ou roubava)!

A mensagem implícita era essa. E, com isso, mais a ajuda do “partido da imprensa golpista” (que cumpriu o seu papel), desestabilizar o governo perante a opinião pública e, assim, justificar o golpe que se tramava nas entranhas da FIESP, nos escritórios acarpetados e nos gabinetes do Congresso, onde a conspiração rolava solta, com muita grana sendo paga e prometida. Mais precisamente: 150 bilhões de reais. Fatura a ser paga pelo golpe, com o nosso dinheiro, pelo atual ditadorzinho de plantão, a soldo as forças reacionárias desse País. Tudo muito bem articulado, como só essas forças – ocultas? – sabem fazer.

Por que não se fala mais contra os impostos? Por que, senhor Skaf? Por quê?

Primeiro, porque a campanha, como já disse, era uma impostura. Jogava-se nas contas do Governo Federal todo e qualquer tipo de imposto. Como se só o Governo Federal – ou melhor, só o Governo do PT – cobrasse impostos. Um exemplo explicativo simples: pegue a sua conta de luz.

A conta de luz da cidade de São Paulo está a cargo da AES Eletropaulo e será uma delas que usarei como exemplo. Estão lá indicados todos os impostos que você paga, que nós pagamos. Suponhamos que a conta total tivesse dado R$322,30. Você teria os seguintes tributos:

- PIS/PASEP (1,02%) = 3,18
- COFINS (4,73%) = 14,80
- ICMS = 78,24
- Outros produtos e serviços (COSIP LEI 13.479/02) = 9,32

Note que o imposto mais volumoso, mais caro, que você paga, que nós pagamos,  é o ICMS. E quem estipula o valor desse imposto e o arrecada? O Estado, meu caro leitor, o Estado! Não a União, não o Governo Federal.
Então, por que o senhor Skaf e sua corja de canalhas engravatados da FIESP nunca protestou contra o Estado de São Paulo? Já que não é só na conta de luz que se paga ICMS, mas em tudo quanto se compra e se consome. E as alíquotas variam de produto para produto, desde o arroz com feijão até o perfume francês que os senhores dos escritórios atapetados usam para esconder o fedor de suas sacanagens contra o povo. Desde a cervejinha barata que se consome nos bares pés-sujos até o uísque doze anos dessa elite que reclama. Agora, preste atenção para este exemplo: o senhor governador Geraldo Alckimin, do PSDB, do partido golpista, aumentou o ICMS de bebidas alcoólicas para 20%, desde 2015. Tanto você, que toma cerveja ou pinga baratas, quando o negocista da FIESP, que toma uísque importado, pagam os mesmos 20%. Só há uma diferença: você ganha salário mínimo, ou, sei lá, um salário de mil reais ou dois mil reais... O bonitinho da FIESP ganha cem vezes mais, mil vezes mais. Pagam, pagamos, no entanto, você e ele, nós, a mesma alíquota de imposto, 20%. Isso vale para tudo. Então, proporcionalmente, você paga muito, mas muito mais impostos do que o seu patrão.

No entanto, o presidente da FIESP, a poderosa entidade dos patrões, diz para você que o Governo Federal arrecada todo o imposto que se paga neste País. E mais: que não faz nada com o dinheiro. Não diz que a injustiça do imposto não está em que ele, como patrão, paga muito menos do que você. Não diz que a maioria dos impostos financia a escola, a saúde, os programas sociais. Que a justiça nos impostos se faria com os ricos pagando o imposto de renda realmente devido e os produtos de grande consumo tendo isenção. Isso seria o começo de uma reforma fiscal. Que nunca se fará, porque os mesmos que berram contra os impostos não permitem! Nenhum Estado, nenhuma Prefeitura querem arrecadar menos.

O segundo motivo pelo qual o senhor Skaf está caladinho é que a campanha já surtiu o efeito necessário: anestesiou a população e preparou-a para assimilar o golpe. Sim, o golpe. E por que o golpe? Porque eles não podem admitir governos que governem para o povo. Eles não podem admitir que o rico dinheirinho deles, dos impostos (poucos) que eles pagam, vá para programas de combate à miséria, para a saúde, para a educação, e não para a construção de caros e atraentes aeroportos ou para o “financiamento da produção”, como eles dizem, que é uma forma de tomar emprestado do Governo dinheiro a juros subsidiados, para aumentar os seus lucros. Eles não podem admitir que negros e pobres frequentem a mesma faculdade que seus filhos perfumados. Enfim, tudo aquilo que você está cansado de saber, mas ainda não tomou consciência.

E quando você tomar consciência, o canalha do Skaf e o bando de sacanas da FIESP já estarão há tanto tempo com o chicote de novo nas mãos, que seu lombo, prezado leitor, que começara a se acostumar a não levar mais chibatadas ou a levar menos chibatadas, vai estar de novo curtido e você continuará ganhando o seu salário suado todo fim de mês, para viver a vida miserável de sempre. E ele, o canalha, está lá na Avenida Paulista, no seu escritório acarpetado, gozando o ar condicionado, tomando o seu uísque 12, 20 anos, sei lá, dando boas gargalhadas... de você!



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