março 19, 2011

DUAS OU TRÊS COISAS IRRITANTES

(Franz von Stuck - Judith und Holofernes)



Primeira, o chororô descabido contra a Maria Bethânia.

Pois, é: porque o Ministério da Cultura aprovou captação de recursos – e nem importa quanto – para a cantora fazer um blog de poemas declamados por ela e gravados em vídeo, uma onda de protestos varreu os meios intelectuais do País.

Por quê?

Acho até que sei o motivo, mas é irrelevante. O que vale mesmo é verificar o quanto é burra, invejosa e canalha a chamada classe intelectual brasileira. O sujeito se diz intelectual, porque é escritor, jornalista ou sei lá o quê, mas só detém as plumas do pavão. É toda uma gentalha ignorante que não pode ver o sucesso do outro que se morde de inveja. Uma ciumeira geral. Por que cada um não cuida do seu curral e deixa de ver, em tudo, o dedo podre da corrupção, da vilania, quando há apenas o sucesso de alguém que nem obscurece o sucesso de ninguém? Que saco, essa gentalha que se diz intelectual!

Segunda, a invasão da Líbia pelas forças do Ocidente.

Se estivesse havendo massacre de inocentes num dos países periféricos, digamos, da África lá de baixo, da África pobre e empobrecida pelo longo histórico de pilhagem colonialista, com a morte de centenas ou de milhares de crianças, mulheres e homens negros – negros e pobres – não mandariam os países ricos tropas para a defesa dessa população.

Mas, como é a Líbia, recheada de petróleo, então a preocupação com os inocentes é de trazer lágrimas aos olhos. Que cambada de – ia dizer de filhos da puta, mas como esse blog é meio familiar, fico com a palavra hipócrita... Que cambada de hipócritas sãos esses países ocidentais e ricos, como França, Itália e Estados Unidos! Não estão protegendo o povo Líbio, como dizem, mas apenas seus interesses estratégicos, por causa do petróleo, e nada mais.

Terceira, a depredação do acampamento de uma empreiteira no Norte do País, por empregados ensandecidos.

Enquanto os japoneses dão uma lição de civilidade ao mundo, enfrentando com fidalguia os transtornos de um terremoto e de um tsunami que destruíram boa parte de seu país, sem distúrbios e sem saques a estabelecimentos comerciais, mesmo com a falta crescente de bens de primeira necessidade, um bando de funcionários vandalizam, numa barbárie sem justificativa, o acampamento de uma empreiteira de obras de uma usina no Norte do País.

Motivos? Mesmo que os houvesse, nada, absolutamente nada, justifica atos de vandalismo. Isso é barbárie pura. Isso apenas expõe o grau de incivilidade de um grupo humano – operários insanos – em oposição ao grau de civilidade de um povo, os japoneses.


São todos fatos irritantes, muito irritantes, de exemplos de estupidez humana e de barbárie que temos todos o dever de combater: o linchamento de uma cantora ou a invasão de um país ou a depredação de um acampamento são todos atos bárbaros, de exemplos de extrema desumanização humana, não importa se executados por intelectuais, chefes de governos ou operários.

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