maio 10, 2024

UMA BREVE CRÔNICA (VENENOSA) SOBRE OS GAÚCHOS

 




Que todos, absolutamente todos os brasileiros, foram, de alguma forma, atingidos pelas chuvas calamitosas que estão caindo sobre os gaúchos, não há dúvida, já que a mídia se condoeu e, com muita razão, tem dedicado tempo, muito tempo, na cobertura dos perrengues que por lá acontecem.

Que quase todos, sim, quase todos os brasileiros se condoeram e, de alguma forma, têm colaborado com donativos e todo tipo de ajuda para minorar esses perrengues de nossos compatriotas gaúchos, também não há dúvida nenhuma, já que caminhões, ônibus, aviões e muitos outros tipos de veículos para lá têm sido enviados.

Que quase todos os governos dos demais estados do Brasil se prontificaram a ajudar no resgate e salvação de pessoas e até de animais ilhados por todas as cidades do Rio Grande do Sul, isso também é insofismável, já que militares e bombeiros e outros insumos lá têm chegado, até de cidades as mais distantes.

Que o Governo Federal se prontificou a liberar recursos os mais diversos e de todas as fontes possíveis para tentar minorar a aflitiva situação de milhares e milhares de pessoas e cidades atingidas pelas enchentes, isso ninguém pode negar, já que até mesmo o Congresso Nacional se dedicou a aprovar a liberação extra de verbas e decretos para dar suporte jurídico e constitucional para a ajuda ao estado do Sul.

Tudo muito bem, eles precisam. Eles merecem. São nossos “irmãos” do Sul.

E por que coloquei a palavra “irmãos” entre parênteses?

Falemos, então, desses “irmãos”, os gaúchos, numa quase generalização, mas é claro que temos consciência de que toda generalização é falsa e leva a erros. Então, que o leitor dessas mal traçadas tenha todo o cuidado de perceber que, quando falamos dos gaúchos, estamos falando de uma parcela, embora seja uma parcela considerável, de todos os gaúchos. Dito isso, vamos lá.

Primeiro: ajudaram a eleger – e com uma quantidade de votos considerável – o pior presidente da história do Brasil. E mais: continuaram apoiando o imbecil, mesmo depois de seu trágico governo, depois de tudo o que ele não fez durante a pandemia e de tudo de ruim que ele fez durante a pandemia. Ou seja, nossos “irmãos” gaúchos são e continuam até hoje sendo bolsonaristas.

Segundo: são terrivelmente bairristas. Seus centros de tradição gaúcha (escrevo assim mesmo, com minúsculas) são um antro de manutenção das diferenças entre “eles” e nós. E mais, o que é profundamente grave: estimulam um separatismo absurdo, como se o Rio Grande do Sul fosse um outro país, com uma outra língua, completamente diferente do “resto” do Brasil.

Terceiro: nesse mesmo diapasão, há uma grande quantidade de células nazifascistas encalacradas no território gaúcho, com repercussão em toda a sociedade, pregando não só ideias de superioridade branca, mas também incentivando todo tipo de racismo e preconceito. Portanto, nossos “irmãos” gaúchos não são nada confiáveis, neste quesito.

Bem, paremos por aqui, enfatizando que estamos falando de uma parcela da população gaúcha, embora seja uma parcela significativa, com maior ou menor adesão a alguma das minhas preocupações apontadas acima. Mas, de qualquer modo, são mais ou menos assim os nossos irmãos gaúchos, e tiro, agora, as aspas, para me solidarizar com o seu sofrimento e desejar que superem todos os perrengues.

E desejo principalmente: que a água dessa enchente absurda, destruidora e lamentável lave, bem lavada e para sempre, da mente de todos os gaúchos o bolsonarismo, o bairrismo, o separatismo, o preconceito, o racismo, o nazifascismo, para que reconheçam que, embora tenhamos diferenças regionais enormes, o Brasil é um só País, um só povo.

E viva a diferença! Que é ela que faz a grandeza de uma nação.

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