fevereiro 10, 2010

IRÃ: A BOLA DA VEZ PARA MAIS UM MAR DE SANGUE?


Claro que prefiro os erros do presidente Barack Obama aos acertos da direita republicana representada, até então, por Bush e seus seguidores. Mas, tudo tem limite. Ou melhor, há sempre um lado ruim do lado bom.

Obama, como presidente, tem de enfrentar desafios titânicos, para consertar as bobagens feitas nos últimos oito anos. E para isso, com certeza precisa de coragem, de decisões difíceis e medidas complexas, o que leva tempo. Uma besteira destrói uma economia em poucos dias. Já para consertá-la, podem ser anos de trabalho duro. E o presidente está enfrentando com valentia a crise.

O lado ruim da presidência Obama: sua política externa.

Não adianta: a política estadunidense – entre quem quer que seja – para o resto do mundo é sempre a mesma. Primeiro, o cacete. Depois, talvez, quem sabe, a tentativa de diálogo.

Foi assim, sempre. Nem o Vietnã serviu de lição.

Agora, a bola da vez é o Irã. Está certo: um país dominado por uma elite clerical de aiatolás afundados em dilemas absurdos do Corão e com um presidente que parece nascido da mesma fôrma que outros tantos aventureiros e cretinos, de que a História tem exemplos às pencas, não pode, mesmo, ter a confiança de ninguém.

Mas, uma coisa é o governo de um país. Outra coisa é o seu povo.

E isso, os estadunidenses não distinguem: o governo é mau, puna-se a nação, pau no lombo do povo, sanções e mais sanções!

Quantas vezes, a ONU (e outros organismos internacionais, como a OEA), refém da política externa dos Estados Unidos, não impôs inutilmente sanções de toda ordem, principalmente econômicas, a países que, com ou sem razão, fugiram à cartilha autoritária do governo estadunidense, com grande sofrimento para sua população que, muitas vezes, é mais vítima do que culpada pelas insanidades de seus governantes.

Não adianta impor ao Irã sanções econômicas, por causa da questão atômica. Isso resultará em recrudescimento do ódio ao Ocidente, em imposição de mais sacrifícios ao povo pelo governo dos aiatolás, para a obtenção da bomba atômica, agora tendo uma ótima desculpa para iludir o povo. Com apoio popular, aí sim: a bomba virá, como a salvação do Islã, como a redenção do povo! E mais uma vez teremos carnificina, e mais uma vez teremos guerra, com resultados catastróficos.

Fico pensando: será que a inteligência, a capacidade de dialogar e a competência para resolver conflitos estão ausentes do gene de todos os políticos estadunidenses, como uma falha absoluta de visão do mundo que lhes impede ver além do próprio umbigo?

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