fevereiro 17, 2009

ESTÁ ABERTA A TEMPORADA DE CAÇA AO GOVERNO LULA

Que tenho sérias restrições aos políticos brasileiros, o meu artigo anterior não deixa dúvidas. Não gosto deles apenas por ideologia, mas principalmente porque acho que formam uma casta de gente que é mais igual que os demais. Uma casta privilegiada. E odeio privilégios.

Ainda mais: não há dúvida de que uma boa parte dos que se dizem políticos não passa de uma caterva de salteadores dos cofres públicos. Incrustados em todos, absolutamente todos, os partidos políticos. E sedentos de poder, pois, para eles, poder é dinheiro. Que leva a mais poder.

Assim, não posso de todo discordar do desabafo do senador Jarbas Vasconcelos, ao dizer que há em seu partido, o PMDB, uma súcia de ladrões e outras coisas mais. Isso não é novidade para ninguém.

Agora, o que me deixa com a pulga atrás da orelha é o veículo que o ilustre senador escolheu para suas diatribes, que não ficaram apenas no âmbito partidário, mas pretenderam atingir o Governo Lula: aquela nossa caquética revistinha semanal porta-voz do PiG (Partido da imprensa Golpista).

É público e notório o ódio que essa revistinha desavergonhada cultiva em relação a qualquer tipo de governo que tenha um pouco (basta um pouco, apenas) de preocupação com o povo. Lula é populista e quer o terceiro mandato (esquecem-se os bravos articulistas e repórteres da tal revistinha que o golpe de um mandato a mais foi dado e comprado pelo senhor Fernando Henrique Cardoso, a quem ela defende de unhas e dentes). Chávez é ditador. Fidel, sanguinário. E vai por aí a fora.

Também é publico e notório que, para a tal revistinha, o próximo presidente da República (só falta empossar, claro) é o senhor José Serra, para quem ela tece loas e propagandeia a capacidade há muito, muito tempo. Ou seja, desde antes do golpe do senhor Alckmin contra o Serra, para sair candidato à Presidência. Como veem, há certos partidos que entendem bem de golpes e contragolpes, porque depois o mesmo Serra deu a volta no Alckmin, na eleição para a Prefeitura de São Paulo.

(Um parêntese: depois de se estapearam quase em público o ex e o atual governador de São Paulo, será quanto levou o senhor Alckmin para se encantar com o canto da sereia e tornar-se Secretário do Desenvolvimento do governo Serra, hem? Quanto? Ou quais benesses e promessas? Não acredito que tenha sido apenas um golpe contra o Aécio, não: nesse angu, tem mais caroço do que pululam as nossas panelas quentes).

Voltando ao assunto: a campanha presidencial de 2010, para esses capachos do capitalismo selvagem e do neoliberalismo mais selvagem ainda, já se iniciou no dia seguinte à derrota do PSDB, nas últimas eleições. E tome Serra!

Mas, o que tudo isso tem a ver com a entrevista do senhor Jarbas Vasconcelos?

Não creio em inocentes úteis. Portanto, acredito que a entrevista e o veículo foram propositadamente orquestrados. Com um fim, um único fim: dar início a uma campanha do PiG contra o Governo, com vistas às eleições do próximo ano.

Jarbas Vasconcelos deu a senha: está oficialmente aberta a temporada de caça ao governo Lula.

A partir de agora, uma enxurrada de opiniões de medalhões da oposição (que, a meu ver, fazem o que se espera de uma oposição; até aí, nada demais que demos e tucanos soem as trombetas); de denúncias de corrupção, geralmente baseados em pequenos desvios do sistema corrupto que consome o tecido da política brasileira, mas orquestradas de forma a atingir diretamente o presidente Lula; de reportagens exaltadas contra qualquer obra do Governo, como sendo de conteúdo eleitoreiro (em ano anterior à eleição, toda obra é eleitoreira, para a oposição); de exaltação às ações, por mais simples que sejam, dos adversários do Governo, como o melífluo governador de São Paulo; enfim, vamos ter de aguentar o mais sujo e promíscuo vale tudo do PiG, numa aliança dos grandes jornais e revistas, das rádios e seus comentaristas, das televisões e seus apresentadores, contra tudo e contra todos que estejam no Governo.

Enfim, 2009 está apenas começando. Quem tiver estômago fraco que saia de baixo, ou seja, faça-se de morto: não ouça, não leia, não assine... não veja!

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