fevereiro 24, 2024

DE FASCISMOS E GENOCÍDIOS

 


 

(Foto de Mahmud Hams/AFP)



“O termo ‘genocídio’ não existia antes de 1944; ele foi criado como um conceito específico para designar crimes que têm como objetivo a eliminação da existência física de GRUPOS nacionais, étnicos, raciais, e/ou religiosos.[*]

“Se o que acontece na faixa de Gaza não é genocídio, eu não sei que é genocídio” (Presidente Lula, 23/2/2024: discurso)



Quando o grupo terrorista Hamas invadiu território de Israel e matou e sequestrou centenas de pessoas, o mundo todo condenou o ato como algo realmente inadmissível, de crueldade extrema. Mas foi um ato terrorista de um grupo terrorista, não foi a agressão de um povo contra outro povo, uma declaração de guerra. Ou seja, os palestinos não invadiram o território do Estado de Israel, principalmente pelo fato de que os palestinos não constituem um Estado e, portanto, não podem declarar guerra a Israel, assim como fez a Rússia ao invadir a Ucrânia. Um choque – terrível, condenável, absolutamente condenável – entre dois exércitos: uma situação clássica de guerra, em que um ataca e outro se defende.

O Estado de Israel tem um exército poderoso e um sistema de defesa extremamente competente. Além disso, conta com um serviço de informação ou de inteligência, com uma rede de agentes que se constitui numa das maiores do mundo.

Para lutar contra o terrorismo do Hamas, de uma forma definitiva, bastava pôr em campo esse serviço de inteligência, para identificar, prender e julgar não só os líderes terroristas, mas também inúmeros participantes, partidários e financiadores. E contariam, para isso, com a sempre e até mesmo subserviente ajuda dos Estados Unidos e de muitos outros países. O desbaratamento do Hamas ocorreria, mais cedo ou mais tarde, com dano mínimo de vidas. Seus esconderijos seriam descobertos e destruídos, suas fontes de financiamento seriam devidamente esgotadas.

No entanto, o governo de Israel, comandado pelo senhor Benjamin "Bibi" Netanyahu, um político de extrema direita e extrema violência, de tendência fascistoide, preferiu atacar a faixa de Gaza, onde vivem, ou viviam, dois milhões de palestinos, com o pretexto de que está se defendendo. Bem, se esse é o conceito de defesa – ou seja, atacar uma população civil, para matar terroristas – eu não sei mais o que é o direito de defesa. Estamos diante, não de uma guerra entre exércitos, mas de um ataque de extermínio de um grupo, os terroristas do Hamas, extermínio que se estende a milhares de civis, principalmente mulheres, crianças e idosos. E se essa matança sem limite, sem ética, sem fim não é extermínio, realmente o conceito de extermínio precisa ser urgentemente revisto.

E extermínio foi e sempre será uma prática fascista. Ocorra onde ocorrer.

Portanto, quando se diz que há um extermínio em Gaza, não se acusa o povo judeu, não se acusa nem mesmo o Estado de Israel, mas se acusa um governo, que tem cara e não tem coração, comandado, repito, por um homem que não está defendendo Israel, mas se vingando, e a vingança contra um povo indefeso é uma ato de extermínio, é genocídio. E o senhor Benjamin "Bibi" Netanyahu é, sim, um genocida que tem o beneplácito de boa parte da mídia mundial e o apoio subserviente e absurdo de muitos países, como os Estados Unidos e os países europeus.

Quero encerrar esse artigo com o registro de um pequeno, mas não menos criminoso, genocídio doméstico. Aquele promovido pela Polícia Militar do Estado de São Paulo contra os cidadãos da Baixada Santista, por ordem explícita do Secretário de Segurança e do governador de São Paulo, senhor Tarcísio de Freitas, do Partido Republicanos. Matar cidadãos, não importa se inocentes ou criminosos, como vingança pela morte de um policial militar é, sim, ato fascista de genocídio.





[*] Enciclopédia do holocausto: 

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